Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) lança projeto
Campo Futuro no Amapá
Visita a área de produção de grãos fez parte do lançamento do Projeto Campo Futuro no Ampá_foto Cleber Barbosa |
O projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), chegou ao Amapá
na última quarta-feira, 18/4, durante reunião técnica envolvendo produtores
rurais, representantes de sindicatos e entidades associativas, gestores e
técnicos de federações e da extensão rural, coordenada pelo presidente da
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amapá (Faeap), Iraçu
Colares.
Esta iniciativa alia a capacitação do produtor rural à geração de
informação para a administração de custos, de riscos de preços e gerenciamento
da produção. “É uma honra recebermos este projeto da CNA e Senar no estado do
Amapá. É um indicativo de que começamos a fazer parte do cenário da agricultura
do país, a nos tornarmos importantes neste cenário, e a produção de grãos tem
sido importante neste processo”, afirmou o chefe-geral interino da Embrapa
Amapá, Nagib Melém, que participou da reunião técnica. Também estiveram no
evento o Secretário Estadual de Desenvolvimento Rural, Robério Nobre, o
presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) Hélio Dantas,
e o presidente da Associação
de Produtores de Soja do Amapá (Aprosoja), Daniel Sebben.
Através do projeto Campo Futuro, a capacitação dos produtores rurais é
realizada por instrutores do Senar, que os auxiliam a calcular os seus custos
de produção e os capacitam a utilizar ferramentas de gestão de risco, como
contratos futuros e de opções e ainda com o seguro rural. O levantamento
e acompanhamento de dados econômico-financeiros é realizado pela CNA em
parceria com instituições de ensino e pesquisa. Para esta etapa no Amapá,
aturam como instrutores Alan Malinski, assessor técnico da Comissão Nacional de
Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, e Diego Humberto de Oliveira,
responsável pelo projeto Campo Futuro e pesquisador do Centro de Inteligência
em Mercados da Universidade Federal de Lavras. “Agradeço o empenho e presença
dos instrutores da CNA aqui conosco, além dos gestores de instituições,
técnicos e produtores rurais. Hoje é o ponta pé inicial do projeto Campo Futuro
no Amapá, que já é desenvolvido no Brasil com vários produtos, e fizemos a
opção de começar no nosso estado pelos grãos. Na terça-feira fomos ao Porto de
Santana para os instrutores terem uma ideia da estrutura portuária do estado, e
nesta manhã (quarta-feira) realizamos o painel para coletar informações e à
tarde faremos uma visita a área de produção de grãos no cerrado amapaense”,
detalhou Iraçu Colares.
Na ocasião, Diego Oliveira explicou aos participantes que do ponto de
vista de gestão de custos, cada propriedade tem suas peculiaridades e os
resultados são individuais, porém a metodologia do painel do projeto Campo
Futuro tem o propósito de identificar o potencial tecnológico da região. “O
ideal é trabalharmos com uma ideia e uma visão de uma propriedade em produção
plena, que esteja com suas condições técnicas estabelecidas. Para fazermos um
paralelo depois, do ponto de vista de pesquisas e análises, com outras etapas,
seja uma área recém-aberta ou tecnologia recém-chegada”. O conceito de
propriedade modal, portanto, é identificar o quanto de potencial que a região
possui em termos de utilização de tecnologias que estão sendo disseminadas.
De acordo com Alan Malinski, o projeto atua também em regiões onde são
identificadas novas fronteiras da agricultura de escala comercial, a exemplo de
Roraima e Amapá. “As informações que coletamos nesta reunião em Macapá é o
nosso principal banco de dados de informações que vem do campo. São dados para
subsidiar todas as discussões que vamos participar durante o ano, desde a
defesa do produtor em audiências públicas, como definição do Plano Safra para
tentar ampliar recursos ou linhas de financiamento diferenciadas, assim como
garantira do preço mínimo para produtos de determinadas regiões”,
acrescentou. A reunião recebe o nome de painel, onde os produtores
informam dados que são inseridos em uma planilha constando de itens como
dificuldades da região, como se procede o sistema produtivo da região, quais
produtos são utilizados, qual a principal doença de cada região, entre vários
outros. “Posteriormente temos a confirmação dos dados com a parceira de
institutos que são nossos parceiros, no caso de grãos atuamos junto com a
Esalq. Todo o trabalho que fazemos tem a chancela de uma instituição. Depois
devolvemos os dados aos produtores e cada um pode fazer o seu custo particular,
para comparar com o modal da região”, diz Malinski
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