TEXTO REVISADO – Ok
ABASTECIMENTO
DE COMBUSTÍVEL NO AMAPÁ
‘É
deixar o carro na garagem ou vender’
Reinaldo
Coelho
A semana não começou bem para os
proprietários de automóveis, principalmente para os que o utilizam para o
transporte profissional e comercial, com o aumento realizado pela Petrobrás, na
segunda-feira (6). O aumento no preço é registrado em todo o país, porque a
Petrobras passou a adotar a nova política de preços de combustíveis em 3 de
julho. Desde então, os anúncios de reajustes passaram a ser mais frequentes,
inclusive diariamente.
Os amapaenses já sentiram no bolso o
novo reajuste dos preços da gasolina, anunciado pela Petrobras, e os preços da
gasolina nas bombas de Macapá chegaram a R$ 4,19, na última semana. Este
movimento de preços pode acontecer de surpresa. No Amapá o preço da gasolina
comum iniciou 2017 entre R$3,68 a R$4,00, e chegou ao 11º mês do ano a R$ 4,19.
E é o terceiro movimento consecutivo de aumento nesse mês de novembro,
acumulando em 6,7% o aumento da gasolina vendida pela estatal.
Os revendedores, claro, repassam ao
consumidor. Em alguns postos da capital, o preço está estacionado em R$ 3,85.
Esse novo reajuste se refere aos
preços para as refinarias. O repasse ou não do aumento para o consumidor final
depende dos postos. E os revendedores de Macapá resolveram repassar aos
consumidores o aumento. "Eu percebi um aumento nesses últimos dias aqui,
mas muda muito esses valores, sempre para cima", reclamou o motorista
André Lopes, de 36 anos.
Os preços começaram a ser modificados
nos postos de gasolina a partir da zero hora da terça-feira (7). E pela manhã
os funcionários públicos e os profissionais autônomos sentiram a diferença nas
tabelas de preços nos postos de abastecimento.
Em alguns estabelecimentos da capital
o valor já ultrapassa os R$ 4, apesar do preço médio da gasolina comum estar em
R$ 3,722, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Em Macapá os valores da gasolina comum
variavam na última semana entre R$ 3,73 e R$ 4,07. No caso da aditivada, o
litro chegou a R$ 4,19. O custo do litro ainda pode variar nos postos em função
da forma de pagamento, sendo dinheiro ou crédito.
Em um dos postos visitados pela
reportagem o preço estava tabelado em R$ 4,19, valor pago no cartão de débito
ou crédito. Se for em dinheiro fica em R$ 4,10.
Para conseguir driblar essa sequência
de aumentos, que já foram mais de sete, durante os três primeiros trimestres de
2017, para muitos andar de carro virou luxo. Marinaldo da Silva é agricultor e
trabalha diariamente com carro, caminhão e trator. Segundo ele está cada vez
mais difícil achar alternativas para driblar esses aumentos.
“O custo está muito alto pra gente,
tanto na gasolina como no diesel. A gente já deixou de usar carro e usa moto. A
gente já diminuiu a viagem, que a gente mora em interior. Em vez de vir [para a
cidade] duas ou três vezes na semana, vem uma vez só. São várias economias para
não gastar o que tem e chegar no fim do mês e não conseguir pagar as contas”,
explica.
Antônio Pádua, funcionário público,
optou em deixar o automóvel em casa. “Vamos andando, de ônibus, limitar o ar
condicionado. Tem de economizar”.
Se os aumentos continuarem ele
pretende adotar uma solução que não é tão simples. “Parar o carro e deixar na
garagem ou vender. Essa é a solução”, lamenta.
Os consumidores consideram a nova
medida da Petrobrás preocupante. Segundo eles o principal responsável pelo
aumento é a alta carga tributária que sobre os combustíveis. Para eles os
revendedores não têm outra alternativa a não ser repassar os aumentos ao
consumidor.
O autônomo Erick Gonçalves conta que
já se desfez do carro porque não tinha condições de mantê-lo.
“A inflação vem caindo, porém aumenta
a gasolina e tudo mais. Acho que é uma falta de vergonha. Rouba o Brasil
todinho e quem paga o ‘pato’ somos nós. Vendi o carro e comprei duas motos, uma
para mim e outra para minha esposa, porque não tem mais condições”, finaliza.
O Gás de cozinha também foi reajustado
As refinarias
aumentaram a partir da 0h do dia cinco deste mês os preços do gás de
cozinha para uso residencial em botijões de até 13
kg (GLP P-13). O aumento é de 4,5%, em média.
O valor de elevação anunciado é o aplicado sobre os
preços praticados nas refinarias, sem incidência de tributos. Como a legislação
brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados,
o preço para o consumidor dependerá de cada distribuidora e revendedora.
Se o reajuste for repassado integralmente ao
consumidor final, o botijão pode chegar a aumentar em média 2%, uma alta de R$
1,21, segundo os cálculos da companhia – mantidas as margens de distribuição e
de revenda e as alíquotas de tributos.
Segundo a Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)no Estado Amapá o valor médio
do gás de cozinha na capital, era de R$ 67. E deverá chegar a R$ 73 e este
preço já está sendo comercializado em Macapá pelas revendedoras, que repassaram
integralmente o aumento ao consumidor.
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