Guianenses gritam por espaço!
O jornal France-Guyane (www.franceguyane.com) publicou em suas manchetes chamadas sobre as
barricadas nas estradas, paralisação do transporte e dos hospitais.
Humberto Baia
Especial para o TA
Há uma semana a Guiana Francesa esta vivendo em um
verdadeiro clima de guerra. No último ano o índice de violência entre os jovens
cresceu de uma forma desmedida, o departamento esta em greve geral, entre as
reivindicações estão saúde, transporte, agricultura e segurança.
A Guiana Francesa é um departamento ultramarino da
França na América latina. Com população de pouco mais de 400 mil habitantes,
nos anos 70 e 80 durante a construção do Centro Espacial em Kourou, que hoje se
transformou na Agência Espacial Europeia (ESA), um número muito grande de brasileiros
foi atraído pelos altos salários e uma vida melhor. Com o fim da obra muitos
decidiram permanecer na Guiana e hoje já estão na terceira geração. A economia
na Guiana Francesa é baseada principalmente na pesca e na exploração de ouro.
Hoje a Guiana registra uma notável imigração, onde várias comunidades de
estrangeiros compõem sua população. Esse fluxo de pessoas e de mercadorias para
a Guiana Francesa – que acontece principalmente de forma clandestina – alimenta
a economia de vários Estados do mundo inteiro, porque a Guiana atrai imigrantes
de vários lugares: asiáticos, africanos, sul-americanos e europeus.
Segundo as autoridades policiais francesas, a
violência cresceu justamente dentro comunidades estrangeira e bateu recorde em
toda a França, levando o medo a toda população.
Explodiu
a violência
Na última sexta feira (17 março), a ministra da
França da Ecologia, Segolene Royal, que deveria participar da inauguração da ponte
binacional, não veio ao Oiapoque por não achar seguro, depois que um grupo de
pessoas que faziam protesto contra a violência entrou no auditório onde estava
acontecendo uma conferência internacional sobre a Convenção de Cartagena, onde
alguns acordos seriam assinados, em face da insegurança e do incidente
diplomático, Royal decidiu voltar para a França. O presidente do território, Rodolphe
Alexander, enviou uma carta ao presidente François Holande, pedindo um “plano
de recuperação ambicioso para a Guiana”.
Mesmo com a meia volta da ministra francesa, os
protestos continuaram e existe um clima de perigo no ar, que coloca os guianenses
em situação de insegurança. Diversas gangues criminosas se insuflaram e
cometeram atos ilícitos contra os cidadãos. Foram ataques, espancamentos,
apropriação de veículos com violência generalizada contra o cidadão francês.
Uma greve social,
que questiona direitos trabalhistas, foi transformada em barbárie criminosa, e
de imediato alguns cidadãos se uniformizaram e criaram pelotões para
enfrentamentos com os criminosos, transformando as cidades em praça de guerra.
Reação
das comunidades
Os protestos continuaram em Caiena. 500 freires (IMAOS)
é um grupo que decidiu ir as ruas, enfrentar a violência, vestidos de preto e
capuz para tentar inibir os criminosos. As greves em Caiena são marcadas
principalmente pela violência nas ruas.
Base
de lançamento paralisada
Terça feira (21) os protestos chegaram a Kourou
onde uma greve geral estava em andamento. Na entrada do centro espacial os
manifestantes entraram em confronto com a polícia, que reagiu com bombas de gás
lacrimogêneo e bloqueou a entrada para a base espacial, onde seria feito o
lançamento do foguete com satélite Brasileiro de defesa e comunicação, este
será o primeiro satélite geoestacionário de uso civil e militar adquirido pela
TELEBRAS que ampliara a oferta de banda larga no País, por enquanto a empresa
Ariene Spece não anunciou a nova data para o lançamento.
A situação está caótica na Guiana Francesa. De
acordo com o publicado pela imprensa da Guiana Francesa, a greve local é
promovida por funcionários de uma empresa de energia elétrica e de um centro
médico. Durante os protestos foram feitas barricadas na entrada do centro
espacial com carros, pneus e pedaços de madeira.
O jornal France-Guyane (www.franceguyane.com)
publicou em suas manchetes chamadas sobre as barricadas nas estradas,
paralisação do transporte e dos hospitais. Inter-Andrée o hospital Rosemon
(Char) interpôs greve na terça-feira (21). As negociações sobre o futuro Pacto
devem avançar até 28 de Março.
Longa
noite na RCT
O movimento de greve teve uma magnitude raramente
vista na comunidade Transportation Authority (RCT). Ontem (23), nenhum ônibus
tem circulado na rede devido a um movimento iniciado pela CDTG o que vem
prejudicando os usuários do transporte coletivo. Além do que, a Greve Social
chegou as transportadoras que fazem o descarrego dos navios.
No momento desta edição, as discussões estavam em
andamento entre a Estrada União guianense Transportes (UGTR) e do Grande Porto
Marítimo (GPM)
Deputado
anuncia lançamento de satélite para a Região Norte
No plenário da Câmara dos Deputados, na última
quarta-feira (22), o deputado federal Marcos Reátengui (PSD/AP) anunciou o
lançamento de um satélite, que irá tirar do isolamento a Região Norte. Na
ocasião o parlamentar amapaense discursou que “O satélite irá tirar do isolamento o povo da Região Norte, a Amazônia e
principalmente o Amapá. Esse será um grande avanço para a Ciência e Tecnologia
e para as Comunicações, pois aquele espaço imenso que é preenchido por
brasileiros garantindo a soberania e autoridade do Brasil, terá a facilidade de
contatar de forma direta com seus parentes no Amapá de um ponto a outro, para
outros Estados do Brasil e do mundo”.
Este será o primeiro satélite geoestacionário
brasileiro de uso civil e militar. Adquirido pela Telebrás, o equipamento será
utilizado para comunicações estratégicas do governo e para ampliar a oferta de
banda larga no país, especialmente em áreas remotas. O satélite será lançado do
Centro Espacial de Kourou, na Guiana, e ficará posicionado a 36 mil quilômetros
da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano
Atlântico.
Porém, o lançamento que estava marcado inicialmente
para às 17h31 de terça-feira (21), mas foi transferido na véspera para
quarta-feira (22), e logo em seguida transferido para quinta-feira que de novo
não aconteceu e ficou suspenso sem prazo para ser cumprido.
O motivo são as greves que estão paralisando a Guiana
Francesa, principalmente Kourou onde fica a base
de lançamento e não havia motoristas para o transporte do grande foguete dos
laboratórios da Ariane, dentro do centro espacial até a plataforma e por isso
não há uma nova data prevista para a operação, que precisa ser preparada com 24
horas de antecedência.
A greve vem acontecendo desde o início da
semana por mais segurança pública e contra a privatização de um hospital de
Caiena, capital da Guiana Francesa, provocou o fechamento da estrada que leva
ao Centro Espacial da Guiana, na cidade de Kourou. Com adesão de
caminhoneiros e outros setores, a paralisação causou o adiamento
do lançamento do foguete Ariane 5, da Ariane Space, que colocaria em
órbita o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário