Flores e espinhos
A
vida é repleta de opostos, de côncavos e convexos. Inexoravelmente estamos
sempre nessa difícil encruzilhada optando por vezes com flores, outras vezes
com os espinhos. A escolha do caminho mais difícil não é uma opção inteligente,
mas nem sempre essa escolha depende da nossa vontade. A vitória, a glória da
conquista exige de nós provações. Devemos perseverar com resignação e manter a
linha reta da determinação. Não há vitória sem luta.
Na
realidade é o maniqueísmo que faz a vida ser emocionante. Imagina quão insossa
seria a vida se ela fosse ‘só flores’. Que graça teriam as conquistas? Não
lutamos para consegui-las, portanto serão desprovidas de mérito.
A
existência é cheia de interrogações, talvez porque seja a vida mesmo repleta de
subjetividade. O individualismo faz a diferença e dá respostas diversas para
uma mesma pergunta. Um decepamento de clitóris em determinados países africanos
soa para nós como uma violência mutiladora, para eles não; pois a concepção
desses povos é de que o sexo é apenas para a procriação e não para o prazer.
Quem, hoje em pleno século 21 compreende a obrigatoriedade da Burca, mas os
extremistas islâmicos creem piamente que a mulher árabe que mostra o rosto
desrespeita Alá. E a opção pelo modo de vida, de acordo com a lei do Alcorão antigo,
ganha mais adeptos.
É
assim na realidade a vida. Dizem os franceses ‘ces’t la vie’ (é a vida) e, não
é que isso mesmo. É a vida, e por ser tão curta nossa passagem pela terra é que
devemos viver plenamente, em comunhão com os nossos ideais, que nem sempre é o
seu, mas se você for fiel aos teus princípios, com certeza, eles serão
respeitados e compreendidos.
Diz
a fábula –, que um senhor recebeu de um vizinho no dia do aniversário um
embrulho contendo um presente, eufórico abriu o pacote junto dos familiares e
para sua decepção o vizinho havia colocado esterco para o aniversariante.
Revoltados os familiares lhe fizeram as mais variadas propostas de vingança e
ele resignadamente foi até a varanda pegou um vazo vazio misturou o esterco a
terra preta e plantou uma roseira. Passado um tempo a roseira chegou a fase
adulta de lhe presenteava todos os dias da primavera com lindas rosas. No dia
do aniversário do vizinho ele apanhou as mais belas rosas e montou um generoso
ramalhete e sobre os protestos da família anunciou que seria aquilo o presente
do vizinho.
“Como
podes dar flores a esse homem que te presenteou com esterco?...” esbravejou a
esposa. Calmamente respondeu: “meu amor, nessa vida cada um dá o que tem”.
Embora
a vida seja cheia de contradições de espinhos e rosas sempre que puder faça um
esforço de optar por dar Rosas, belas e cheirosas. A vida fica bem menos
hirsuta e com certeza teus dias, apesar das atribulações, serão mais
suportáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário