sexta-feira, 7 de agosto de 2015

ARTIGO DO GATO



Flores e espinhos

A vida é repleta de opostos, de côncavos e convexos. Inexoravelmente estamos sempre nessa difícil encruzilhada optando por vezes com flores, outras vezes com os espinhos. A escolha do caminho mais difícil não é uma opção inteligente, mas nem sempre essa escolha depende da nossa vontade. A vitória, a glória da conquista exige de nós provações. Devemos perseverar com resignação e manter a linha reta da determinação. Não há vitória sem luta.
Na realidade é o maniqueísmo que faz a vida ser emocionante. Imagina quão insossa seria a vida se ela fosse ‘só flores’. Que graça teriam as conquistas? Não lutamos para consegui-las, portanto serão desprovidas de mérito.
A existência é cheia de interrogações, talvez porque seja a vida mesmo repleta de subjetividade. O individualismo faz a diferença e dá respostas diversas para uma mesma pergunta. Um decepamento de clitóris em determinados países africanos soa para nós como uma violência mutiladora, para eles não; pois a concepção desses povos é de que o sexo é apenas para a procriação e não para o prazer. Quem, hoje em pleno século 21 compreende a obrigatoriedade da Burca, mas os extremistas islâmicos creem piamente que a mulher árabe que mostra o rosto desrespeita Alá. E a opção pelo modo de vida, de acordo com a lei do Alcorão antigo, ganha mais adeptos.
É assim na realidade a vida. Dizem os franceses ‘ces’t la vie’ (é a vida) e, não é que isso mesmo. É a vida, e por ser tão curta nossa passagem pela terra é que devemos viver plenamente, em comunhão com os nossos ideais, que nem sempre é o seu, mas se você for fiel aos teus princípios, com certeza, eles serão respeitados e compreendidos.
Diz a fábula –, que um senhor recebeu de um vizinho no dia do aniversário um embrulho contendo um presente, eufórico abriu o pacote junto dos familiares e para sua decepção o vizinho havia colocado esterco para o aniversariante. Revoltados os familiares lhe fizeram as mais variadas propostas de vingança e ele resignadamente foi até a varanda pegou um vazo vazio misturou o esterco a terra preta e plantou uma roseira. Passado um tempo a roseira chegou a fase adulta de lhe presenteava todos os dias da primavera com lindas rosas. No dia do aniversário do vizinho ele apanhou as mais belas rosas e montou um generoso ramalhete e sobre os protestos da família anunciou que seria aquilo o presente do vizinho.
“Como podes dar flores a esse homem que te presenteou com esterco?...” esbravejou a esposa. Calmamente respondeu: “meu amor, nessa vida cada um dá o que tem”.
Embora a vida seja cheia de contradições de espinhos e rosas sempre que puder faça um esforço de optar por dar Rosas, belas e cheirosas. A vida fica bem menos hirsuta e com certeza teus dias, apesar das atribulações, serão mais suportáveis.


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