PREJUÍZO BILIONÁRIO
Rodolfo Juarez
Mais um exercício administrativo está terminando e mais
uma vez não foi definido o que fazer com as obras públicas que estão inacabadas
e sem quaisquer serviços há mais de dois anos.
Obras como do Shopping Popular, da Estação de Passageiros
do Aeroporto Alberto Alcolumbre, do Hospital Metropolitano, do Píer 2 da orla
do Bairro Santa Inês, do Canal da Mendonça Júnior, do Canal do Jandiá, do Canal
das Pedrinhas, do anexo ao prédio da Assembleia Legislativa, entre outras obras
que foram iniciadas e não concluídas estão, a cada dia, sendo a referência da
incompetência na decisão de fazer, da incapacidade de acompanhar e, no
descompromisso com o interesse público.
Como é uma questão de interesse público cabe aos órgãos
de controle, conforme a sua atribuição, instar o executor para que os serviços
sejam concluídos e as finalidades que justificaram a aprovação da execução da
obra, sejam renovadas.
Observem que na lista de obras inacabadas vários setores
são afetados, todos de infraestrutura e de direto interesse da população que,
certamente, sente a falta da função que poderiam estar exercendo na engrenagem
social.
O Shopping Popular, importante para o microempreendedor,
por não ter sido concluído influi na mobilidade e, principalmente, na
organização da Capital; a Estação de Passageiros do Aeroporto Alberto
Alcolumbre, coloca em cheque a qualidade do atendimento do passageiro do
transporte; o Hospital Metropolitano influencia a eficácia do setor de saúde pública
no Estado; o Píer 2 da Orla do Santa Inês, prejudica o turismo e a beleza da
cidade, além de colocar em risco a navegação das pequenas embarcações pela
falta de sinalização; os canais da Mendonça Júnior, do Jandiá, e das Pedrinhas,
são fundamentais para a drenagem da área urbana de Macapá, e o prédio anexo ao
prédio da Assembleia Legislativa, que eliminaria a necessidade das locações de
prédios que tem hoje o Poder Legislativo Estadual.
Colocando em uma mesma lista as obras que estão paradas
na Capital, nas outras sedes municipais e nos núcleos urbanos do interior,
rompe-se o total de 100 obras paradas, com mais de 100 milhões desperdiçados e
com uma projeção de mais de 1 bilhão de reais para dar sentido a esse triste
passivo.
Um número desse não pode ser creditado apenas no passivo
social, tem que entrar no passivo administrativo e alcançar o passivo dos
gestores que deixam que a situação se prolongue indeterminadamente, sempre na
esperança de que o próximo gestor estadual inicie a solução desse problema.
Os órgãos de controle que atuam nas diferentes esferas de
governo precisam agir. As obras, todas elas, foram iniciadas com os recursos
pagos pelo contribuinte sob a forma de tributos e vindos de várias origens: tem
recurso federal, estadual e municipal, então estão dentro das ações dos
parlamentares federais, estaduais e municipais.
Por isso é também importante qualquer providência do
Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal, da Controladoria
Geral da União, da Controladoria do Estado, bem como providências da Assembleia
Legislativa e das Câmaras de Vereadores.
O desperdício decorrente de obras paradas precisa ser
contido e definido um plano de recuperação ou, pelo menos, de explicação.
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