CAMPANHA INTEGRADA
No Amapá, mais de 67
mil escolares serão beneficiados com a Campanha Nacional de Hanseníase e outras
doenças
Será realizada a busca
ativa de hanseníase e exames para diagnóstico e tratamento de tracoma e
esquistossomose, além do tratamento de verminoses em alunos de 210 escolas do
estado
Da Editoria
Durante todo o primeiro
semestre deste ano letivo, 67,9 mil alunos de 5 a 14 anos de idade,
matriculados no ensino fundamental de 210 escolas públicas do Amapá serão
beneficiados com a busca ativa para diagnóstico e tratamento de casos de
hanseníase, de tracoma e de esquistossomose. Os escolares também receberão
tratamento contra verminoses. A estratégia, promovida pelo Ministério da Saúde,
faz parte da V
Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses, Tracoma e Esquistossomose para
diagnóstico de doenças que possuem tratamento gratuito no Sistema Único de
Saúde (SUS) e contempla 15 municípios do estado.
A estratégia, cujo slogan
é “Hanseníase,
Verminoses e Tracoma – em casa ou na escola, sempre é hora de prevenir e
tratar”, ocorrerá em 40 mil escolas públicas de 2,7 mil
municípios brasileiros que aderiram à ação e envolverá mais de oito milhões de
alunos. As atividades serão realizadas até o dia 30 de junho. Com ações
específicas para cada uma das doenças, a campanha envolve profissionais da
educação e os que atuam no SUS, em especial os profissionais da Estratégia de
Saúde da Família (ESF), das Unidades Básicas de Saúde e da Vigilância
Epidemiológica dos municípios.
Do total de municípios que
aderiram à Campanha, 2.615 (95,4%) são considerados prioritários, devido à
vulnerabilidade social e ao risco de adoecimento da população por essas
doenças. Dentre os quais 13 são do Amapá. Todos os municípios prioritários
juntos receberam do Ministério da Saúde mais de R$ 16,5 milhões para a
realização das ações propostas. Outros 127 municípios participarão
voluntariamente da Campanha. Todos recebem do Ministério da Saúde apoio técnico
e os medicamentos necessários para a execução da Campanha.
Para intensificar a
estratégia, será realizada a Semana de Mobilização Nacional da V Campanha Nacional de Hanseníase,
Verminoses, Tracoma e Esquistossomose, que ocorrerá de 5 a 9
de março. O lançamento será dia 06 de março na Escola Estadual Professor Jercy
Jacob em Várzea Grande, Mato Grosso com a presença da coordenadora-geral de
Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde, Carmelita Filha.
Para a coordenadora, a ação no ambiente escolar potencializa os resultados
dessa intervenção. “Vamos ao encontro dos alunos que estão num local que é
familiar para eles, facilitando a abordagem para realizar ações educativas e
identificando precocemente essas doenças”, explica Carmelita Filha.
CAMPANHA ANTERIOR - A quarta edição da
campanha, que aconteceu em 2016 e 2017, contou com participação de 2.409
municípios. Ao todo, seis milhões de escolares receberam a ficha de autoimagem,
157 tiveram diagnósticos de hanseníase confirmados, além de 23 casos
diagnosticados entre os contatos. Cerca de 4,9 milhões de escolares receberam a
profilaxia para verminoses, 22.084 casos foram confirmados como positivos para
tracoma e 381 para esquistossomose.
No estado do Amapá,
nenhum dos 41,1 mil alunos que receberam a ficha de autoimagem teve diagnóstico
confirmado para hanseníase. 35,6 mil escolares foram tratados contra verminoses
e 243 alunos foram diagnosticados com tracoma.
HANSENÍASE - Para detecção de casos de
hanseníase, a estratégia consiste na utilização da ficha de autoimagem que
contempla sinais e sintomas sugestivos da doença. A ficha é entregue a cada
aluno, a qual é preenchida pelos pais ou responsáveis e posteriormente
devolvida à escola. As fichas são triadas pelos profissionais de saúde e os
casos com lesões suspeitas de hanseníase, encaminhados para avaliação e início
do tratamento, caso confirmado o diagnóstico. Os contatos dos casos
diagnosticados também devem ser examinados.
Na última década, o
Brasil apresentou uma redução de 37,1 % no número de casos novos, passando de
40,1 mil diagnosticados no ano de 2007, para 25,2 mil em 2016. Tal redução
corresponde à queda de 42,3% da taxa de detecção geral do país (de 21,19/100
mil hab. em 2007 para 12,23/100 mil hab. em 2016). Do total de casos novos
registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos,
sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente, e 7,2 mil
iniciaram tratamento com alguma incapacidade.
O diagnóstico e o
tratamento da hanseníase são ofertados pelo SUS, disponível em unidades
públicas de saúde. Por isso, na última campanha publicitária lançada no início
do ano, o Ministério da Saúde alerta a população sobre sinais e sintomas da
doença com o objetivo de estimular a busca pelos serviços de saúde e mobilizar
profissionais de saúde na busca ativa por casos novos.
VERMINOSES, TRACOMA E
ESQUISTOSSOMOSE - No caso das geo-helmintíases ou verminoses, os alunos recebem
profilaxia com Albendazol 400mg em dose única. Esse medicamento é eficaz, não
tóxico, e utilizado, há vários anos, em milhões de pessoas de diversos países.
Quanto ao tracoma, os escolares são submetidos a exame ocular externo,
realizado por profissionais capacitados. Os casos positivos e seus contatos
domiciliares são encaminhados para tratamento.
Já os municípios que
aderiram às ações para esquistossomose realizarão exame de fezes na população
escolar e tratamento individual ou coletivo dos casos, com base nos percentuais
de positividade encontrados
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