O
último tiro
Alguém
já falou pra você essa frase: esse é teu último tiro. A sensação de você só ter
uma chance e horrível, pois o erro é fatal. Provoca no elemento uma
responsabilidade absurda. Dá aquele friozinho na barriga. Começa escorrer aquele
suor gelado na fronte e uma tremedeira nas mãos e nas pernas.
Na
verdade a inexistência da segunda chance é cruel. É assim que vejo a realidade
petista no Brasil. Toda a possibilidade do Partido dos Trabalhadores está em
uma sela da Polícia Federal em Curitiba. Luiz Inácio Lula da Silva. Lula está
preso, não entro do mérito se justamente ou injustamente. O fato que ele está
condenado por um colegiado e, portanto, alcançado pela Lei da Ficha Limpa.
Logo, inelegível.
A
militância nacional, bem articulada, tem mobilizado forças de vários segmentos
políticos e de outros setores da vida pública, e, continuam por assim dizer com
a chama da esperança acessa. O PT é um homem. Lula. Esse cara que deixou de ser
um “Ser” e passou a ser uma ideia e a última esperança do PT.
Mas,
no Amapá, essa realidade é outra. O Partido dos Trabalhadores padece da
ausência de liderança e sua representação política definhou a um nível que o PT
sequer tem nome para lançar como candidato a qualquer cargo, digo com reais
possibilidades de ganhar a eleição. O único que vejo no PT com relativa fleuma
moral para falar em alto e bom som é o advogado Marcos Roberto. O resto são
personalidades políticas apagadas ou condenadas. Então o que faz o PT ser
cobiçado? Seu tempo de televisão. Fora isso o PT no Amapá morreu.
Arrisco
a dizer que a derrocada do PT iniciou na traição de Capiberibe para com a
Professora Dalva Figueiredo. Capiberibe apoiou Waldez Góes que venceu a eleição
de 2002. Ali morreu uma liderança para se consolidar outra. Waldez Góes
tornou-se a maior liderança política do Amapá. Ninguém sai de uma Operação da
Polícia Federal preso e retorna ao panteão da política como Waldez Góes voltou.
Carregado pelo braço do povo. Já a Professora Dalva Figueiredo viu sua
possibilidade ser destruída tal qual um Castelo de Areia erigido às margens de
uma praia.
As
divergências internas e a pálida atuação de Dora Nascimento na
vice-governadoria do PSB de Camilo Capiberibe enterrou um pouco mais o brilho
da Estrela petista. Razão pela qual nas duas últimas eleições municipais o PT
foi de um desempenho impublicável, visto que o Partido crescia nacionalmente,
porém no Amapá o caminho feito pela sigla era inverso. Encolhia ao ponto de
sumir dos parlamentos.
Quem
é o grande líder do PT? Quem pode bater no peito e dizer vou ser Senador, vou
ser Deputado Federal ou Estadual. Sinceramente ninguém. PT no Amapá é tempo de
televisão, todavia, é para o PT o último tiro no Amapá e se o Lula não
conseguir transferir seus votos para um poste vermelho, começaremos a ver o
declínio de um projeto de Poder que tinha as claras pretensões de durar trinta
anos, no mínimo. Ah... Não entro no mérito de corrupção, isso e aquilo, nada
disso. Corrupção no Brasil chegou nas Caravelas Portuguesas, que enganavam
nosso índio com espelho e pintura para se apropriar de riquezas como o Pau
Brasil. Se for para falar de um Brasil sem corrupção, vamos contar outra
história. É mesmo uma questão de DNA político do partido. Pelo que assisti por
aí o PT volta mansinho como a prostituta que depois de levar uma grande surra
do cafetão volta terna e meiga aos seus braços. Boa sorte PT, mais não esqueça?
Esse é o último tiro, não errem.
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