segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

ANÁLISE - ADRIMAURO GEMAQUE

A importância do administrador publico para a gestão pública

 

       É importante ressaltar que a palavra administração vem do latim ad, que significa direção e minister, subordinação ou obediência; isto é, uma atividade realizada por alguém sob o comando de outro. Megginson et al. (1998) conceituam administração como sendo o trabalho através de recursos humanos, financeiros e materiais a fim de atingir objetivos organizacionais por meio do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar.

Para Maximiano (2006), a administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos de funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle. Os conceitos em destaque caracterizam a administração de um modo geral, aplicável a qualquer organização seja ela pública ou privada, inclusive as sem fins lucrativos. Com isso as organizações se valem da administração para buscarem atingir suas ações estratégias, diretrizes e os instrumentos de controle na busca dos resultados, como também o desempenho pretendido.  

Porém, existem registros de que a historia da administração iniciou num tempo muito remoto, por volta de 5.000 a.C na Suméria ocasião em que seus habitantes procuram obter resultados mais eficientes exercitando a arte de administrar. No Egito, Ptolomeu criou um sistema econômico que para ser operacionalizado havia necessidade de uma administração pública sistemática e organizada. Depois na China, 500 a.C. foi sentida a necessidade de adotar um sistema de governo para o império, com este objetivo foi elaborada a Constituição de Chow, com seus oitos regulamentos e as Regras da Administração Pública de Confúcio que exemplificam como os chineses naquela época tentavam definir as regras e os princípios da administração. Estas são as principais raízes que fundamentam os registros iniciais da administração.

A bem da verdade, a administração passou a ser estudada como ciência a partir da Revolução Industrial. Uma evidência de registro dessa época é o filme Tempos Modernos lançado em 1936, em que o personagem principal (interpretado por Charles Chaplin), representava um operário, onde ele era instruído a fazer um único trabalho de apertar parafusos durante todo dia numa linha de montagem. Após muito estresse no trabalho ele acaba tendo reações que causaram problemas durante o trabalho, cai em confusões no seu setor, e vai parar nas engrenagens da máquina da fábrica, fazendo uma grande crítica à comparação do homem sendo tratado como uma máquina. Todavia, não se pode cair no erro em achar que antes da Revolução Industrial não havia administração.

A administração se estrutura em 1950, com a Teoria Estruturalista e neste contexto surge o profissional em administração, ou seja, o Administrador que deve possuir capacidade de planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar as mais diversas áreas, da organização seja ela pública ou privada.

Dentre eles destaca-se o  Administrador Público que é o profissional responsável por administrar o bem público. O Administrador Público é responsável em zelar pelo patrimônio público evitar gastos desnecessários, excedentes ou falta de funcionários, problemas de desperdício, traçar estratégias e métodos de trabalho, controlar aplicação correta dos recursos financeiros da organização.

Porém, no Brasil ainda estamos longe da conscientização dos nossos governantes em observar o lado formal e necessário da indicação de profissionais de Administração Pública para as instituições públicas, tanto no âmbito federal, como estadual e municipal. Costumeiramente as indicações de gestão pura de administração pública são preenchidas por apadrinhamento político. Tudo isto fruto da velha prática de acomodação de interesses de grupos, quando das disputas eleitorais. A escolha recai com o fundamento do apoio na eleição e não na capacidade técnica do conhecimento cientifico para desenvolvimento das atividades de gestão pública.
Se avaliarmos como tem sido a condução dos governantes ao longo do tempo em nossa história recente do país, vamos constatar que a administração da cousa pública invariavelmente tem primado pelo descumprimento, por seus agentes, dos princípios fundamentais que devem regê-la: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, a famosa sigla (LIMPE) que fortalece a Administração Pública e encontra-se expressa na Constituição Federal (Art. 37).
Neste momento no Brasil em que a corrupção sangra, os nossos dirigentes políticos deveriam pautar pela estrita a observância dos princípios na Legalidade: onde os atos sejam baseados na lei; Impessoalidade: prescreve que a atividade do Estado deve ser destinada aos cidadãos em geral, sem quaisquer discriminações; Moralidade: demonstra que não basta que o ato seja amparado pela lei, é preciso que ele não seja reprovável pela moral comum; Publicidade: conduz no sentido de que os atos devem ser transparentes aos administrados, por serem exercidos com base em delegação; e Eficiência: baseia na noção de obrigação de meios.
Um sonho quase autopia, seria que nas instituições públicas o administrador público elaborasse, coordenasse e avaliasse políticas que têm como objetivo atender às diversas demandas, principalmente nas áreas da saúde, educação, assistência social. Ao elaborar uma política pública, ele estabelece seus objetivos e suas diretrizes, analisa a viabilidade das linhas de financiamento com recursos públicos, acompanha licitações e controla o orçamento.
Atualmente assistimos impotentes vinculações na imprensa tanto nacional como local, o desperdício de recursos públicos em razão da incapacidade dos seus gestores em promover a prática correta de administrar. Está na hora de dar inicio a conscientização do segmento político e criar mecanismos de controle sobre a necessidade da inserção correta do administrador público nas gestões das coisas públicas. A burocracia tão combatida pela sociedade é a garantia da eficiência de uma imparcialidade da aplicação dos recursos. Ela precisa ser encarada de forma correta e controle efetivo.

Portanto, a população poderá exercer papel fundamental nesta reflexão, pois além de ser o objetivo principal da administração pública, é a mantenedora dos recursos (tributos) que geram as atividades do governo. A indicação dos gestores políticos para cargos na Administração Pública que não atenda ao perfil da capacidade técnica e científica não gera os resultados que a sociedade espera.

       Vamos pensar nisso!




Adrimauro Gemaque, é Analista do IBGE, Graduado em Administração Pública e Articulista.


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