A VIDA DO OCUPANTE DE CARGO ELETIVO
Rodolfo Juarez
Estamos a menos de um ano das eleições regionais e
nacional e, desde algum tempo, já se nota o esforço dos políticos para
aparecerem mais, falarem mais, opinarem mais e, até, participarem, mesmo que de
forma indireta, nas eleições de associações, sindicatos, federações e conselhos
profissionais, e em tudo que tenha decisão pelo voto.
E não é a participação saudável, democrática,
republicana. Boa parte é a participação criminosa, que utiliza a má-fé como
principal instrumento de convencimento daqueles que, de alguma maneira, ainda
param para ouvir ou receber orientações ou o que chamam, descaradamente, de
“apoio logístico” ou “demanda”.
Os políticos profissionais vendo que as mudanças das
regras eleitorais, para eleger-se a qualquer cargo, pouco mudaram, com
alterações pífias e insignificantes, avançam sobre todos utilizando os métodos
que já testaram e que, deram certa e convenceram a quantidade de eleitores
suficiente para vencer, ser empossado no cargo que escolheu para disputar e
usufruir das mordomias.
Na outra ponta o eleitor, cada vez mais em maior número,
e cada vez mais decepcionado com os resultados que os seus “lideres” se
movimentam contrariados, a não ser que tenha sido chamado para assessorar o
vencedor, indicado para ser assessor ou ocupar um cargo no Executivo como
prêmio pelo esforço e para fazer valer de que a máxima de que vitória “não foi
apenas do candidato, mas de toda a militância”.
Os detentores de mandato, principalmente aqueles que vão
buscar a renovação do diploma e do tempo para ocupar o cargo que disputarão no
dia 7 de outubro de 2018, farão tudo para encontrar uma maneira de levar
vantagem sobre os seus concorrentes e, assim, enquanto ainda todos têm o tempo
gratuito de rádio e de televisão, apresentam-se como o melhor penteado, o
melhor sorriso, para discorrer os seus sonhos e, aqui acolá, indicar uma
realidade, mesmo que seja rara.
Serão eleitos 24 deputados estaduais. Alguns destes serão
os mesmos que estão exercendo o cargo agora. Está definido que cada um pode
gastar até R$ 2,5 milhões, um valor, convenhamos, significativo e que poderá
vir do partido ao qual é filiado, de recursos próprios desde que esteja
declarado, doações de pessoas físicas até 10% dos seus rendimentos brutos
declaradas à Receita Federal do Brasil, vaquinha online é uma novidade e
“crowdfunding” que poderá ser feito a partir do dia 15 de maio.
Vê-se que os marqueteiros estão muitos satisfeitos, pois,
pelo que está posto, haverá muito dinheiro, principalmente para os grandes
partidos, através do Fundo Partidário e do Fundão (1,7 bilhão retirado do
Orçamento Público) especialmente das rubricas de emendas parlamentares e pela
não isenção das empresas de rádio e televisão para colocar em sua grade de
programação e os impropriamente chamados “horários gratuitos no rádio e na
televisão”.
No Amapá, além da escolha das 24 pessoas que vão
constituir a Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, na qualidade de
deputado estadual, o eleitor ainda vai definir o nome do governador e do
vice-governador, de dois senadores para a República e seus respectivos
suplentes, e de oito deputados federais, além do presidente e vice-presidente
da República.
Já falta menos de um ano e tem pessoas preocupadas com
término do seu mandato vendo que não tem possibilidade, sequer, de concorrer
por impedimento judicial.
É a vida!
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