TSE promove Seminário
Internacional sobre Fake News
A
maior preocupação de todos – políticos e eleitores – no pleito deste ano é com
o fenômeno das Fake News (notícias falsas) utilizadas redes
sociais com o intuito de destruir criminosamente a reputação de candidatos
concorrentes/adversários.
Em
entrevista à imprensa, o presidente do TSE – Tribunal Superior Eleitoral,
ministro Luiz Fuz, chegou a afirmar que, com base no artigo 222 do Código
Eleitoral, uma eleição poderá ser anulada caso o acervo probatório consiga
comprovar a influência das Fake News na mesma. Diz o citado artigo: “Art. 222. É
também anulável a votação, quando viciada de falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata o Art. 237 (abuso de
poder), ou emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios vedado
por lei.”.
Para
aprofundar o tema, foi organizado, na última semana, em parceria entre o TSE e a
União Europeia, encontro que reuniu especialistas de diversos países na sede do
Tribunal, em Brasília.
Em
palestra magna durante a abertura do Seminário Internacional para debater as
experiências e os desafios das fake news, o presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, destacou o quanto podem ser
nocivas as notícias falsas durante o processo eleitoral, poluindo o ambiente
democrático.
“Fake
news viraliza, massifica e destrói uma candidatura, além de atentar
contra a democracia. Porque, na verdade, são notícias sabidamente inverídicas,
dolosamente veiculadas e que influem no voto do eleitor”, explicou ele, ao
fazer referência a exemplos ocorridos durante as eleições presidenciais nos
Estados Unidos e na França.
De
acordo com Fux, a realização desse encontro com a presença de representantes de
diversos setores, e de países distintos, traz uma salutar pluralidade ao
debate, e é fundamental para aportar dados e reflexões, bem como para
aprendermos com as experiências de outros sistemas eleitorais.
“Não
podemos manifestar passividade, condescendência e desânimo ao combate [às
notícias falsas] porque isso representaria uma proteção deficiente dos
institutos democráticos e da própria eleição”, enfatizou. “Nós seremos
absolutamente incansáveis contra as fake news. Não existe voto
livre sem opinião livre”.
Além
do presidente do TSE, participaram da mesa de abertura do seminário o
embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, a
procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o ministro das Relações
Exteriores, Aloysio Nunes, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), Cláudio Lamachia.
Todos
eles fizeram discursos incisivos em favor do fortalecimento da imprensa e do
jornalismo de credibilidade como meios de combater a disseminação de notícias
falsas.
“A
inclusão da sociedade no debate acerca das fake news e a troca
de experiências entre o Brasil e países europeus são relevantes iniciativas
para que possamos progredir”, disse o representante da OAB.
Raquel
Dodge ressaltou que o diálogo entre os países deve ser comemorado porque a
troca de ideias favorece a busca de soluções. Ela lembrou que somente
democracias consolidadas encaram as fake news como um
problema.
“Antever
o risco de eleições justas e livres serem afetadas por práticas maliciosas de
desinformação social é uma amostra que este Tribunal dá, assim como a União
Europeia, de previdência e zelo, e também de demonstração explícita de que se
vive, no Brasil, uma democracia fundada no exercício pleno de liberdade”,
afirmou a chefe do Ministério Público Federal.
Aloysio
Nunes ponderou também a necessidade de se avaliar notícia falsa publicada em
grandes veículos de informação, divulgadas com fundamentos de verdade. “Confio
na prudência capaz de pesar o efeito de uma notícia sobre o debate público de
modo a evitar que o veneno contamine o conjunto do corpo social”, disse ele.
O
português Gomes Cravinho lembrou que as redes sociais ampliam e facilitam a
difusão de notícias falsas. “Num lapso de apenas seis anos, as redes sociais
passaram de uma ferramenta para o reforço da democracia para serem utilizadas
no ataque às democracias”, disse. Para ele, reforçar a democracia passa,
necessariamente, por uma comunicação de qualidade. Fonte: www.tse.jus.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário