O auxílio-paletó e
o triste início do ano eleitoral amapaense
Besaliel Rodrigues
Bem o ano eleitoral de 2018 iniciou e o Amapá mais uma vez teve uma das páginas
mais podres de sua história e foi motivo de grande vergonha e de escárnio em
todo o Brasil e em vários países do mundo.
Desta vez tudo movido pelo fato da Assembleia Legislativa estadual ter aprovado
em tempo recorde de dez dias o tal do projeto de lei do auxílio-paletó, o que
revoltou veementemente a população local e várias autoridades estaduais e
nacionais, repercutiu enormemente nas redes sociais do Brasil e de alguns
países, nos quais o assunto chegou a ficar entre os “top 10” das notícias mais
lidas.
Entendendo o caso. Os deputados resolveram aprovar para si, no apagar das luzes
de 2017, os 14º e 15º salários, este último destinado à compra de roupas. Como
se já não bastasse os mais de R$ 25 mil reais mensais de salário, os mais de R$
80 mil reais mensais de verba de gabinete, os mais de R$ 30 mil reais mensais
de ajudas de custo, eles ainda querem mais dois salários extras de R$ 25 mil
reais por ano, sendo, como já dissemos, um deles para comprar roupas (sic!).
Isso mesmo o que você leu: COMPRAR ROUPAS!
Revoltada, a população foi para a frente do prédio da Assembleia Legislativa
levando roupas usadas para doar para os deputados, em sinal de revolta e
crítica.
A OAB – Ordem dos advogados do brasil, seccional amapá, correu e protocolou
rapidamente requerimento junto ao governador sugerindo o veto do tal projeto.
O Governador, de forma muito sensata, imediatamente disse para o povo, via
imprensa, que vetaria o referido projeto e não transformaria em lei aquilo que
o povo estava mostrando oposição.
O conceituadíssimo causídico Cícero Bordalo Jr., o “príncipe dos Advogados”,
juntamente com seu filho Cícero Bordalo Neto, em nome do povo e da sociedade,
protocolaram Ação Popular constitucional, com pedido de tutela, para que o
Poder judiciário impeça a Assembleia legislativa de tentar “tomar” o dinheiro
do povo (14º e 15º salários / auxílio-paletó) via derrubada de veto do
Governador ou de aprovação de resolução interna.
Em meio a tudo isso, fica uma pergunta no ar: Será que esses deputados ainda
não estão satisfeitos com o salário e mordomias mensais de mais de R$ 135 mil
reais e de mais de um milhão, seiscentos e dez mil reais anuais cada um vezes
24 deputados que a AL tem? (faça a conta aí). Ainda querem mais R$ 50 mil reais
anuais (mais R$ 4.166 por mês) e com a conversa de que o tal do 15º salário é
para comprar roupas? Que coisa maligna e afrontosa aos eleitores que votaram e
os colocaram ali!
Por outro lado, o projeto de resolução legislativa para parar a Companhia de
Eletricidade que está humilhando e extorquindo o povo na cara de pau, com
tarifas satânicas de energia foi abandonado. A Assembleia Legislativa não deu
valor e largou o povo nas garras da maldita e criminosa CEA.
E mais, num momento de crise econômica em nível estadual e nacional; num
momento de contenção de gastos, onde o povo está sofrendo os apertos da
carestia, da falta de emprego e de recursos financeiros, os deputados estaduais
do Amapá resolveram se alto concederem mais dois salários extras, em total
acinte à inteligência do povo e à democracia brasileira.
Outra questão absurda que salta aos olhos é o orçamento mensal de quase quinze
milhões por mês e de R$ 172 milhões por ano. Cadê a prestação de contas de tudo
isso? Onde a Assembleia Legislativa gastando essa fortuna? Com a palavra o
Ministério Público do Patrimônio Público para nos ajudar a esclarecer estas
indagações.
Para não cometer injustiças, talvez não sejam todos delinquentes, mas é muito
triste saber que quase todos são traidores e gananciosos e malignos
representantes do povo.
Por fim, esperamos que em outubro deste ano de 2018 nós, os eleitores, os
verdadeiros donos e titulares do poder, criemos vergonha na cara e expulsemos
essa corja de “bandidos da democracia” daquela Casa Legislativa.
Assim, pelo Amor de Deus, em outubro, vote diferente e coloque gente diferente
para melhor nos representar naquela Casa do Povo. Amém!
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