sexta-feira, 24 de julho de 2015

LINHAS DE CRÉDITO - FINANCIAMENTOS FAZEM COMÉRCIO INFORMAL DISPARAR

LINHAS DE CRÉDITO

FINANCIAMENTOS FAZEM
COMÉRCIO INFORMAL DISPARAR




A Agência de Fomento do Amapá disse ter investido R$ 4 milhões em financiamentos somente no primeiro semestre de 2015. Desse total, 78,29% corresponde a microcrédito e 21,71% a crédito consignado. De janeiro a junho foram feitas 710 operações. De acordo com o presidente da AFAP, Francisco de Assis, os números revelam que boa parte da movimentação está voltada para o microcrédito, que hoje seria a razão de existência da Agência. Na avaliação de Assis, a AFAP focou nos empreendedores populares sabendo da dificuldade de acesso ao crédito dos bancos tradicionais.




O comércio informal tem sido a saída para muita gente enfrentar a crise no País e garantir o sustento da família. Este segmento tem se reforçado a partir dos índices de desemprego que cada dia mais, força os brasileiros a procurarem uma alternativa de sobrevivência longe da carteira assinada. Por outro lado a informalidade no Brasil está deixando de ser um "negócio marginal" e se estabelecendo como investimento lucrativo.
Para se ter uma ideia, uma pesquisa do IBOPE feita ano passado revelou que de um universo de 15.414 entrevistados em 727 municípios brasileiros, 75% admitiram consumir no comércio informal. O restante ficou entre de vez em quando e raramente. O levantamento foi encomendado pela Federação Nacional da Indústria (FNI).
De acordo com os economistas, o percentual de brasileiros/consumidores desse mercado é alto e o motivo não é outro senão os preços reduzidos e a variedade de produtos. A verdade é que ele já representa uma gorda fatia na economia nacional.
A ideia de investir no próprio negócio é o outro lado da moeda e a mola mestra deste setor, que vai de uma simples barraquinha de batata frita, cachorro quente e água de coco a um bem montado restaurante popular, responsável pela abertura de mais dois, três e até mesmo de redes de alimentação. Tudo iniciado a partir do sonho de um empreendedor individual. Histórias de crescimento a partir do microempreendedorismo não faltam e funcionam como motivação para que muita gente busque dar o primeiro passo para abrir o próprio negócio. Dentro desse contexto o comércio informal deixou de ser visto como um braço da pirataria e passou a ocupar um espaço capaz de motivar até linhas de crédito criadas especificamente para o pequeno empreendedor. Para os bancos, os informais representam uma clientela lucrativa.

AFAP E OS INVESTIMENTOS


Dados do SEBRAE no Amapá dão conta de que algo em torno de 10 mil empreendedores individuais estão no mercado. Em um primeiro balancete a Agência de Fomento do Amapá disse ter investido nada menos que R$ 4 milhões de financiamentos somente no primeiro semestre de 2015. Desse total, 78,29% corresponde a microcrédito e 21,71% a crédito consignado. Fazem parte deste montante o empreendedor informal e até mesmo o funcionário público, além dos grandes empresários e organizações de classe.
Em números exatos a Agência de Fomento do Amapá (AFAP) chegou nestes primeiros seis meses a R$ 4.787.709,63 em investimentos no mercado de crédito. R$ 3.248.315,10 vieram de recursos da Agência e do Fundo de Apoio ao Microempreendedor e ao Desenvolvimento do Artesanato do Amapá, o FUNDMICRO. Outros R$ 1.539.394,53 vieram do Fundo de Desenvolvimento Rural do Amapá (FRAP). De janeiro a junho foram feitas 710 operações de crédito.
De acordo com o presidente da AFAP, Francisco de Assis, os números revelam
que boa parte da movimentação está voltada para o microcrédito, que hoje seria a razão de existência da Agência. Na avaliação de Assis, a AFAP focou nos empreendedores populares sabendo da dificuldade de acesso ao crédito dos bancos tradicionais. O presidente também disse que devido ao volume de procura a agência está se voltando para o empreendedorismo, que tem crescido muito no Amapá. Um dos atrativos para o setor é a diminuição da taxa de juros do programa Amapá Solidário (AMASOL), que de 2,5% foi para 2% ao mês. O programa foi criado para empreendedores formais e informais com teto de financiamento que varia de R$ 100 a R$ 6 mil. A AFAP também aumentou o prazo de pagamento, de nove meses para 15 meses para capital de giro e de 14 para 18 meses em investimento fixo e misto.
O universo de negócios com o valor adquirido é inúmero, mas o comércio de alimentos lidera a intenção dos empreendedores individuais, segundo eles, por ser uma necessidade diária. A partir daí, os recursos são geralmente aplicados em pequenas mercearias, frutarias, vendas de comida típica e, até mesmo, pequenos restaurantes. Tudo começa com um sonho, como dizem os empreendedores. O papel da Agência de Fomento é tornar este sonho uma realidade e para muita gente tem dado certo.
Para as festividades de São Tiago, 15 cheques foram entregues a empreendedores que vão trabalhar com a venda de comida, bebida e outros produtos em Mazagão Velho. O evento começou no último dia 13 e só termina dia 28. A expectativa dos comerciantes é das melhores. O valor dos financiamentos varia de com a necessidade de cada empreendedor, alguns chegaram perto dos R$ 2.500.
Mas o leque de financiamentos não para por aí. Os pescadores artesanais também estão inseridos nas linhas de crédito para empreendedores. Quatro embarcações foram entregues este mês no Terminal Pesqueiro do município de Santana. Foram dois barcos com capacidade para três e cinco toneladas e outras duas de 12 toneladas. Neste caso os financiamentos chegaram a R$ 295 mil. Com as embarcações financiadas os pescadores disseram que terão mais produtividade.
Para o presidente da AFAP, esse tipo de financiamento é uma rede de possibilidades, que ajuda desde as pessoas que trabalharam na confecção do barco, até as que vão estar no dia a dia da atividade pesqueira.
O custeio vem do Fundo Rural do Amapá, o FRAP, gerenciado pela Agência de Fomento. Só no primeiro semestre do ano, a agência entregou 16 barcos de pequeno e médio porte para pescadores de vários municípios.


O AMAPÁ EM NÚMEROS
O Amapá representa somente 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, mas surpreende quando o assunto é renda dos trabalhadores. O Estado tem a terceira melhor média de salários do Brasil, com R$ 2.612,98, o que o coloca à frente até de São Paulo, que representa 32,6% de toda a riqueza do País. Fica também atrás do Distrito Federal e Rio de Janeiro. Em comparação a São Paulo, o ganho do amapaense chegou a ser R$ 63 a mais há dois anos (2013), de acordo com Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
O mistério de uma posição tão privilegiada tendo do outro lado uma economia pouco representativa, tem, na opinião dos economistas, vários motivos. Para eles, é provável que a força de trabalho com remuneração mais baixa no Estado não faça parte da estatística divulgada. Nas regiões Norte e Nordeste a estimativa é que mais de dois terços dos trabalhadores recebam até dois salários mínimos, com boa parte deles no mercado informal.
De acordo com o mais recente levantamento feito pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2012, a taxa de informalidade na faixa etária superior a 16 anos na Região Norte chegava a 63%. Já no Sudeste não chegava à metade do percentual ficando com 33,9%.
Outra explicação é a representatividade acentuada do funcionalismo público. Quase metade (48,7%) do PIB estadual vem da administração pública, principal atividade econômica do Amapá, de acordo com o IBGE. Em seguida está o comércio, com 13,6%. Então, a proporção de cargos mais bem remunerados do que no setor privado ajuda a inflar a média salarial do Estado, que tem sua economia representada em 85% pela área de serviços. Depois vêm atividades ligadas à agricultura, pecuária e extração mineral, consideradas importantes fontes de renda, mas em menor proporção.
Por fim, vem o avanço expressivo da economia amapaense. O PIB do Estado cresceu bem acima da média nacional, isso já em 2011, segundo os últimos dados do IBGE. A soma das riquezas no Estado aumentou 4,9%, enquanto a do País ficou em 2,9% no mesmo período.

A verdade é que o amapaense vem desenhando aos poucos uma nova realidade econômica que tem na independência financeira o principal foco. Idealizar um sonho e colocá-lo em prática é regra usual que já começa na adolescência com os jovens empreendedores. Daí, para buscar os meios que transforme o sonho em realidade é um passo. A afirmativa é confirmada pelos números da Agência de Fomento do Amapá, que declarou ter no empreendedor individual e micro empreendedor, sua principal linha de ações que envolve a facilitação para o acesso ao crédito. Num Estado de economia frágil, a coragem de criar, acreditar e investir tem começado a fazer a diferença.


Microempreendedores financiados pela AFAP

























































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