Piscicultura
Criação
de pescado em cativeiro
Inserido
como fonte de exportação no Amapá
“Para
atingir seu potencial no Amapá, o setor do pescado terá mais investimentos
público”. Governador Waldez Góes.
Por:
Mirrelle Rabelo
A tradição de comer peixe na semana santa aquece o setor nesse período, para fomentar o e garantir peixe na mesa do consumidor por um preço bem acessível o Governo do Estado do Amapá (GEA), em parceria com colônias de pescadores e empresas de comercialização de pescado, realizaram a venda das espécies do Programa Peixe Popular.
A estratégia do governo foi
subsidiar o custo do óleo diesel para o transporte do produto e gelo para que o
peixe fosse vendido com uma redução de até 40% no preço total de cada espécie. Duzentas toneladas foram distribuídas em postos
nos municípios de Macapá, Santana e Porto Grande. Uma tabela com os valores
definidos com preços entre R$ 5 a R$ 10 o quilo. Além de espécies de peixe do
mar, o programa também ofertou peixe vivo criado em cativeiro por
piscicultores.
E não é só isso, a culinária do norte do
Brasil possui forte influência indígena, com muitos pratos de peixes, para
completar o Estado do Amapá é cortado por inúmeros rios e lagos e o pescado se
torna um grande mercado, onde mais de 18 mil pescadores estão cadastrados em
colônias, associações e cooperativas.
O governo amapaense está
apostando e investindo no setor. O governador Waldez Góes propõe um calendário
mais extenso para a realização Projeto Peixe Popular, ele quer que aconteça
mensalmente.
“A ideia
já esta estabelecida ao nível de política pública, e nesta parceria com demais
órgãos do governo realizaremos uma frequência de edições Programa Peixe Popular
oferecendo cada vez mais apoio ao produtor e melhor preço e qualidade para o
consumidor, abrangendo varias localidades do estado a política publica já esta
implantada. O produtor esta sendo motivado, estimulado e o consumidor poderá
ter acesso com preço bom, o estado funciona também como regulador beneficiado
produtor e consumidor”. Disse Waldez.
De acordo com dados do governo
essa é uma atividade que cresce bastante e que pode ter um impacto
significativo nos próximos anos, principalmente agora com a Zona Franca Verde.
“Uma
atividade que cresce muito no Amapá é a piscicultura e cada vez mais apostamos
nisso e estamos próximo de dar um grande salto porque esta associado a questão
da produção de grãos na medida que crescemos nessa produção temos hoje dois
grupos interessados em instalar fabricas de ração no Amapá e no momento que
produzirmos ração para piscicultura vamos aumentar significativamente a
produção de pescado em cativeiro e abastecer mercados fora do Amapá.
O gestor amapaense destacou
que hoje o Estado do Mato Grosso avançou muito na produção no melhoramento
animal, assim como outros estados da Amazônia. “Esse avanço levou ao melhoramento da alimentação animal. Tornando uma
conversão alimentar de um quilo de ração para um quilo de produto, fazendo o
peixe crescer um quilo de carne, isso demostra que a tecnologia, inovação e
pesquisa o manejo animal esta dominado, isso já existe então não precisamos
mais atravessar esses desafios essa tecnologia já esta disponível a todos os
produtores e a todas as politicas de governos”. Reforçou o governador.
Os
limites a serem destravados.
As
vendas de pescado têm aumentado, porque o brasileiro começou a ter condições de
comprá-lo. Um fator importante para o consumo é o custo do pescado, que era
caro comparativamente às outras carnes. O hábito de consumir pescado tem se
intensificado, e o consumo per capita anual já está em torno de nove quilos por
habitante/ ano, quando, cinco anos atrás, era de seis quilos. Em relação à
carne bovina, frango e suína, o consumo é muito maior.
Proporcionalmente, o incremento no consumo de
pescado tem sido bem superior ao das outras carnes, até porque tem sido cada
vez mais associado à nutrição saudável, por que apresenta Ômega-3, entre outros
nutrientes recomendados para uma boa saúde.
O Amapá não sofre falta de mão
de obra e nem de mercado, mas o setor pesqueiro precisa ainda de melhorias e
investimentos, como afirma o comerciante de pescado Abimael de Sousa de 45
anos, pescador desde criança, hoje ele é filiado a Associação da Feira do
Pescado do Igarapé das Mulheres e conhece bem o mercado.
“Sou
filho de pescador, tudo que eu sei aprendi com meu pai, vim do interior do Pará
cheguei a quase vinte anos no Amapá com apenas sete reais no bolso e hoje
sustento minha família com esse trabalho, o que precisamos e de melhores
estruturas nos portos e nas feiras, temos dificuldades para trabalhar nessas
condições, na feira por exemplo precisamos de um espaço mais adequado para
oferecer nossos produtos, essa falta de infraestrutura prejudica nossa venda,
perdemos clientes muitas vezes”. Desabafou o pescador.
Para o governo, os avanços são
necessários para o desenvolvimento de um setor que só cresce por isso estão
sendo implantadas políticas públicas. “Temos
a consciência que precisamos de uma infraestrutura melhor, capaz de servir
inclusive pescadores de outras regiões que são licenciados e pescam aqui na
costa do Amapá, mas que levam o produto para serem consumidos em outros
estados. Se tivermos uma infraestrutura capaz de dar apoio, fazer o
abastecimento de produtos que eles precisam como gelo, alimentação podemos
atrai o pescador para nosso mercado, fazendo com que a rentabilidade desse
recurso permaneça aqui”. Confirmou Waldez Góes.
Pesquisas
e capacitação.
Outra estratégia do governo
para o setor e apostar na escala comercial nos animais que já foram dominadas a
questão do manejo e melhorias com a responsabilidade de desenvolver pesquisas e
testes, avançando na produção alevinos e na produção da ração.
“O que existe hoje dominado são
espécies como: tambaqui, pintado, pirapitinga, curumatã e o pirarucu, que estão
sendo desenvolvido estudos e tem muitos piscicultores criando, mas nos não
podemos dizer que definitivamente o manejo do pirarucu está já aponto de se transformar numa política de
produção de cativeiro ainda temos muitas limitações a serem vencidas nessa questão do manejo do
pirarucu pois precisamos oferecer o menor risco a natureza”. Reforçou Waldez.
No
fim do mês passado cerca de
100 pescadores vinculados à Colônia Z-7, sediada no município de Ferreira Gomes,
participaram do curso sobre cultivo de tambaqui em tanques-redes, ministrado
por uma equipe técnica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Emprapa)
com o apoio da Agência Estadual de Pesca do Amapá (Pescap)
A
capacitação foi realizada na sede da Colônia de Pescadores, com uma programação
teórica e prática, dividida em temas como introdução ao cultivo, alimentação e
nutrição durante a recria, qualidade da água, manutenção de tanques-rede,
cuidados para evitar doenças e montagem prática de tanques-redes. O tambaqui é
um peixe de água doce, comum na bacia amazônica e do qual se aproveitam a carne
e o óleo.
Essas
capacitações são fundamentais para o pescador, que atribui ao seu trabalho
técnicas que fortalecem o seu empreendimento, tento o conhecimento também mais
amplo do produto já que são apresentadas a eles pesquisas e formas que
trabalham a conscientização ambiental, respeitando o tempo do animal.
Os
investimentos devem ser feitos desde o pescador, na infraestrutura e chegar no grande
mercado pesqueiro, assim o Amapá estará inserido como fonte de exportação
produto.
Novas tecnologias estão sendo
testadas pela EMBRAPA/AP
Projeto quer desenvolver no Amapá
criação de peixes em tanques-rede
Equipamento
acelera crescimento de peixes e reduz custos de produção. Projeto foi
implantado no Amapá de forma experimental até 2017.
Um
projeto implantado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
no Amapá pretende incentivar os produtores de peixe em cativeiro a adotar a
forma de cultivo em tanques-rede. Segundo pesquisadores, a medida reduz o tempo
de crescimento das espécies e é mais econômica na logística de implantação,
dispensando atividades de escavação e bombeamento de água, necessárias nos
tanques cavados.
A forma
de cultivo vem sendo mantida no Amapá como experimento prático até este ano (2017),
com acompanhamento permanente de piscicultores com a nova técnica no interior
do estado. A Embrapa aposta na viabilidade do projeto no Amapá em função da
grande disponibilidade de rios, onde a estrutura formada por canos e caixas
d’água pode ser facilmente instalada.
“As redes podem ser instaladas em
rios, lagos e barragens sem risco algum para a criação. O custo-benefício de
produção também é menor, pois, dependendo do tanque-rede você pode pagar entre
R$ 1,5 mil e R$ 2 mil e está tudo pronto, enquanto nos tanques cavados o
produtor tem o trabalho de abrir o buraco e transportar a água”, explicou o pesquisador da
Embrapa Marcos Tavares, um dos desenvolvedores do projeto.
Para os primeiros
experimentos, o peixe usado é o da espécie tambaqui, um dos mais
comercializados na Região Norte. “O foco
é o tambaqui por ser um peixe nativo da Amazônia e bastante apreciado no Amapá,
e além do mais ele também é criado no Nordeste”, justificou o pesquisador.
A Embrapa
acrescenta que um tambaqui criado em tanque cavado durante dez meses terá em
torno de 1,2 quilo. A mesma espécie criada em tanque-rede atinge de um 1,5 a 2
quilos. A nova forma de produção é uma solicitação antiga dos piscicultores que
alegam a pouca disponibilidade no estado de equipamentos para produção de
peixes em larga escala.
Nenhum comentário:
Postar um comentário