Dia de Finados
Economia informal lucra com o feriado
Pipoqueiros, faxineiros e vendedores ambulantes são os grandes beneficiados. Alguns trabalhadores lucram até R$ 1 mil com a limpeza de túmulos.
Reinaldo
Coelho
Da Editoria
Da Editoria
O
Dia de Finados não é só para reverenciar os mortos,
ele gera renda para muita gente, pelo aumento do fluxo de visitantes nos
cemitérios durante o feriado, impulsionando a economia informal dos municípios
de Macapá e Santana. O comércio e os autônomos aproveitam essa data para aumentar
sua renda. Velas, flores, grinaldas etc., são alguns dos artigos que comumente
são vendidos pela cidade e nos cemitérios.
O lucro acaba sendo bem aproveitado por vendedores informais. Para
ter uma ideia, um dia inteiro de trabalho na faxina dos túmulos em 2014 rendeu
a uma faxineira cerca de R$ 150,00, dinheiro que foi usado para as despesas
alimentar com a família. Os pipoqueiros, vendedores de água e de salgados
também esperam um lucro a mais nesse dia 02.
Há mais de 20 anos, a aposentada
Maria Inocência, 72 anos, trabalha nos dias que antecedem o Dia de Finados
produzindo artesanalmente coroas e flores. Moradora do centro de Macapá,
próximo ao Cemitério Nossa Senhora da Conceição o mais antigo da capital, lucra
um bom dinheiro ao vender flores aos visitantes.
O Dia de Finados movimenta ainda
outros tipos de atividades, além do comércio de flores. A auxiliar de serviços
gerais Maria Albertina Gomes, 42 anos, limpa túmulos e lápides. Ela começa a
limpeza duas semanas antes do feriado.
Ela cobra R$ 20,00 por sepultura.
Comercio
formal
Cerca de 200 mil pessoas são
aguardadas nos cemitérios da Capital e com isso o movimento cresce também no
comercio formal. As lojas de importados que mantem flores artificiais em seus
estoques este é o momento de crescer a venda desses produtos. Em uma loja de
utilidades de Macapá, o movimento já é intenso. A loja oferece uma diversidade
de flores, vasos e velas, produtos mais solicitados pelos consumidores nesta
data.
Empreendedor
individual
De acordo com a
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Semduh), já
foram cadastrados mais de 200 empreendedores que vão trabalhar nos cemitérios
da cidade. A maior parte vai ficar no cemitério São José, no Bairro do
Buritizal, que é o maior da capital.
Foram disponibilizadas 278 vagas no total, sendo 117
no cemitério São José, 35 no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, e 126 no São Francisco
de Assis, que fica na BR-210, Zona Norte de Macapá.
“Este ano vamos separar os vendedores de lanches
para tentar evitar algum perigo e até acidentes. Na próxima semana algumas ruas
já serão fechadas para abrir espaço para os empreendedores”, frisou o titular
da Semduh, Edvan Barros.
Os trabalhadores vão vender, além de itens
tradicionais, como velas e guirlandas, comidas típicas, bebidas e acessórios
variados. O comércio será permitido apenas na área externa dos cemitérios,
segundo determinou a prefeitura.
Macapá precisa de mais necrópoles
Os campos
santos estão superlotados em Macapá e se faz urgente a criação de outros locais
para receber os mortos amapaenses, pois
já está ficando difícil conseguir um lote para fazer um sepultamento. O
segundo maior município do Amapá, Santana já vem sofrendo com esse grave problema,
muitos santanenses estão sendo sepultados em cemitérios da capital.
"O cemitério São Francisco de Assis ainda
ativo, divide os sepultamentos com a população do município de Santana",
informou o diretor do Departamento de Administração de Logradouros e Cemitérios do município
(Dalc), Irã Brito
A capital
amapaense possui três grandes cemitérios, (Nossa Senhora da Conceição, São José
e São Francisco de Assis), o maior deles o São José localizado no Bairro do
Buritizal já está superlotado e o Nossa Senhora da Conceição não recebe mais
para primeiro sepultamento.
De acordo
com o diretor Dalc. "Os cemitérios Nossa Senhora da Conceição e São José só aceitam
sepultamento para aqueles que possuem lotes comprados, ele não está mais aberto
para compras de espaços".
Loteamento
Pelo último levantamento feito pelo Dalc, o cemitério Nossa Senhora da Conceição, que fica no centro da capital, possui 3 mil lotes e cerca de 8 mil sepultados. O São José, no Buritizal, tem 26 mil lotes e cerca de 60 mil sepultados. O mais novo, construído há 17 anos, São Francisco de Assis, que fica no quilômetro 9, da BR 210, tem 8 mil lotes e mais de 17 mil sepultados. Ou seja, uma média de dois sepultados por lote.
PROCON
fiscaliza
O Instituto de Defesa do Consumidor (Procon)
realizou vistorias para Dia de Finados.
Na ação do PROCON foi verificada a qualidade de produtos e normas de fabricação
e garantir a venda adequada de produtos que serão usados no Dia de Finados, a
exemplo de velas, enfeites e flores, vendidos nos municípios de Macapá e
Santana.
Os fiscais estão verificando durante as
vistorias as formas de conservação e fabricação dos materiais, no caso das
velas. O PROCON informou que alguns estabelecimentos já foram notificados por
irregularidades.
"Algumas floriculturas foram notificadas
e para outras foram feitos registros. Pela legislação, podem ser multados os
estabelecimentos que não tiverem o código de defesa do consumidor, não
ofertarem a mesma condição de pagamento e nem estiverem com os produtos
precificados com o preço à mostra", explicou o fiscal Kleber Duarte.
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