A importância do administrador publico para a
gestão pública
É importante ressaltar que a palavra administração vem do latim ad, que significa direção e minister, subordinação ou obediência;
isto é, uma atividade realizada por alguém sob o comando de outro. Megginson et
al. (1998) conceituam administração como sendo o trabalho através de recursos
humanos, financeiros e materiais a fim de atingir objetivos organizacionais por
meio do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar.
Para
Maximiano (2006), a administração é o processo de tomar decisões sobre
objetivos e utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco
tipos de funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle. Os
conceitos em destaque caracterizam a administração de um modo geral, aplicável
a qualquer organização seja ela pública ou privada, inclusive as sem fins
lucrativos. Com isso as organizações se valem da administração para buscarem
atingir suas ações estratégias, diretrizes e os instrumentos de controle na
busca dos resultados, como também o desempenho pretendido.
Porém,
existem registros de que a historia da administração iniciou num tempo muito
remoto, por volta de 5.000 a.C na Suméria ocasião em que seus habitantes
procuram obter resultados mais eficientes exercitando a arte de administrar. No
Egito, Ptolomeu criou um sistema econômico que para ser operacionalizado havia
necessidade de uma administração pública sistemática e organizada. Depois na
China, 500 a.C. foi sentida a necessidade de adotar um sistema de governo para
o império, com este objetivo foi elaborada a Constituição de Chow, com seus
oitos regulamentos e as Regras da Administração Pública de Confúcio que
exemplificam como os chineses naquela época tentavam definir as regras e os
princípios da administração. Estas são as principais raízes que fundamentam os
registros iniciais da administração.
A bem da verdade, a
administração passou a ser estudada como ciência a partir da Revolução
Industrial. Uma evidência de registro dessa época é o filme Tempos Modernos lançado em 1936, em que o
personagem principal (interpretado por Charles Chaplin), representava um
operário, onde ele era instruído a fazer um único trabalho de apertar parafusos
durante todo dia numa linha de montagem. Após muito estresse no trabalho ele
acaba tendo reações que causaram problemas durante o trabalho, cai em confusões
no seu setor, e vai parar nas engrenagens da máquina da fábrica, fazendo uma
grande crítica à comparação do homem sendo tratado como uma máquina. Todavia,
não se pode cair no erro em achar que antes da Revolução Industrial não havia
administração.
A administração se estrutura em 1950, com a Teoria
Estruturalista e neste contexto surge o profissional em administração, ou seja,
o Administrador que deve possuir capacidade de planejar, organizar, controlar, coordenar e comandar as mais diversas áreas, da
organização seja ela pública ou privada.
Dentre eles destaca-se o Administrador
Público que é o profissional
responsável por administrar o bem público. O Administrador
Público é responsável em zelar pelo
patrimônio público evitar gastos desnecessários, excedentes ou falta de
funcionários, problemas de desperdício, traçar estratégias e métodos de
trabalho, controlar aplicação correta dos recursos financeiros da organização.
Porém, no
Brasil ainda estamos longe da conscientização dos nossos governantes em
observar o lado formal e necessário da indicação de profissionais de Administração
Pública para as instituições públicas, tanto no âmbito federal, como estadual e
municipal. Costumeiramente as indicações de gestão pura de administração
pública são preenchidas por apadrinhamento político. Tudo isto fruto da velha
prática de acomodação de interesses de grupos, quando das disputas eleitorais.
A escolha recai com o fundamento do apoio na eleição e não na capacidade
técnica do conhecimento cientifico para desenvolvimento das atividades de
gestão pública.
Se
avaliarmos como tem sido a condução dos governantes ao longo do tempo em nossa
história recente do país, vamos constatar que a administração da cousa pública invariavelmente
tem primado pelo descumprimento, por seus agentes, dos princípios fundamentais
que devem regê-la: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, a famosa sigla (LIMPE) que fortalece
a Administração Pública e encontra-se expressa na Constituição Federal (Art.
37).
Neste
momento no Brasil em que a corrupção sangra, os nossos dirigentes políticos deveriam
pautar pela estrita a observância dos princípios na Legalidade: onde os atos
sejam baseados na lei; Impessoalidade: prescreve que a atividade do Estado deve
ser destinada aos cidadãos em geral, sem quaisquer discriminações; Moralidade:
demonstra que não basta que o ato seja amparado pela lei, é preciso que ele não
seja reprovável pela moral comum; Publicidade: conduz no sentido de que os atos
devem ser transparentes aos administrados, por serem exercidos com base em
delegação; e Eficiência: baseia na noção de obrigação de meios.
Um sonho
quase autopia, seria que nas instituições públicas o administrador público
elaborasse, coordenasse e avaliasse políticas que têm como objetivo atender às
diversas demandas, principalmente nas áreas da saúde, educação, assistência
social. Ao elaborar uma política pública, ele estabelece seus objetivos e suas
diretrizes, analisa a viabilidade das linhas de financiamento com recursos
públicos, acompanha licitações e controla o orçamento.
Atualmente
assistimos impotentes vinculações na imprensa tanto nacional como local, o
desperdício de recursos públicos em razão da incapacidade dos seus gestores em
promover a prática correta de administrar. Está na hora de dar inicio a conscientização
do segmento político e criar mecanismos de controle sobre a necessidade da
inserção correta do administrador público nas gestões das coisas públicas. A
burocracia tão combatida pela sociedade é a garantia da eficiência de uma
imparcialidade da aplicação dos recursos. Ela precisa ser encarada de forma
correta e controle efetivo.
Portanto,
a população poderá exercer papel fundamental nesta reflexão, pois além de ser o
objetivo principal da administração pública, é a mantenedora dos recursos
(tributos) que geram as atividades do governo. A indicação dos gestores
políticos para cargos na Administração Pública que não atenda ao perfil da
capacidade técnica e científica não gera os resultados que a sociedade espera.
Vamos pensar nisso!
Adrimauro
Gemaque, é Analista do IBGE, Graduado em Administração Pública e
Articulista.
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