sábado, 21 de abril de 2018

Artigo do Gato




O último tiro
Alguém já falou pra você essa frase: esse é teu último tiro. A sensação de você só ter uma chance e horrível, pois o erro é fatal. Provoca no elemento uma responsabilidade absurda. Dá aquele friozinho na barriga. Começa escorrer aquele suor gelado na fronte e uma tremedeira nas mãos e nas pernas.
Na verdade a inexistência da segunda chance é cruel. É assim que vejo a realidade petista no Brasil. Toda a possibilidade do Partido dos Trabalhadores está em uma sela da Polícia Federal em Curitiba. Luiz Inácio Lula da Silva. Lula está preso, não entro do mérito se justamente ou injustamente. O fato que ele está condenado por um colegiado e, portanto, alcançado pela Lei da Ficha Limpa. Logo, inelegível.
A militância nacional, bem articulada, tem mobilizado forças de vários segmentos políticos e de outros setores da vida pública, e, continuam por assim dizer com a chama da esperança acessa. O PT é um homem. Lula. Esse cara que deixou de ser um “Ser” e passou a ser uma ideia e a última esperança do PT.
Mas, no Amapá, essa realidade é outra. O Partido dos Trabalhadores padece da ausência de liderança e sua representação política definhou a um nível que o PT sequer tem nome para lançar como candidato a qualquer cargo, digo com reais possibilidades de ganhar a eleição. O único que vejo no PT com relativa fleuma moral para falar em alto e bom som é o advogado Marcos Roberto. O resto são personalidades políticas apagadas ou condenadas. Então o que faz o PT ser cobiçado? Seu tempo de televisão. Fora isso o PT no Amapá morreu.
Arrisco a dizer que a derrocada do PT iniciou na traição de Capiberibe para com a Professora Dalva Figueiredo. Capiberibe apoiou Waldez Góes que venceu a eleição de 2002. Ali morreu uma liderança para se consolidar outra. Waldez Góes tornou-se a maior liderança política do Amapá. Ninguém sai de uma Operação da Polícia Federal preso e retorna ao panteão da política como Waldez Góes voltou. Carregado pelo braço do povo. Já a Professora Dalva Figueiredo viu sua possibilidade ser destruída tal qual um Castelo de Areia erigido às margens de uma praia.
As divergências internas e a pálida atuação de Dora Nascimento na vice-governadoria do PSB de Camilo Capiberibe enterrou um pouco mais o brilho da Estrela petista. Razão pela qual nas duas últimas eleições municipais o PT foi de um desempenho impublicável, visto que o Partido crescia nacionalmente, porém no Amapá o caminho feito pela sigla era inverso. Encolhia ao ponto de sumir dos parlamentos.
Quem é o grande líder do PT? Quem pode bater no peito e dizer vou ser Senador, vou ser Deputado Federal ou Estadual. Sinceramente ninguém. PT no Amapá é tempo de televisão, todavia, é para o PT o último tiro no Amapá e se o Lula não conseguir transferir seus votos para um poste vermelho, começaremos a ver o declínio de um projeto de Poder que tinha as claras pretensões de durar trinta anos, no mínimo. Ah... Não entro no mérito de corrupção, isso e aquilo, nada disso. Corrupção no Brasil chegou nas Caravelas Portuguesas, que enganavam nosso índio com espelho e pintura para se apropriar de riquezas como o Pau Brasil. Se for para falar de um Brasil sem corrupção, vamos contar outra história. É mesmo uma questão de DNA político do partido. Pelo que assisti por aí o PT volta mansinho como a prostituta que depois de levar uma grande surra do cafetão volta terna e meiga aos seus braços. Boa sorte PT, mais não esqueça? Esse é o último tiro, não errem.


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