domingo, 8 de outubro de 2017

ESPECIAL

Desenvolvimento municipal aumenta a procura por cidades interioranas




Problemas das grandes cidades e os investimentos nos municípios, acabam levando profissionais e empreendedores a buscar os municípios menores, revertendo fluxo migratório.

Reinaldo Coelho

As grandes metrópoles estão começando a perder o encanto aos olhos dos brasileiros. Animados com a expansão do crescimento, rumo ao interior do país, e com a consequente melhoria das condições de vida fora do eixo central, e desanimados com a violência, o trânsito ruim, a necessidade de vencer longas distâncias e o alto custo das despesas no dia a dia dos centros urbanos, já há quem dispense trabalho e de morar na cidade grande em favor de municípios menores.
Acompanhando essa tendência os amapaenses que residem nos grandes polos urbanos (Região Metropolitana de Macapá), que estão cada vez mais saturados, estão retornando ou migrando para as cidades de pequeno porte no interior do Estado.
No passado as cidades de Macapá e Santana atraíram grande quantidade de pessoas para viver, estudar e trabalhar e melhores salários, inchando os bairros periféricos e gerando um crescimento desordenado dessas cidades. Essas migrações, no entanto, já não são mais tendência no Brasil e principalmente no Amapá.
Em vez de ir para as grandes cidades, os migrantes estão buscando oportunidades em cidades amapaenses de médio e pequeno porte. Essa mudança no padrão do movimento populacional foi identificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em estudo divulgado no início da segunda década do Século XXI. A tendência atual começou nos anos 1990, e hoje as cidades de tamanho médio são as que mais crescem no país.
No Censo de 2010 o IBGE concluiu que das 27 unidades da federação, apenas 3 cresceram mais rápido nesta década do que na passada: Amapá, Tocantins e Paraná.
Estado que mais crescia no país o Amapá viu sua população aumentar ao ritmo de 5,3% por ano nesta década. Entre 1980 e 1991 o crescimento anual era de 4,7%.
No fim de agosto deste ano o IBGE publicou os números estimados da população do país, que atualmente tem 207.660.929 habitantes. Das 100 cidades que tiveram os maiores crescimentos percentuais no número de moradores, 5 estão no Amapá.
Os municípios com grande aumento populacional entre 2016 e 2017 foram Pedra Branca do Amapari (3,88%), Tartarugalzinho (2,85%), Pracuúba (2,66%), Ferreira Gomes (2,58%) e Oiapoque (2,50%). Dos 16 municípios do Estado, nenhum teve queda no número de habitantes, situação que aconteceu em 25% das cidades brasileiras, segundo o instituto.
Municípios do Amapá entre os 100 maiores crescimentos:
9º - Pedra Branca do Amapari
49º - Tartarugalzinho
65º - Pracuúba
77º - Ferreira Gomes
95º - Oiapoque
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) do Amapá é 0,708, em 2010, o que situa essa Unidade Federativa (UF) na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799). A dimensão que mais contribui para o IDHM da UF é Longevidade, com índice de 0,813, seguida de Renda, com índice de 0,694, e de Educação, com índice de 0,629.

Município de Porto Grande


INVERSÃO
Amapaense quer morar no interior

Com esses índices do crescimento que o Amapá vem sofrendo, e a expansão do crescimento dos municípios interioranos os amapaenses estão olhando para a pungência da natureza e o suporte da economia local, com a implantação da tecnologia fornecida pela internet, pois a maioria dos municípios amapaenses tem imagens de televisão e de internet, conectando-se as redes mundiais. Torna-se tranquila a mudança.
A troca do campo pela cidade à procura de uma vida melhor que sempre foi a opção mais comum. Porém, algumas famílias, cansadas do caos urbano, estão fazendo o caminho inverso, deixando os grandes centros para viver literalmente no meio do mato. Nas cidades do interior a correria é outra. Sem o trânsito dos grandes centros sobra mais tempo para respirar o ar puro, cuidar da saúde e da família. Enfim, buscar a tão sonhada qualidade de vida, que caminha junto com o progresso.
Nas décadas de 1970 e 1980. Os amapaenses quando se aposentavam e sua maioria eram servidores federais do ex-Território Federal do Amapá, iam residir no Estado Pará ou no Ceará, devido as ofertas de apartamentos em condomínios e melhoria da qualidade de vida, que consideravam inexistente aqui no novo Estado do Amapá.
A professora Zoraide Coelho do Nascimento, durante a década de 80, com a perspectiva de sua aposentadoria, adquiriu um apartamento em um dos Conjuntos Habitacionais em Fortaleza (CE). “Cheguei a receber a chave e fui conhecer o apartamento, era lindo o local, mas não me adaptei e voltei para Macapá e vendi. O bloco era só de amapaense, mas não me adaptei”.
A partir do início do século XXI e com impulso dados pela criação da Área de Livre Comércio de Macapá e Santana, crescimento da plantação de grãos, Zona Franca Verde, mineração, além da ampliação da escolas de ensino superior e o fortalecimento das universidades estadual e federal, com capacitação de mão de obras, os amapaenses se fixaram nas Terra Tucuju, e nestas duas décadas as idas retrocederam e o amapaense passou a visualizar o Amapá como terra boa para se viver e crescer profissionalmente e com melhor qualidade de vida.
Balneários espalhados pelo Estado do Amapá

Ao contrário da irmã, a professora Iranilde Ribeiro da Silva, ao aposentar-se na década de 90, resolveu comprar um sitio no município de Porto Grande e construir uma nova vida, com cultivos de frutíferas e hortaliças, além de criação de galináceos. “Passei a cultivar uma vida mais saudável, respirando o ar puro da natureza, cercada de verde, além de uma qualidade de vida superior ao da cidade, pois fui morar fora do centro urbano de Porto Grande”.
Ela reforça que os gastos com o cotidiano são reduzidos quando se vive longe da oferta interminável de produtos, serviços e lazer da cidade grande. "O custo de viver aqui é menor, pois consegui um nível de consumo bem menor, com menos de deslocamentos diários e dispersão com atividades cujo custo é maior do que a benfeitoria. Um dos problemas é a insegurança, que infelizmente está em todos os lugares. Muitos dizem que a violência é menor, mas nos dias de hoje não dá para facilitar em lugar nenhum”. 
Esses casos pontuais não refletem muito a realidade de outros amapaenses que estão retornando ou adotando cidades de médio e pequeno porte devido a descentralização das redes de ensino, saúde e econômica e estão voltando a suas origens, pelo crescimento das economias locais, possibilitando se estabelecer com segurança.

Municípios atrativos
 
Município de Itaubal
Os municípios que mais tem atraído novos moradores são: Mazagão, Porto Grande, Ferreira Gomes, Pedra Branca do Amapari, Laranjal do Jari. Além dos distritos de Macapá (Fazendinha e Bailique) e de Santana, a Ilha de Santana e o Foz do Matapi.
Na Região Metropolitana de Macapá perdura a migração pendular devido as pessoas que estudam ou trabalham em um município diferente de onde mora, sendo obrigado a se deslocar diariamente para cumprir essas obrigações, caso de Macapá, Santana e Mazagão, hoje devido ao crescimento econômico, estruturação do sistema rodoviário, como as pontes que ligam Mazagão aos demais municípios.
Um dos grandes motivos de Macapá ser considerado uma cidade/estado, onde hoje se concentra mais de 60% dos habitantes do Estado, se dava pela inexistência nos municípios interioranos, de estruturas econômicas e educacional. A maioria dos jovens tinham acesso ao Ensino Fundamental e deslocavam-se para concluir os estudos do Ensino Médio e Superior. O baixo investimento no setor agrícola, também levou as famílias a acompanharem os filhos e se fixarem nos grandes centros amapaenses, criando assim os bolsões da pobreza na periferia dessas comunas.
Com a atual administração isso vem mudando, a administração das cidades pelo governo de Waldez Góes vem incentivando a permanência ou retorno desses pessoal que se foi a procura de formação e emprego, pois agora está sendo gerado em suas próprias terras.

Investimento estadual nos municípios


Hoje os municípios amapaenses tem recebido investimentos pesados do poder público federal e estadual, assim como do setor privado. Muitos ampliaram o crescimento no setor mineral e agropecuário. Fazendo quase extinguir o “êxodo rural” e crescer os novos habitantes que procuram melhorar a qualidade vida, como a de novas oportunidades de emprego e de empreender na rede hoteleira, de alimentação e serviços, segmentos necessários para o “boom” de crescimentos municipais. Principalmente os do centro-oeste, que sediam a chamada “Fronteira Verde” devido ao avanço exponencial da soja e grãos nos cerrados amapaenses.
A facilidade para encontrar trabalho no interior é fruto do controle da inflação, do crescimento da economia, das políticas sociais implementadas pelo governo e da expansão de investimentos rumo aos municípios de menor porte.
O Governo do Amapá vem trabalhando para garantir aos munícipes de todo o Estado melhor qualidade de vida e para isso vem descentralizando os investimentos. Uma Caravana do Desenvolvimento tem visitado semanalmente cada um dos 16 municípios e firmando parcerias e convênios para ajudar as prefeituras em melhorar a prestação de serviços e de desenvolvimento das economias locais.
GOVERNADOR WALDEZ GÓES

“Isso garante o reconhecimento da vocação dos municípios e a utilização de ferramentas que possibilitem uma melhor gestão da atividade turística, proporcionando um grande impulso no desenvolvimento socioeconômico municipal e regional, com benefícios para toda a população”, declara o gestor estadual Waldez Góes.

Este trabalho está sendo feito com todos os municípios do Estado, que têm o prazo de 120 dias para iniciar a execução dos trabalhos, a partir da assinatura do termo. “Limpeza urbana é um serviço essencial, que reflete diretamente na saúde de nossa gente”, enfatizou.

Góes mencionou ainda outro compromisso do Estado com todos os municípios: garantir contrapartidas aos recursos federais articulados pelos prefeitos dos 16 municípios do Estado. Essa, segundo o governador, é mais uma medida para fortalecer a relação com os gestores municipais em benefício da população. “A crise do país não acabou, mas no nosso Estado ela está sendo domada. A união entre os entes é um fator de extrema importância neste momento, e este é o ambiente que busco construir, pois quem ganha com isso é o nosso povo”, conclui.

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