Pioneirismo
A curiosidade é que o Gigante da Favela
é apenas cinco meses mais velho que um dos maiores estádios do mundo, o
Maracanã, no Rio de Janeiro. O Glicério Marques nunca foi palco de Copa do
Mundo, Libertadores ou Brasileiro, mas tem muita história sobre o Copão da
Amazônia, 'Amapazão', Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro Série D e
reviravoltas incríveis no futebol amapaense.
Glicério
de Sousa arques: 68 anos! Quase esquecido
Reinaldo
Coelho
Não sou fanático por
futebol, mais tenho grandes simpatias pôr os que o praticam, isso devido ter na
minha família um ex-craque que muito deu da sua vida e do seu corpo pelo
futebol amapaense, Roberto Gato um atacante que brilhou na piçarra do Bairro
Santa Rita e no gramado do Gliceirão, onde conquistou destaques, para chegar ao
Baenão e a clubes manauaras. Assim como o Gato, esse Gigante da Favela recebeu
centenas de jovens anônimos que saíram de sua área e foram defender as cores do
Flamengp, Fluminense, Internacional, Vasco da Gama, Botafogo, Remo, Payssandu e
conquistaram os Copões da Amazônia.
Antes da inauguração do
Estádio Municipal de Macapá em 1950, as partidas ocorriam na antiga Praça da
Matriz, onde é hoje o Teatro das Bacabeiras. Mas o principal problema era na
realização de amistosos com times de outros estados, pois esses se negavam a
jogar em campos sem as medidas oficiais e sem um estádio cercado. Então foi
criado em 1950 o estádio que inicialmente era chamado de Municipal de Macapá,
mas sofreu alteração de nome para homenagear o primeiro presidente da Federação
de Desportos do Amapá, Glicério de Souza Marques.
O estádio Glicério de Souza
Marques, o Glicerão, foi um dos locais onde ocorreram grandes partidas de
futebol no Amapá. Foi desse palco que despontaram grandes craques para o
futebol nacional e local como: Bira,
Roberto Gato, Carlinhos Moreira, centroavante Miranda, o Trator, Meio
campo Aldemir França e goleiro Zequinha, Marco Antônio do Espírito
Santo, atacante do Esporte Clube Macapá.
ROBERTO GATO, |
O Baraquinha que foi administrador do Glycerão e cuidava daquele
estádio com tanto carinho e zelo. E é um dos que mais sente pela situação que
se encontra o tradicional campo de futebol amapaense.
Mais antigo que o Maracanã,
o estádio municipal Glycério Marques, em Macapá, foi inaugurado em janeiro de
1950, com um jogo entre as seleções do Amapá e Pará. Uns dizem que a
inauguração foi dia 14, outros asseguram que foi 15. Eu não sei. Pesquisando
mais informações sobre o nosso Gigante da Favela, encontrei essa crônica no
blog da Alcineia Cavalcante.
“...Comecei a frequentar o
estádio – que era chamado de Gigante da Favela e de Glycerão – no início dos
anos 70, quando trabalhava como repórter esportiva do Jornal do Povo. Na época
não havia iluminação, portanto nada de jogos à noite. O campeonato era
disputado no domingo à tarde, com a preliminar (chamada de esfria-sol)
começando às 14 horas e a principal às 16h.
Geralmente a preliminar era
feita pelos times menores, como o União e 13 de Setembro. O 13, coitado, certa
vez não tinha dinheiro nem para comprar as chuteiras e os “craques” tiveram que
jogar de chulipa – que não tem atrito – aí era um “cai-cai” que não acabava
mais.
Em 1975 quando Manuel
Antônio Dias era presidente da FAD (hoje Federação Amapaense de Futebol) o
“Gigante da Favela” passou por uma grande reforma, talvez a mais importante da
sua história, visto que recebeu iluminação e um gramado que era um primor. Ah!
as torres de refletores deixavam o povão boquiaberto, pois nunca se tinha visto
isto por aqui. Era uma beleza!
Para a reinauguração a FAD
mandou buscar a Seleção Brasileira de Amadores que veio com todos os seus
craques, entre eles o Éder, ponta-esquerda do Atlético Mineiro.
A curiosidade é que o
Gigante da Favela é apenas cinco meses mais velho que um dos maiores estádios
do mundo, o Maracanã, no Rio de Janeiro. O Glicério Marques nunca foi palco de
Copa do Mundo, Libertadores ou Brasileiro, mas tem muita história sobre o Copão
da Amazônia, 'Amapazão', Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro Série D e
reviravoltas incríveis no futebol amapaense.
O calvário
Com a estrutura deteriorada,
em agosto de 2015 o Ministério Público do Amapá (MP-AP) recomendou que não
fossem realizados jogos no Glicério Marques, pois o local não atende aos
quesitos do Estatuto do Torcedor. A última vez que a bola rolou no Glicerão em
partida válida pelo Campeonato Amapaense foi na final de 2014, quando o
Santos-AP conquistou o título do estadual em cima do São Paulo-AP.
Após as obras emergências,
anunciadas em 2017, no Estádio Glicério de Souza Marques não terem ido pra
frente. Uma boa notícia, se se concretizar foi feita Prefeitura de Macapá que
anuncia nova reforma no Estádio Glicério Marques na terça-feira (15), dia do
aniversário de 69 anos do Gigante da Favela. A reforma custará R$ 12 milhões e
deve iniciar em setembro e devem iniciar no mês de setembro.
A reforma contará um campo
society, quadra de poliesportiva, piscina, sala de dança, lanchonete e
academia. O estádio também poderá receber atletas paralímpicos que precisam de
mais centros adaptados para se prepararem para as competições. Esperamos que
assim seja, pois o velho Gigante da Favela merece esse presente, tarde mais
merecido e os ex-craques e os futuros grades que se revelarão no seu gramado
agradecem.
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