Estudo detecta contaminação de agrotóxicos em alimentos
É muito provável que na sua mesa
alguns alimento estejam “temperados” com agrotóxicos. O uso de pesticidas na
agricultura não é proibido, mesmo que resíduos persistam nos alimentos até seu
consumo, contudo, uma pesquisa realizada em São Paulo e no Distrito Federal
mostrou várias irregularidades. Esta informação deve servir de alerta para
todos nós, devido o Estado importar cerca de 80% dos alimentos que consumimos.
O estudo foi patrocinado pela ONG
Greenpeace, feito em grandes centro de distribuições (Ceasa), onde foi coletado
e analisadas 50 amostras dos seguintes
alimentos mais consumidos pelos brasileiro: arroz, feijão, café, banana,
tomate, pimentão, mamão, laranja e couve.
As análises foram feitas no
Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico, da Secretaria de
Agricultura de São Paulo.
O resultado das análises apontou
entre as 50 amostra, que 18 (36%) apresentavam irregularidades, 12 amostras
(24%) tinham resíduos, porém em condições regular, ou seja, menos de 0,01mg/kilo
de peso vivo – os Estados Unidos e a União Europeia, adotam este valor de 0,01
mg/kg como ponto de corte para considerar a significância das análise de cada resíduo.
Estudos independentes, demonstram
que ao consumir alimentos com qualquer resíduo de agrotóxico, o corpo passa a
sofrer um processo de bioacumulaçaõ, onde os sintomas de ingestão de produtos
alimentares com pesticidas, mesmo abaixo de 0,01mg/kg, somente vão aparecer ao longo da vida
decorrente da exposição e consumo. Assim, torna-se muito
difícil relacionar doenças Crônicas, como o câncer, mal de Parkinson,
infertilidade, aborto, desregulação hormonal, com a ingestão diária de resíduos
de veneno existentes nos alimentos.
O pimentão nosso de cada dia é o
destaque negativo na pesquisa. Segundo os resultados de laboratório, foi
constatado a presença de 07 diferentes
resíduos de agrotóxicos nas amostras e, o que é mais grave, 03 dos agrotóxicos
detectados não é permitido seu uso pela Anvisa para a respectiva cultura. Logo,
quem consome pimentão está sujeito a um “coquetel de veneno” e de uma possível
potencialização de efeitos negativos à saúde, ao ambiente e a segurança
alimentar. Em ordem decrescente, temos o mamão Havaí, o tomate e a
laranja-pera.
Segundo Marina Lacôrte,
especialista do Greenpeace em agricultura e alimentação. “A nossa forma de
produzir alimentos está muito distorcida, os dados mostram que estamos comendo
agrotóxicos demais”.
Entretanto, de acordo com os especialistas,
não se deve, contudo, deixar de comer frutas e legumes por conta de
agrotóxicos, já que os benefícios são maiores que os riscos.
Uma opção segura para escapar dos
alimentos com resíduos de agrotóxicos é buscar alimentos orgânicos ou agroecológicos.
Entretanto, na cidade ainda não contamos com nenhuma feira de produtos
orgânicos, mesmo sabendo que existem vários agricultores familiares que adotam
este sistema de produção no nosso cinturão verde. Como este mercado não está
estruturado, eles se misturam com os produtores que produzem hortaliças e frutas de forma
convencional nas feiras do agricultor.
A comercialização de agrotóxicos no
Brasil tem uma série de isenções de impostos, o que facilita seu uso
indiscriminado. Há duas semanas, a Procuradora Geral da República, Raquel
Dodge, enviou ao Supremo tribunal Federal, um parecer em que pede o fim de
incentivos fiscais a produtos considerados agrotóxicos.
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