sexta-feira, 6 de outubro de 2017

FIQUE INFORMADO





DE QUEM É O BRASIL?
Por: Marco Antônio

    A crise política brasileira começou como uma pedra atirada no meio de um lago, cujas ondas do impacto foi crescendo e, inclusive, passou das margens e ainda não parou, pois, a pedra chegou ao fundo e está toldando toda a água. É como dizia o saudoso jornalista Carlos Bezerra: “O ruim é chegar no fundo do poço e descobrir que ainda há mais poço”.

   Os brazucas estão na verdade em um mar de areias movediças, em cujas margens está cercada de escorpiões. Estamos vivendo um pesadelo cuja manhã não chega. Lembrou aquela piada em que o otimista diz: daqui a pouco tempo estaremos comendo caca!, ao que o pessimista conclui: e a caca não vai dar para todos!
   E o pior de tudo, como uma engenhoca maldita, os trabalhadores não param, e continuam nas suas lidas, pagando os seus impostos que continua alimentar toda a engrenagem. Enquanto isso, o sistema de saúde, já caótico, despenca; a economia, agoniza; o orgulho, sempre tão pujante, se esvai pelo ralo da misericórdia.

   O que fazer? Mudar de pais, apregoam alguns. Os que podem estão arrumando as malas e zarpando. No entanto, a grande maioria vive no porão e, mal mente, tem acesso a algumas réstias da luz do sol. Quisera, pa eles, pegar o Ita e se mandar do lamaçal. Mas isso, nem em seus magros sonhos.

   Entra presidente, sai residente; elege-se “salvadores da pátria” que acabam sendo tragados pelos poderosos aspiradores corruptivos. E os brasileiros viraram baratas tontas vivendo no esgoto de palácios faraônicos que a tal corrupção cria.

   Fala-se em intervenção militar. Será essa a saída? Como a moda, que vez em quando retorna, assim, parece que a ditadura pegou o mesmo bonde. Por assim dizer.

  Os comentários recentes da cúpula militar do Brasil sobre a situação política levantaram dúvidas sobre até que ponto o país está livre de uma ação das Forças Armadas para tomar o poder. No alto do cargo de secretário de economia e finanças do Comando do Exército, o general Antonio Hamilton Mourão discursou sobre “derrubar esse troço todo” e “impor” o que considera uma solução à crise política, caso o Judiciário não “retire da vida pública esses elementos envolvidos em ilícitos”.

  Mais surpreendente ainda foi a reação do seu superior no comando do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que descartou punir Mourão pelas declarações e ainda disse que as Forças Armadas dispõem de “um mandato” para intervir “na iminência de um caos” no Brasil. O Planalto, visado pelas declarações, silenciou, por mais que a Constituição de 1988 proíba os militares de intervir na política. Ao mesmo tempo, nas redes sociais, se multiplicam as mensagens de apoio a Mourão e links para notícias falsas, com propaganda velada sobre o tema. A sequência de acontecimentos preocupa a historiadora Maud Chirio, pesquisadora francesa sobre a história contemporânea do Brasil e especialista no regime militar. “Tal indisciplina ter passado sem consequências nos leva a sair de um modelo de democracia civil estável”, assinala.

  Levantamento inédito da Paraná Pesquisas indica que 51,6% dos brasileiros é a favor de uma intervenção militar no Brasil. O percentual de entrevistados contrários à medida é de 43,1%. O levantamento ouviu 2.500 pessoas, entre os dias 25 e 28 de setembro. A maioria dos que defenderam uma ação das Forças Armadas no país é formada por homens (52,6%), com idades entre 35 e 44 anos (45,9%) e com ensino fundamental (44,4%).

   O ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), causou polêmica ao fazer no fim da tarde desta quinta-feira, 28, uma enquete em sua conta no Twitter. "Vc é o juiz: o Brasil deve sofrer intervenção militar?", questionou o magistrado; em pouco mais de quatro horas, o tuíte superou mil e trezentos votos; quase 90% dos internautas votaram contra a intervenção militar; ao constatar a polêmica, Og Fernandes se defendeu das críticas e disse que segue a Constituição. Nossa bendita constituição, usada para salvaguardar os erros, mas perdida quando se busca uma tábua.

   E, voltando ao estado de crise atual, caso Michel Temer saia de cena, quem assume de maneira imediata é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com a tarefa de convocar eleições indiretas. Ou seja, deputados e senadores elegem o novo presidente. Outra possibilidade é que o Congresso aprove um projeto de emenda constitucional prevendo eleições diretas imediatamente. Porém isso dependeria de uma aprovação em dois turnos, por três quintos dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Ou seja, um balaio de gatos que nem passa na compreensão do mais genial “Zé Povinho”.

   Para nós, reles mortais, resta sucumbir às decisões dos altos escalões ou degenerar ante a hierarquia dos mafiosos do planalto. Isso, se quisermos sobreviver, apregoando por aí que: Somos brasileiros e não desistimos nunca!
  


Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...