Com ou sem moral?
Hoje pela madrugada, abraçado com a insônia, minha
companheira nos últimos tempos, tenho me encontrado com o conhecimento. É uma
forma de driblar os problemas. Assim a gente supera essas angustias e fortalece
a alma com o conhecimento.
Sexta-feira (24) iniciei meu dia assistindo uma palestra do
filósofo Clóvis Barros Filho, professor titular dessa cadeira na Universidade
de São Paulo. E a aula era sobre moral e ética.
Percebi que temos um conceito muito equivocado de moral. Nas palavras do
mestre a moral é a liberdade que o homem tem de decidir o que fazer, quando
fazer e como fazer. Quem não tem opção de decidir o que quer, não tem moral.
Você está obrigado a algo e não ter opção de fazer diferente
do que estabelece uma determinada norma, é você não ter, portanto, moral. E nós
estamos numa sociedade imoral, pois estamos cercados de normas por todos os
lados. Somos uma ilha. E canhestramente burlamos a norma num ato de moral pura
e não de imoralidade. É confuso, pois os que transgridem é que exercem a moral
e para o censo comum a moral é a atitude inversa.
No caso da operação “carne fraca”, a forma como foi anunciada
a investigação foi moral ou imoral? Foi um ato de moral pura e, pior, obtusa,
pois os policiais federais tinham toda a condição, de com a reponsabilidade
necessária, optar por manter a investigação sob sigilo e apurar com rigor os
crimes praticados e punir os culpados. Não! Preferiram colocar a economia
brasileira de um setor estratégico de joelho e de forma irresponsável, pois o
alarde feito, de forma pirotécnica e cinematográfica colocou na vala comum os
bons frigoríficos e os bons empresários que contribuem de forma incisiva para
elevação do PIB – Produto Interno Bruto do País e com a elevação do Índice de
Desenvolvimento Humano, pois geram aquilo que dá dignidade ao homem – o trabalho,
pois como diz o cancioneiro popular “O homem sem trabalho, não tem honra. Ela
mata e rouba. ”
Mas o Brasil vive um festival de denuncismo, muitos
pertinentes e de fato necessário que faça uma apuração séria e rigorosa, mas o
próprio judiciário, a corte mais alta do Brasil, rasgou a Constituição ao
mandar para a lata do lixo a presunção de inocência, um princípio do direito
pátrio. Agora no Brasil da moralidade, primeiro prende e depois investiga e as
prisões temporárias e provisórias vão virando permanente.
Ninguém pugna pela impunidade, mas pela prudência e pela
ordem. Vamos ter sempre às mãos a imoralidade no sentido ensinado pelo
professor Clóvis Barros Filho. Liberdade para dizer sim e não. Brasil mostra
tua face, respeita o teu povo varonil, que não foge da luta e está sempre
disposto a tombar por ti. Dê-lhe educação, saúde, segurança e habitação. Isso
com emprego, pois esse povo precisa ter dignidade e tornar-se cada vez mais e
mais sem moral. Um povo educado e consciente do seu papel não precisa de uma
filmadora alertando a ele com a frase “Sorria VOCÊ está sendo filmado. ”
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