domingo, 14 de outubro de 2018

EQUINÓCIO DAS LETRAS





 Leno Serra Callins
         Um tempo atrás, escrevi num artigo para esta coluna a respeito dos escritores amapaenses, talvez iniciarem um movimento literário local, com estética própria e temática voltada para o regionalismo amapaense. Mantenho a opinião de que seria interessante ver isso, mas, enquanto algo assim não acontece, eis que outro movimento literário teve início. Claro que não foi por causa da minha coluna, na verdade, é um movimento bem anterior a ela e que deu fruto no dia 27 de setembro.
         Em tal data, foi lançado em São Paulo o livro que reúne poesias pertencentes ao que os seus autores afirmam ser um novo estilo literário, batizado como “afrologiatucuju”. Inaugurado por escritores da cidade de Macapá, mais especificamente por Ivaldo Sousa, Márcia Galindo, Maria Áurea, Graça Senna e Arilson Viana, o estilo literário em questão é apresentado como retratador da historicidade, da religiosidade, da autoestima e da subjetividade do negro.
         O livro foi organizado por Ivaldo da Silva Sousa e Ana Cleia Lacerda da Costa Sousa, sendo intitulado “Movimento Literário AfrologiaTucuju: historicidade, religiosidade, autoestima e subjetividade do negro”, ortograficamente corrigido por Elizete Ferreira Morais Barbosa e publicado pela “Editora Anjo”.
         São apresentadas por Ivaldo Sousa, no seu perfil pessoal na rede social Facebook, como sendo as características que pertencem ao dito movimento literárioAfrologiaTucuju, as seguintes:

01 – Exaltação da beleza negra;
02 – Elevação da autoestima do negro;
03 – A busca das construções positivas das subjetividades do negro;
04 – Desconstrução da História preconceituosa contada;
05 – Historicidade real do negro;
06 – Religiosidade do povo negro;
07 – Cientificismo nas entrelinhas poéticas / literárias;
08 – Exaltação dos heróis negros;
09 – Exaltação das personalidades negras;
10 – Exaltação dos personagens negros em altos postos sociais, políticos e outros;
11 – Incentivo para a busca pela educação e pelo conhecimento;
12 – Combate a qualquer forma de preconceito ou brincadeiras preconceituosas;
13 – Divulgação dos personagens religiosos das religiões de matriz africana.

         Por fim, ainda não há uma data certa para o lançamento do livro na cidade de Macapá, mas espero conseguir muito em breve um exemplar dele para falar a respeito do mesmo com maior propriedade – fazendo a devida crítica literária – e também espero conseguir fazer uma breve entrevista com Ivaldo Sousa e trazê-la aqui para vocês. Até a próxima!

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