MENSAGEM DO FANTASMA
Autora : S.A.M.
Deu-me o amigo/irmão Roberto Gato, um escrito, meio que
rebuscado e em linguagem coloquial e, também, escrito de próprio punho sem
guardar as regras gramaticais, demonstrando que sua autora não tinha ou tem
domínio gramatical e nem da língua portuguesa. Mas isso não tira o brilho do
conteúdo escrito, que traduz o conhecimento empírico e vivencial da narração
gravada em folha de papel avulsa e a tinta de caneta bic.
A frase inicial do texto – “ mais um ano que passou “,
remonta a 2016, e traz na narração a incerteza de que não alcançaria 2017, vez
que foi acometida de doença e também seus familiares, mas que tudo fora
superado e, como agradecimento, autorizou que a CARLA e SANDRO fizessem uma
festinha na casa deles, mas trazendo consigo a angústia de essa alegria, frustrava-se a
ausência de muitos familiares, vez que reafirma “ que poucos foram lá ( na
festinha ) me dar um abraço e foi quando percebi que eu não era mais nada de
grande coisa ... “. Esta breve
constatação da autora do texto revela sua nostalgia ao descobrir que já não é
tanto amada pelos seus como fora já em tempos passados, pois deixa transparecer
a solidão em que se encontra pela ausência de carinho e afetos.
A autora afaga suas memórias na lembrança de sua mãe, mas
entristece quando lembra das profecias de sua genitora, que ditas em tempos
idos reflete no presente sua confirmação – “ então lembrei de minha mãe que me
disse : um dia filha, quando a gente fica mais velho, mesmo não querendo a
gente tem que morrer para deixar o lugar para os outros, mesmo que estejamos
rodeados de gentes, mas estamos só, pois ninguém te quer por perto, pois tu já
não é mais uma companhia agradável, vez que a gente não tem direito de falar,
pois ninguém ouve tua conversa e discretamente vão se afastando do teu lado e
te deixando só. A gente perde o direito de ter alguma coisa, pois velho não
precisa ter nada, então só contamos com Deus ...”
O lamento acima é pura constatação da realidade moderna onde
os mais novos de idade não dão a mínima atenção ao mais idosos, sendo
familiares ou não, frustrando-os de continuar a viver com alegria, tendo como
alimentação corporal e espiritual carinho, atenção, respeito e, acima de tudo, continuar
a viver com dignidade.
Quem este artigo ler deve primeiramente refletir sobre seu
conteúdo, incorporar-se a ele, extrair dele a forma de entender a caminhada da
vida terrena representada pela trilogia – nascer, crescer, morrer; ou infância,
juventude, velhice; ou ainda, filho, pai, avô.
Há uma frase épica que diz :
“ tu és hoje o que fui ontem “.
Muito obrigado à autora deste maravilhoso texto-documentário
de vida.
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