sábado, 21 de abril de 2018

GOVERNABILIDADE: A LÂMINA QUE RECORTA A GESTÃO


GOVERNABILIDADE: A LÂMINA QUE RECORTA A GESTÃO
Rodolfo Juarez
As eleições de 2018 serão, seguramente, um marco para a democracia brasileira, com o eleitor dando a palavra final sobre o que quer, verdadeiramente, para esta nação que tem convivido com manifestação de setores que nem sempre representam a maioria, mas é aquele que está dando opiniões, trabalhando para movimentar as massas, mesmo sem declarar o seu propósito.
Os governos, os movimentos sociais, a imprensa, o judiciário, o ministério público e os políticos se esgoelam para ditar o que seria a necessidade do povo que, até agora, como simples espectador, acompanha tudo o que acontece com incômoda apatia, sem se deixar levar por qualquer das rotas escolhidas por aqueles terceiros.
Mas vai chegar a hora de todos se curvarem à vontade popular, afinal de contas os brasileiros contam com regras definidas para o exercício do seu poder de influência nas principais decisões que influenciam na capacidade de dispor do que a Constituição de 1988 manda para todos.
Os problemas que o Brasil precisa resolver estão enfileirados, mas são muitos e variados, precisando de uma equipe disposta em resolvê-los e que queira quebrar essa sequência de vontades de poder que está impregnado entre aqueles que, até agora assumiram os cargos decorrentes dos mandatos que lhes são confiados pelo eleitor e que, em regra, trabalham para aumentar o poder do seu grupo político ou do grupo político que escolhe por conveniência, para usufruir dos serviços e dos resultados das gestões.
A administração pública ganhou um vocabulário próprio e passou a definir os seus próprios os parâmetros de interesse administrativo conforme o destino dos resultados, dando preferência para a satisfação dos seus protegidos ou aliados.
Foi instituída a palavra governabilidade para justificar o fatiamento da gestão entre aqueles que o eleitor não quis durante o pleito e, assim, se vê o trabalho maior dos gestores para agradar parlamentares com mandato, com a cessão de importantes setores da administração em troca de apoio políticos.
Os chefes de governo como o presidente da República, os governadores de Estado e do Distrito Federal, e mesmo os prefeitos, fecham compromissos políticos e entregam a administração para pessoas que, até podem ser um bom político, mas, em regra, não são bons administradores.
Assim está repartido o Governo Federal e o Governo do Estado do Amapá, e a energia que poderia ser gasto na gestão acaba sendo consumida para ajustar os interesses desses políticos que, mesmo perdendo a eleição, rodeiam aqueles que venceram o pleito.
A principal consequência está na diretriz administrativa de setores importantes da Administração que ficam entregues para pessoas que defendem programas que não foram aprovados pelo eleitor e que, vêem os projetos derrotados serem desenvolvidos, mesmo contra a vontade do eleitor.
O Brasil padece desse mal e o Amapá também!
Afinal, a governabilidade passou a ser um balcão de negócios, onde parlamentares indicam executivos para áreas importantes e até deixam o governador sem condições executar o seu projeto de governo.
Os órgãos federais instalados no Amapá, que deveriam exercer na plenitude o seu papel como um braço do respectivo ministério, passa a ser o responsável pela resposta política de um determinado parlamentar. E isso é aceito como normal.
O eleitor precisa estar muito atento ao que vai fazer no dia 7 de outubro e, se for preciso, no dia 28 de outubro (segundo turno de votação), observar antes de votar e votar com convicção para não escolher pessoas que não estão em condições de exercer o trabalho que o eleitor esperar e sim de alcançar o mandato para negociar conforme os seus próprios interesses ou de seus grupos.
Estima-se que aqui no Amapá serão mais de 500 candidatos para os 40 cargos que estarão sendo definidos pelo eleitor. Cabe a cada eleitor fazer uma análise coerente e oportuna para evitar arrependimentos.


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