OBRAS PÚBLICAS PARADAS E INACABADAS
Rodolfo Juarez
Alguns fatos estão desafiando a paciência da população e
a competência daqueles que têm a obrigação administrativa de entendê-los e o
compromisso técnico assumido em resolvê-los.
Os detentores de mandato, resultado da escolha dos
eleitores, de um modo geral, sabem perfeitamente, que o período que lhe foi
confiado pela população para gerir os interesses de todos, tem começo, meio e
fim, mesmo assim a maioria deles prefere fingir que não sabe disso e começam a
achar que o período para o qual foram eleitos é pequeno para realizar as
promessas que ele mesmo fez e que garantiu que resolveria em quatro ou menos
anos.
O tempo tem mostrado que se trata de mais um estratégia
para permanecer no poder, mesmo apresentando resultados que não condizem com o
que foi gasto no período e, principalmente, as alegações feitas, em forma de
justificativas, que vão mudando com o passar dos anos do período que lhe foi
dado, pelo eleitor, em nome da população.
Os resultados estão por ai, em todo o país, desafiando a
todos para entender as artimanhas utilizadas para contornar as suas promessas,
enfrentar as metas definidas pela população, o próprio programa apresentado
quando se inscreve para ser candidato e acreditando na máxima de que o eleitor
tem memória curta.
O Estado do Amapá padece desses compromissos não
cumpridos.
Apenas e tão somente como exemplo vamos comentar três
obras, mas os projetos inacabados permeiam todos os setores da administração
pública dos três Entes, como verdadeiros sugadores do dinheiro público que é
decorrente dos tributos pagos por todos os brasileiros e que nunca dá e nunca
atende à sanha gastadora dos gestores, que se mostram como mestres em desculpas
esfarrapadas e inusitadas.
O primeiro exemplo teste é o píer do Santa Inês. Uma obra que não provou a sua necessidade até
agora, mas que, em seu nome, “engoliu” muito dinheiro do erário e o mais
curioso é que se trata de uma obra que a população enxerga todos os dias, mas
que se acostumou, pelos seis anos que ali está, desafiando a paciência da
população e os gestores que insistiram na sua importância e depois a
abandonaram, sem qualquer explicação, a não ser de que falta dinheiro. Assim, a
população fica longe da verdade por causa do insistente disfarce dos gestores.
O segundo exemplo é o Shopping Popular. Este está no centro da cidade, também desafiando
a paciência da população. O Poder Público, de forma geral, não se entende com
relação a essa obra. Ninguém quer assumir a responsabilidade pela decisão que
foi tomada e que implicou na “implosão” da feira que existia - e funcionava -,
com a promessa de construir um ambiente moderno, cheio de oportunidades para os
empreendedores com menos condições na Capital. Apenas promessa e o que resta no
local são fundações duvidosas, alguns pilares e ferragens expostas ao tempo por
mais de 6 anos. E fora dali uma instalação que seria provisória, onde muito
pequenos empreendedores alimentam a esperança de, um dia quem sabe, ver
realizado o que lhe foi prometido, por muitas vezes.
O terceiro exemplo é a BR-156. Exemplo de má gestão. Há muito tempo, mas muito tempo
mesmo, que os diversos responsáveis vêm renovando a esperança da população de,
um dia, essa que é a construção rodoviária, em andamento, mas antiga do Brasil,
terminar a sua construção. Vidas perdidas na luta dos pioneiros e agora, parece
não mais comover ninguém. Tudo é debitado na longa conta dos “acidentes” e,
preferencialmente, com a culpa do condutor. Um poço sem fundo, engolidor de
dinheiro público, que a população não compreende, mas sabe que precisa ser
tampado.
Outras obras também poderiam servir de exemplo como:
Estádio Glicério Marques, Ciosp de Santana, Hospital do Câncer, Estação de
Passageiros do Aeroporto de Macapá, Rodovia Norte-Sul, Ponte do Jari, AP-70 e
tantas outras que já, ao que parece, estão riscadas dos interesses dos
gestores, todos eles, responsáveis pelo enterro de muitos milhões de reais que
poderiam estar melhorando a qualidade de vida da população.
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