OS CONTO DA PRAÇA
Por: Marco Antônio
É cada dia mais difícil achar alguém
que não tenha caído pelo menos alguma vez em um conto-do-vigário. Existem
dezenas de golpes sendo aplicados na praça e o número de vítimas aumenta a cada
ano. Os lesados poderiam ser em maior número se as pessoas não tivessem
vergonha de registrar o caso em uma delegacia.
Apesar da aparente vergonha da vítima
em registrar o caso e se apresentar como um “otário”, não passa um dia sem que
as delegacias registrem pelo menos um novo golpe. Muitas vezes, os contos
antigos retornam com nova roupagem, como os que estão sendo praticados com a
ajuda da tecnologia. Antigamente, bastava uma boa lábia para ludibriar alguém,
agora, os bandidos usam celular, computador, internet, fax, anúncios classificados”.
Na maioria das vezes, o que faz um
crime desses dar certo é o fato de muita gente querer se dar bem com um negócio
da China. Ou é por ganância e ainda por ingenuidade. Alguns são fraudes
cometidas para perpetrar um crime em seguida. Um dos golpes mais antigos,
aplicado sobretudo em comerciantes, é o do dinheiro falso. No mais recente,
divulgado semana passada, estelionatários usam o nome do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) para tirar dinheiro de parentes de aposentados recém-falecidos.
A Delegacia de Estelionato
classificou os dez golpes mais aplicados por estelionatários na praça, com
registros de ocorrências na Polícia Civil. Apresentaremos os cinco mais
aplicados. São eles:
1. Carro
quebrado ou “Bença Tia” - Esse é um golpe muito cometido por detentos de
presídios do Brasil. O criminoso liga para números aleatórios e quando alguém
atende diz “bença tia (o)”. O suspeito se passa por parente da vítima,
geralmente sobrinho, e diz que está com o carro quebrado na estrada e que precisa
de dinheiro para o guincho ou para pagar o mecânico. A vítima acreditando que o
parente está com dificuldades realiza o depósito. Em outra versão do golpe, o
estelionatário pode pedir crédito de celular, supostamente para manter contato
com a seguradora e com familiares.
2. Envelope Vazio -
Muito usado na compra de carros, motocicletas, e materiais de construção, mas
pode acontecer também com o objetivo de adquirir outros produtos como móveis,
aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos. O estelionatário realiza a compra dos
bens e faz o depósito em um envelope sem o dinheiro. Ao apresentar o
comprovante de pagamento, a vítima entrega a mercadoria, descobrindo mais tarde
que sofreu um golpe.
3. Gincana de
programas de TV - Geralmente cometido por detentos de dentro presídios com o
objetivo de arrecadar créditos de celular. Neste golpe, o criminoso envia uma
mensagem de texto dizendo que a pessoa acabou de ganhar, um carro, uma casa ou
algum eletrodoméstico e que para receber o bem, basta seguir as instruções
contidas na mensagem. Quando a vítima compra o crédito de celular, o golpista
oferece novos prêmios em troca de mais créditos.
4. Falso sequestro
- Esse golpe é tratado como extorsão e não estelionato. O autor do golpe liga
aleatoriamente para telefones de vítimas e diz que está com o filho/a e exige
dinheiro para o resgate. Com ameaças de morte e aproveitando a situação de
nervosismo, os golpistas acabam convencendo a vítima de que realmente está com
alguém de sua família. Nessa situação, a vítima deve perguntar por alguma coisa
que só o filho ou filha saberia, por exemplo, o nome do animal de estimação ou
outro lugar em que tenham morado anteriormente. Antes da confirmação não se
deve tentar negociar com os criminosos ou fazer qualquer depósito em dinheiro.
5.
Facilitador de programas de casa habitacionais do governo - Este é um dos
exemplos em que a vítima também está procurando obter uma vantagem. O golpista
pede uma quantia em dinheiro para que a pessoa passe na frente de outras no recebimento
de casas de programas habitacionais. Após receber o dinheiro, o estelionatário
some sem dar satisfação a vítima. Os interessados em adquirir casas de
programas do governo devem ter a consciência de que existe uma ordem no sistema
que deve ser seguida e qualquer forma de facilitação ou proposta de burlar o
sistema, provavelmente é um forte indício de golpe.
Você deve sempre desconfiar de
propostas de venda de produtos no valor abaixo do mercado. A venda de materiais
do governo deve ser feita de acordo com os princípios da administração pública,
e não negociada diretamente com particulares. Em caso de dúvidas, entrar em
contato com o órgão que supostamente está fazendo a venda, para confirmar as
informações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário