sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

ARTIGO DO REI


O idoso e a paciência
Por: Celia Lima

No início da vida, o bebê conta com a proteção e os cuidados dos pais biológicos, de algum familiar ou de pais adotivos. O ser humano depende disso para sobreviver e se desenvolver física, emocional, afetiva e socialmente. Somos gregários, interdependentes, gostamos do contato com outras crianças quando pequenos, formamos grupos na adolescência, buscamos um companheiro ou companheira e desejamos formar uma família. Ou optamos por seguir sem formar uma família, mas de qualquer forma, em condições normais, seguimos unidos a amigos, colegas profissionais ou grupos de interesses comuns.
Muitas pessoas, na idade adulta, mantêm laços estreitos com suas famílias de origem, seja por amor, por necessidade ou por um senso de dever e solidariedade. O fato é que os pais envelhecem enquanto estamos ainda numa fase produtiva e atuante, e precisam dos cuidados e da atenção dos filhos: os papéis se invertem.
Os pais têm suas tábuas de valores que já não são mais os nossos próprios. O idoso tem manias, mais dificuldade de aceitar novas formas de viver e resistência em concordar que seus filhos possam seguir sem depender de seus conselhos.
"O idoso tem manias, mais dificuldade de aceitar novas formas de viver e resistência em concordar que seus filhos possam seguir sem depender de seus conselhos."
Alguns se predispõem a uma certa abertura para absorver e acompanhar a evolução social, mas outros não: como rochas, eles se recusam a sair do lugar. Como crianças birrentas, eles se arvoram o direito de viver a vida como bem entendem, ainda que isso provoque desconforto e embates no seio familiar. Tudo isso pode fazer parte da difícil aceitação do processo de envelhecer, especialmente quando o idoso foi uma pessoa ativa, um profissional atuante ou o "cabeça" da família. E, por isso, perder sua independência e autonomia pode ser muito doloroso.
Devemos lembrar que esses idosos fazem parte de uma geração que não teve a oportunidade de entrar em contato com esse infinito universo de informações que temos hoje. Eles fazem parte de um grupo ainda preconceituoso com relação a terapias que promovem o autoconhecimento, aprenderam a viver sem muitos questionamentos, todavia não com menos problemas ou traumas. Mas nada disso significa que não seja trabalhoso, difícil e até mesmo muito desgastante acompanhar o declínio desses pais, muitas vezes intransigentes.
São inúmeras as formas de manifestar esse traço de personalidade e temperamento que esbarram na lógica e na paciência dos filhos. Vamos citar algumas:
·         se recusar a ir ao médico ou tomar remédios conforme a prescrição;
·         driblar o banho e os cuidados com a higiene;
·         não considerar a opinião dos outros;
·         se recusar a seguir determinada dieta;
·         insistir em realizar tarefas que coloquem sua segurança em risco, como usar facas afiadas na cozinha, trocar lâmpadas ou mesmo ir ao mercado atravessando ruas perigosas. (continua)









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