ESCOLAS FAMÍLIAS
GEA repassa R$ 4 milhões a RAEFAP
Por Mirrelle Rabelo
Mesmo com os avanços da indústria, o Brasil
garante boa parte de sua economia através da agricultura. O
setor agrário do Amapá cresce cada vez com a implantação de políticas públicas
que garantem o desenvolvimento, como por exemplo, as Escolas Famílias do Amapá
que garantem aos jovens do meio rural ensino que condizem melhor com suas
realidades.
No Amapá seis escolas desenvolvem o ensino
agrícola nas localidades de Pacuí, Carvão, Maracá, Cedro, Macacoari e
Perimetral Norte. Na última semana o Governo do Amapá fez o repasse de R$ 4
milhões para a Rede de Associações das Escolas Famílias do Amapá (RAEFAP). O valor
será pago em 12 parcelas, e servirá para a contratação de profissionais de
educação, compra de matérias para consumo e manutenção de equipamentos nas
escolas.
Esse valor garante o início do ano letivo de
2017, em Maio, e beneficiará 536 alunos de áreas rurais de Macapá e demais
municípios. O recurso foi estabelecido por meio da assinatura do Termo de
Fomento, firmado entre a Secretaria de Estado da Educação (SEED) e a
instituição. Os estudantes das RAEFAP estão bastante animados por ter garantia
do ano letivo de 2017, mas questionaram que a demora do início das aulas
prejudica a continuidade do aprendizado e causa muitas vezes a evasão escolar.
Em contrapartida, o governador Waldez Góes
mostrou compromisso com as escolas afirmando que essa é uma responsabilidade
muito grande. “As Escolas Famílias são
importantíssimas para garantirmos um ensino com desenvolvimento social e
econômico, trabalhamos duas frentes fortes a mão de obra qualificada e a
produção de alimentos”, pontuou o governador.
Em setembro de 2016 o Governo do Amapá também
assinou um Tempo de Fomento que garantiu aporte financeiro no valor de R$ 624
mil, dividido em quatro parcelas, para a rede de escolas famílias do Amapá. Na
ocasião o repasse também possibilitou a continuidade do trabalho nas
instituições de ensino agrícola.
A secretária de Estado da Educação, Goreth
Sousa, disse que a assinatura do Termo garante o fortalecimento da educação no
campo por meio do atendimento pedagógico qualificado e ressaltou a importância
da prestação de contas para a continuidade do apoio financeiro. “Temos uma grande responsabilidade com as
comunidades agrícolas e solicitamos aos gestores escolares que realizem a
prestação de contas para que possamos dar continuidade às parcerias”,
reforçou.
Conforme os dados apresentados pela RAEFAP,
mais de 800 estudantes concluíram os estudos em escolas agrícolas, nos últimos
anos, e estão empregados no Amapá, atuando em sua área de formação. “O repasse é muito importante para
desenvolver nossas atividades de campo, a exemplo do plantio de hortaliças,
criação de peixes e suínos, além do extrativismo desenvolvido nas unidades”,
afirmou o presidente da RAEFAP, Adenilson Corrêa.
A realidade atual do Amapá é que o Estado
ainda não possui produção capaz de suprir suas demandas e é obrigado a importar
parte dos produtos para consumo, por isso a necessidade do governo investir no
setor. Uma das grandes dificuldades que impede o pleno desenvolvimento do Estado
é a carência em infra-estrutura.
Outro grande empecilho era a questão
fundiária, por ter sido território federal, aproximadamente 72% das terras do Estado
tinha restrição de uso, sendo muitas áreas de assentamento do INCRA, outras de
reserva indígena, sob jurisdição da FUNAI, e outras de proteção ambiental de
responsabilidade do IBAMA. Uma realidade que mudou apenas no ano passado quando
na época a então presidente da República Dilma Rousseff assinou, juntamente com
o Governador Waldez Góes, o decreto que regulamentou e concedeu definitivamente
a posse das terras do Estado ao Amapá.
O Amapá é o único Estado que possui convênio entre
o governo estadual e as associações para a manutenção das escolas família sendo
que nos outros Estados, estas são mantidas pelas prefeituras.
A Pedagogia da Alternância, proposta pelas
escolas famílias agrícolas, é fundamental para garantir o desenvolvimento
agrário, dessa forma os jovens de localidades rurais aprendem as técnicas
agrícolas e quando regressa à propriedade de sua família fica incumbido de
colocar em prática tudo o que lhe foi ensinado no período de internato, o que
desperta interesse para que esses jovens permaneçam no campo.
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