sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

RECANTO LITERÁRIO




BAÚ DAS BUGIGANGAS


A vida seria insossa caso não houvesse o poeta e a poesia. O belo seria invisível e o Arco-íris apenas um aglomerado de cores pendurado no céu.
Este rapaz segurando um violão é na verdade um Bruxo.
Um Mago.
Um Alquimista.
Um Duende.
Um cupido.
Um Coisa-Que-O-Valha.
Durante algum tempo servi-lhe de Sancho Pança. Carregava seu violão, aturava-lhe os Portes quando juntos fazíamos a contabilidade dos astros, na madrugada mística da Praça Isaac Zagury. As andorinhas da tarde e os bem-te-vis do alvorecer eram nossos parceiros.
Bebiam conosco.
Sem o Joel, "a praça é apenas um buraco aberto na cidade".

 Joel Elias dos Santos, amapaense, 55 anos, graduando de Filosofia na Universidade Federal de Rondônia (Unir), jornalista, músico e compositor. Começou a atuar na música em Macapá há mais de 30 anos, participando dos festivais de música. Em 1984 foi segundo colocado no Festival da Canção Oscar Santos, realizado pelo Trem Desportivo Clube, com a música Marajoara, uma parceria com Moacir Sandi. Em 1987, foi terceiro colocado no 7º Fumap (Festival da Música Amapaense) realizado pela AUAP (União dos Universitários do Amapá) com a música Peixe-Rio, parceria com Celso Dias. Em 2000, foi primeiro colocado no Fest Sinhá, festival internacional realizada na cidade de Itumbiara (GO), com a música Valsa de Ciranda, uma parceria com Enrico Di Miceli, Aroldo Pedrosa, Aldo Gatinho horas e Helder Brandão, interpretada por Patrícia Bastas. A partir dos anos de 1990 passou a atuar no jornalismo no jornal Novo Fronteira, de Macapá, como repórter policial. Com o fechamento do jornal, foi convidado para fazer parte da equipe do Diário do Amapá, onde foi um de seus fundadores. Começou como repórter policial e na sequência assumiu a editoria do caderno de Cidade e posteriormente o caderno de Política, até chegar a assumir a editoria geral do jornal. Também trabalhou nos jornais A Gazeta e Tribuna Amapaense. Tem músicas gravadas por Amadeu Cavalcanti, Osmar Jr. Negro de Nós, Patrícia Bastos e Sabatião. Em 2002 deixou as redações para trabalhar com assessoria de imprensa institucionais como as do Governo do Estado do Amapá, Câmara Municipal de Macapá e Assembleia Legislativa do Amapá. Em 2009 se mudou para Porto Velho (RO) onde trabalhou na assessoria de comunicação da Prefeitura de Porto Velho. Atualmente desempenha a função de secretário de redação no jornal Diário da Amazônia, de Porto Velho. É pai de duas filhas Iandara Luna, de 17 anos e Ieda Saissem, de 8 anos.
"""
Saiu de casa às quatro e quinze
da tarde com sandália de dedo
e camiseta do Ypiranga no ombro.
- Vai sair
Benzinho?
- Nada não
nêga. Vou só no boteco
do Abdias comprar cigarro.
O diabo foi encontrar o Joel Elias
com pianinho Yamaha violão e sede.
-E aí camarada?
Tô de chorinho novo.Tás a fim de encarar?
Daí a encostar no Abreu
foi um pulo.
:-Vandinha meu amor
traz uma cu-de-foca
e uma lata de castanha.
Põe na conta do Pedro Silveira.
A voz do Alcy chegou quatro comas
Acima do convencional
:-Afooonso Me tira deste caaaarro!!!
E tome chopp! E tome caipirinha! Tome João Gilberto!
O Olivar Cunha pediu o cronômetro
Do Celso Meia-Noite.
 Ele queria ver quantas vezes por minuto
o Jacuraru (Hexa-Campeão Mundial
de Cuspe à Distância) punha a língua pra fora.
E tome chopp! E tome pinga!
 E tome João Gilberto!
O certo é que
já no sábado lá vinham os dois
sem piano sem violão
sem equilíbrio e sem vergonha
escarrando gargalhadas para a lua mesmo sabendo que enfrentariam
a fúria de todas as Américas.
oOo


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