sexta-feira, 4 de maio de 2018

'Meus momentos de Inspiração' Um livro para você se inspirar


Cultura


'Meus momentos de Inspiração'
Um livro para você se inspirar





Não tem idade para firmar a vocação literal” – Ana Alves de Oliveira –Educadora e Poetisa

Reinaldo Coelho

Um regime ditatorial militar, um punhado de histórias de amor, uma dúzia de paixões mal resolvidas, alguns filhos e netos, uma dezena de carimbos na carteira de trabalho, a substituição das máquinas Olivetti pelos computadores portáteis, a popularização da internet e o surgimento de livros digitais.
Quantas experiências se pode viver e quantas mudanças se pode testemunhar em 83 anos? É nessa fase da vida, que o acúmulo de memórias e o tempo livre propiciam o surgimento – ou a maior produtividade – de escritores. Eles reúnem memórias pessoais, documentam épocas e, em alguns casos, dão vazão a aptidões diferentes das vivenciadas, durante décadas, no campo de atuação profissional. Médicos, marinheiros, engenheiros e professores aposentados se transformam, ao primeiro título publicado, em escritores.
Biblioteca Pública Elcy Lacerda oportuniza aos novos autores amapaenses a apresentarem seus trabalhos autorais, reunindo escritores, poetas e poetisas, e leitores, em uma reunião onde a literatura é saboreada, com saraus intensos.
Esta última sexta-feira (4), foi a hora da professora aposentada Ana Alves de Oliveira, 83 anos, a se deliciar em entregar aos leitores suas poesias reunidas em um livro, ‘Meus momentos de inspiração’. “São 77 páginas de poesias e textos, retratando meus momentos. Tem homenagens, carinhos e saudades. Estou realizada e de mais feliz”, exlavras transcritas pela educadora amapaense que se torna poetisa.
Meus momentos de inspiração’ contêm poemas e prosas, onde a escritora relembra e retrata momentos da própria vida. A amizade é o fio condutor dos textos, que tratam de memórias, saudades e momentos felizes. A professora sempre gostou de escrever e de guardar as construções, e para que ela pudesse, enfim, publicar as produções, foi necessário o incentivo de familiares e de amigos.

Ana Alves epressa sua emoção pelo livro que durou 20 anos até chegar aos prelos e finalmente as mãos de leitores, que deverão analisar e desfrutar do carinho das suas inspirações.




As mulheres sempre foram parte dos textos literários masculinos desde o início dos tempos, da Eva bíblica a textos infames. No século XVIII elas começaram a ser autoras e poetisas e hoje proliferam nas estantes e nos sites mundial. Essa mudanças veio através da educação e a nossa nova poetisa teve participação lá atrás na década 60, quando junto com diversas educadoras foram participar de cursos nos Estados de São Paulo e de Minas Gerais. “Em 1965 quando uma turma de professores foi a Belo Horizonte e recebeu novas metodologias que trouxemos para o Amapá. Nessa nova ferramenta tínhamos a composição pratica e a criadora, e dávamos bastante ênfase para a criadora, que não deixava de ser o início de um trabalho para o atual nível da literatura brasileira. Nos conduzíamos as crianças a criarem os seus universos e dali saíram bastante lindos trabalhos”.

Inspiração

Tudo começou em um evento no Dia das Mães, no Departamento de Ensino da SEED, quando a professora Ana Alves recebeu de uma colega uma rosa amarela, que carinhosamente assentou sob sua mesa em um vaso e logo percebeu uma sintonia entre ela e a rosa e então resolveu passar para o papel esse sentimento. “Primeiro fiz uma descrição, mas não fiquei satisfeita e comecei a fazer pequenos versinhos e comecei a brincar com as palavras. Até que formatei a poesia “Rosa Amarela”, que lidera as poesias do meu livro”.
No jardim da vida colhemos muitas flores, mas a especial a Rosa Amarela, da qual desabrochou minha inspiração”, é o texto de abertura do livro de poesias de Ana Alves um agradecimento a sua inspiradora que ornamenta a capa do livro.

As dificuldades

Como todos os escritores brasileiros, os amapaenses sofrem muito mais para eternizarem seus escritos, devido a problemas financeiros quanto a falta de um parque gráfico voltado para atender o mercado literário. “Procurei apoio para lançar minhas poesias e a fui encontrar no SINDISEP e senti que ali conseguiria imprimir minhas poesias e conversei com senhor Doelson que pediu o espelho do livro e com o apoio da Produtora Ativa na Avenida FAB, tive meu livro digitado e diagramado e colocado em um pen drive que entreguei no sindicato. Passado um tempo recebi a chamada para realizar alguns ajustes. E o livro já estava no prelo da Gráfica Rabolde Campos. Ele está com algumas falhas de revisão geral. Peço desculpas aos leitores”.
Reação ao receber os primeiros livros foi de imensa felicidades. “Principalmente pela recepção da gerência da Biblioteca Elcy Lacerda, na pessoa do professor José Pastana. Está havendo um avanço na biblioteca, antigamente o aluno ia pesquisar, hoje ele tem interatividade com os livros e com seus autores. Estou nova nesse novo mundo da literatura, estou aprendendo, pois meu metiê sempre foi a educação, onde navego com desenvoltura”.

Mensagem

Aos jovens quero dizer que estou muito feliz, quando fui a gráfica e recebi 40 exemplares do meu livro. Fiquei distanciada da realidade que meu livro já existia e então resolvi abrir um deles e senti um vulcão de satisfação. Tenho um Cristo na minha sala e levei meu livro para agradecer a Deus. Estava e estou radiante de alegria. Adentrei no mundo das palavras e não quero sair mais. Quando vejo um papel e uma caneta quero escrever. Quando a caneta desliza no papel, é como uma debutante dançando sua valsa”.

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