Dedicou mais de três décadas à
educação no Estado do Amapá
Professora Marly Maria e Souza da Silva – Homenagem Póstuma
Reinaldo Coelho
Esta semana a editoria do pioneirismo amapaense aplaude a homenagem do
GEA/SEED a professora
Marly Maria e Souza da Silva tornando-a patrona da primeira escola
bilíngue (português/francês) amapaense e quarta do Brasil. Essas posturas dos
poderes em titular escolas públicas com nomes de grandes mestres e até de
anônimos tem o propósito de homenagear nossos antepassados, aqueles que têm
prestado seus trabalhos em prol da educação e ensino em nossa terra, mormente
neste estabelecimento de ensino, o qual inicia sua existência, trazendo
novidades importantes da educação do Amapá, preparando o estudante do Conjunto
Macapaba, para quando sair desta escola, tenha um preparado para enfrentar o
mercado de trabalho e temos a satisfação em apresentar este simples e pequeno
trabalho de levantamento de todos os funcionários e mestres que por aqui
passaram, e aos que ainda labutam transmitindo às gerações sucessivas seus
ensinamentos. É essa a missão desta editoria, homenagear todos os nossos
pioneiros.
Nossa homenageada da semana completou sete meses de falecimento e a
homenagem prestada pelo sistema de educação estadual é justa e merecida, pois muitas
coisas mudaram desde quando ela se aposentou. Muitas das atividades em que,
decisivamente, tomou parte, restam no esquecimento desta geração mais nova.
Mesmo muitos daqueles que tiveram os caminho orientado por ela, vivem reféns de
preocupações rasteiras. Num momento de completo desaviso quase consideram ter
trilhado soberano e solitariamente as nuances tortuosas dos seus caminhos,
esquecendo da mestra que lhes clareou essa trilha.
É essa injustiça que se pretende prevenir com quem tanto nos disse onde
colocar os pés. A homenagem à professora Marly Sousa, atribuindo-lhe seu nome a
nova escola do Conjunto Habitacional Macapaba, é o mínimo que se pode fazer
para preservar a memória de quem tanto fez pela educação e quase nada exigiu.
Para a professora Marly, educar foi um exercício de solidariedade e sacerdócio,
e hoje essa dedicação de 30 anos estará eternizada quando a reconhecemos como a
mestre e patrona de uma escola.
Os anos dedicados com coragem e
entrega à Educação no Estado do Amapá renderam uma justa homenagem à professora
Marly Maria e Souza da Silva, falecida em setembro de 2017. A primeira escola
de ensino bilíngue da rede pública estadual, inaugurada na terça-feira (6), no
Conjunto Macapaba, carregará o nome desta educadora que doou mais de três
décadas da sua vida para levar conhecimento a crianças e jovens, sobretudo, no
interior do Estado.
Marly Maria era filha de Tertuliano
Silva e Joana Guimarães da Silva. Nascida no município de Calçoene, a
professora formou-se em Magistério, em Macapá, e logo em seguida começou a
lecionar, em agosto de 1961. Igual aos muitos anos da carreira profissional, o
início foi no interior do Estado, na comunidade de Rio Pedreira.
Naquela época os professores moravam
nas escolas ou em casas próximas, cedidas pelo governo. Mas as barreiras iam
além. Por muitos anos a professora Marly Maria atravessou rios, andando nos
paus de arara – como eram conhecidos as carrocerias de caminhões que
transportavam os servidores públicos pelas regiões íngremes do Amapá.
Apesar das grandes dificuldades a
paixão pela arte de ensinar a fez vencer todos os medos e cumprir o juramento
de passar o conhecimento aos pequenos estudantes do rincão amapaense.
Foi fazendo o que mais gostava que a
educadora conheceu outra paixão da sua vida. Ela era diretora da escola Colônia
Agrícola do Matapi, no município de Ferreira Gomes, quando conheceu José Maria
Góes da Silva, com quem casou em 1964.
No ano de 1967 mudou-se para a cidade
de Santana para trabalhar na escola Barroso Tostes. Em 1970 voltou a lecionar
no interior do Estado, dessa vez em Serra do Navio. Ela foi uma professora
agregadora e comprometida, que cultivou a amizade de ex-alunos e seus pais por
muitos anos, assim como amigos de trabalho. Com seu esposo José Maria, Marly
Maria se preocupava em levar a merenda escolar dos alunos, para não ficarem sem
alimentação.
Após a aposentadoria, mudou-se para
Santana, novamente, em 1987. Em novembro de 2010, passou a residir em Macapá.
Em 10 de setembro de 2017, a dedicada professora faleceu, na cidade de
Fortaleza, no Ceará.
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