A ORLA DA CIDADE PEDE SOCORRO
Rodolfo Juarez
Está ficando cada vez mais difícil compreender o descaso
com que é tratado o muro de arrimo da orla que se estende por toda a frente da
cidade de Macapá, desde o bairro Cidade Nova até o bairro Araxá, incluindo aí
todo o espaço do Lugar Bonito que faz parte do Complexo da Fortaleza de São José.
No início parecia que se tratava da falta de conhecimento
da real situação do que vem, a cada período chuvoso, acontecendo com o muro de
arrimo que sustenta toda a estrutura urbana composta de mureta, calçamento,
meio fio, linha d’água e via asfaltada.
Vale também lembrar que em toda a extensão da orla tem
equipamentos urbanos e na parte do Lugar Bonito se concentram os maiores
atrativos citadinhos para a população que, entretanto, se vê em uma região
insegura, mal iluminada, mal cuidada e em condições cada dia mais precárias.
É exatamente no lugar bonito que está localizado um dos
maiores criadouros do mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e da zica,
além de ser um potencial acumulador da urina de rato e, em consequência, um
indicador de risco para a contaminação humana pela leptospirose.
Todas as vezes que são “apertados”, os responsáveis pelo
local, até agora com dificuldades de identificação, prometem soluções para o
espaço que tinha como proposta original ser um depósito, com serviço de apoio
sanitário para os que estivessem no lugar bonito de passagem, visitando ou
simplesmente usufruindo ao ambiente.
Apesar de tantas promessas feitas e por diferentes
autoridades, o conjunto depósito sanitário, continua sendo um espaço perdido,
uma construção condenada e um criadouro viçoso para o indesejável mosquito
aedes aegypti e um mictório próprio para os dejetos de ratos.
Na frente da cidade, no parte mais nobre e mais
frequentada da orla, a mureta de ferro já perdeu a cor, as luminárias especiais
estão desaparecendo uma a uma e as que ainda estão no local, estão sem lâmpada
e, por conseguinte, não servem para a finalidade: ser parte da iluminação do
lugar.
Canteiros completamente destruídos, as vias de pedestres
desaparecendo literalmente, caminhos são abertos por onde tinha grama e as
flores que ornavam parte do anfiteatro a céu aberto, não foram cuidadas,
resistiram, mas foram vencidas pelo tempo e, agora, nem “endereço” deixaram.
Seguindo pela orla e para o sul o passeante se depara com
a estrutura, cada vez mais carcomida pelo tempo e uso, do primeiro píer do
bairro Santa Inês e, adiante, com uma obra inacabada e que está desafiando a
compreensão dos que passam pelo local, devido ao abandono a que está legada a
obra – o segundo píer do bairro Santa Inês.
Adiante, tem a notícia da construção do muro de arrimo da
orla do bairro Araxá. Isso mesmo, só a notícia e um monte imenso de terra que
seria destinado à construção da continuação do muro, da orla e dos equipamentos
urbanos tão necessários para o local. Nada disso, entretanto, parece chamar a
atenção das autoridades, apesar dos gritos dos moradores que estão vendo suas
casas serem “engolidas” pelas águas do rio Amazonas a cada temporada de chuva
ou de vento.
Assim está a orla da cidade que fica ao lado esquerdo do
Rio Amazonas, de frente para os ventos dominantes e sem quem dela tome conta. O
jogo de empurra tem prevalecido, sem qualquer ação efetiva agora ou em projeto
que dê qualquer garantia de que, pelo menos, a parte que está pronta seja
mantida.
Uma descrição que jamais gostaria de ter feito, mas a
realidade impõe para que o fato seja definido e a história conte em detalhes.
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