GOVERNABILIDADE: A LÂMINA QUE RECORTA A GESTÃO
Rodolfo Juarez
As
eleições de 2018 serão, seguramente, um marco para a democracia brasileira, com
o eleitor dando a palavra final sobre o que quer, verdadeiramente, para esta
nação que tem convivido com manifestação de setores que nem sempre representam
a maioria, mas é aquele que está dando opiniões, trabalhando para movimentar as
massas, mesmo sem declarar o seu propósito.
Os
governos, os movimentos sociais, a imprensa, o judiciário, o ministério público
e os políticos se esgoelam para ditar o que seria a necessidade do povo que,
até agora, como simples espectador, acompanha tudo o que acontece com incômoda
apatia, sem se deixar levar por qualquer das rotas escolhidas por aqueles
terceiros.
Mas vai
chegar a hora de todos se curvarem à vontade popular, afinal de contas os
brasileiros contam com regras definidas para o exercício do seu poder de
influência nas principais decisões que influenciam na capacidade de dispor do
que a Constituição de 1988 manda para todos.
Os
problemas que o Brasil precisa resolver estão enfileirados, mas são muitos e
variados, precisando de uma equipe disposta em resolvê-los e que queira quebrar
essa sequência de vontades de poder que está impregnado entre aqueles que, até
agora assumiram os cargos decorrentes dos mandatos que lhes são confiados pelo
eleitor e que, em regra, trabalham para aumentar o poder do seu grupo político
ou do grupo político que escolhe por conveniência, para usufruir dos serviços e
dos resultados das gestões.
A
administração pública ganhou um vocabulário próprio e passou a definir os seus
próprios os parâmetros de interesse administrativo conforme o destino dos
resultados, dando preferência para a satisfação dos seus protegidos ou aliados.
Foi instituída
a palavra governabilidade para justificar o fatiamento da gestão entre aqueles
que o eleitor não quis durante o pleito e, assim, se vê o trabalho maior dos
gestores para agradar parlamentares com mandato, com a cessão de importantes
setores da administração em troca de apoio políticos.
Os
chefes de governo como o presidente da República, os governadores de Estado e
do Distrito Federal, e mesmo os prefeitos, fecham compromissos políticos e
entregam a administração para pessoas que, até podem ser um bom político, mas,
em regra, não são bons administradores.
Assim
está repartido o Governo Federal e o Governo do Estado do Amapá, e a energia
que poderia ser gasto na gestão acaba sendo consumida para ajustar os
interesses desses políticos que, mesmo perdendo a eleição, rodeiam aqueles que
venceram o pleito.
A
principal consequência está na diretriz administrativa de setores importantes
da Administração que ficam entregues para pessoas que defendem programas que
não foram aprovados pelo eleitor e que, vêem os projetos derrotados serem
desenvolvidos, mesmo contra a vontade do eleitor.
O
Brasil padece desse mal e o Amapá também!
Afinal,
a governabilidade passou a ser um balcão de negócios, onde parlamentares
indicam executivos para áreas importantes e até deixam o governador sem
condições executar o seu projeto de governo.
Os
órgãos federais instalados no Amapá, que deveriam exercer na plenitude o seu
papel como um braço do respectivo ministério, passa a ser o responsável pela
resposta política de um determinado parlamentar. E isso é aceito como normal.
O
eleitor precisa estar muito atento ao que vai fazer no dia 7 de outubro e, se
for preciso, no dia 28 de outubro (segundo turno de votação), observar antes de
votar e votar com convicção para não escolher pessoas que não estão em
condições de exercer o trabalho que o eleitor esperar e sim de alcançar o
mandato para negociar conforme os seus próprios interesses ou de seus grupos.
Estima-se
que aqui no Amapá serão mais de 500 candidatos para os 40 cargos que estarão
sendo definidos pelo eleitor. Cabe a cada eleitor fazer uma análise coerente e
oportuna para evitar arrependimentos.
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