O que está acontecendo com o Brasil?
Por Marco Antônio
Onde estamos, afinal? Como diz a
velha melodia, “Que país é esse? ” Parece que são dois Brasis: o Brasil do
Lula, que estava dando certo, para o seu povo, para a democracia, para a
autoestima, de um herói íntegro e sem máculas, que aparece na frente em todas
as pesquisas e o Brasil que deu errado, que só favoreceu as elites
conservadoras e hoje quer impedir que o Brasil que deu certo volte a se impor.
Lula representa o Brasil que dá certo, a mídia representa o Brasil que sempre
deu errado. E que quer impedir que seja o povo que decida, pelo voto
democrático.
E então, que Brasil os brasileiros
preferem: o que deu certo ou o que sempre deu errado para o povo e para a
democracia?
Na TV, o que vemos em horas a fio nos
jornalísticos que se alongam, que classe política fica brincando de jogar caca
entre si, enquanto as coisas se agravam. Que ajuste milagroso poderia ser feito
num país que ficou atado à dívida, inflação e estagnação industrial por mais de
30 anos? Não avançamos na eletrônica e nem na informática. As condições globais
não são fáceis, mas o pior é o nosso atraso nos setores de autopeças, têxteis,
confecções e tantos outros.
Os governos e suas equipes gastam
mal. Muita gente mete a mão. Os gestores não buscam equilíbrio, preferem
aumentar as dívidas e pagar juros. Não conduzem para o progresso real. As
empresas buscam vantagens como podem. Agora a casa precisa ser arrumada no
equilíbrio das contas, mas e as melhoras, quando virão? Ficamos com a impressão
de que fomos programados para não dar certo. A indústria estagnou; as mais
importantes foram adquiridas pelo capital externo, mas não tiveram impulso para
integrar suas operações à economia global.
Permanecemos dependentes da
exportação de matérias-primas e semielaborados. A Argentina se voltou para a
China e, com isso, perdemos negócios. Triste ver que nesse período todo ninguém
se mexeu visando um país melhor: nem os congressistas aboletados em Brasília,
nem os governadores, nem as entidades patronais. Menos ainda o povo
despreparado, dopado com o circo emburrecedor, representado pelo futebol,
carnaval e pelos barzinhos da vida, que lhe são fartamente oferecidos e as
pelas parcas migalhas de pão, jogadas aos seus filhos.
Fomos ensinados que vivemos em um
país democrático, que a ditadura acabou e que dias melhores estavam por vir.
Entretanto, também há o pensamento de que poderíamos viver muito melhor, caso
tivéssemos líderes melhores e fôssemos um povo mais participativo. Não se
participa de nada. Um nada que vai desde a reunião de pais, na escola, à
associação de moradores, reles grupo que trabalha em prol da ascensão de seu
presidente.
Por que todos assistem e não fazem
nada? Não há um sentimento de revolta contra essas situações? Não digo o
depauperado Zé Povinho, mas cadê os defensores da moralidade e dos bons
costumes? E seguimos em frente, vendo diariamente, que mais vale o
conhecimento dos atalhos do apadrinhamento, do que o da educação e o do mérito
pelo esforço pessoal. Mas, por que isto indigna e ninguém faz nada? Ou você vê
a isso tudo e acha normal?
Os Três Poderes deveriam ser
independentes e harmônicos entre si, e não subservientes e combinadores entre
si. Cada um deveria fiscalizar e coibir o excesso dos outros, em uma constante,
buscando sempre o bem comum, de acordo com os preceitos constitucionais. Aos
poucos, os freios e contrapesos da divisão de poderes parecem estar ruindo, sem
que ninguém faça nada contra isso.
E os dois Brasis, cujos dois comandos
partem de Brasília, giram em torno de si mesmo, como as duas estrelas
descobertas há alguns dias. Ainda assim, formam um país que tem uma grande força,
apesar de passar por um período de baixo crescimento, especialmente na
indústria, o aumento da inflação, especialmente irrita os mais pobres, um dólar
a um custo elevado para remover a força real da despesa pública continua a
crescer. Entretanto, o Brasil, pode-se dizer, as suas contas em ordem. Goza de
reservas invejáveis que protegem potenciais novas crises internacionais.
Mas, o que vem ao caso, para o povo é
o crescimento dos empregos, não apenas para os seus filhos, como outrora, mas
para si mesmos; a baixa da inflação, melhoria nos sistemas de saúde, segurança
e educacional. Segundos alguns sociólogos de plantão, essa crise que engessa o
povo não passa de uma crisálida onde gera uma população que sairá do casulo
cheio de uma consciência cidadã e maior maturidade política. Serão pessoas bem
mais participantes, protagonista de crescimento no Brasil e formadores de um
futuro mais brilhante e mais injusto democraticamente participativo. É o que
esperamos, com toda as nossas forças é fé!
Nenhum comentário:
Postar um comentário