"Comecei desde moleque na equipe Dente de Leite do Treze de
Setembro. Depois passei a jogar no time adulto, naquela época não havia
profissionalismo. O presidente do Trem Desportivo Clube me convidou, onde
joguei por cinco anos como titular. Fui para o São José, onde me enganaram.
Quando voltei para o Trem não tinha mais espaço, foi quando abandonei”, relata
Raimundo Conceição Rodrigues – ‘O Vermelhinho”
Franselmo George
O atleta do passado desta semana é - Raimundo da Conceição
Rodrigues, conhecido no meio futebolístico como “Vermelhinho” – Nasceu em
Macapá, no bairro do Trem, no dia 17 de maio de 1956. Seu pai se chamava
Francisco Gomes de Souza, natural de Anajás-PA, conhecido como “Seu Chico”, era
zelador do Trem Desportivo Clube. Sua mãe se chama Maria América Rodrigues,
oriunda de Afuá-PA.
COMEÇO NO FUTEBOL – “Comecei desde moleque na equipe
Dente de Leite do Treze de Setembro. Depois passei a jogar no time adulto, naquela
época não havia profissionalismo. O presidente do Trem Desportivo Clube me
convidou, onde joguei por cinco anos como titular. Fui para o São José, onde me
enganaram. Quando voltei para o Trem não tinha mais espaço, foi quando
abandonei”. Relata.
O APELIDO VERMELHINHO – Quando pequeno minha mãe lavava
roupa para fora. Um dia um cliente que minha mãe lavava pediu para cortar uma
calça de cor encarnada. Ele chegou para mamãe e disse: Dona Maria, corte essa calça
aqui e faça uma bermuda(cor encarnada) pra
mim. Mamãe cortou a calça dele e fez a bermuda, e com as sobras da perna da
calça ela fez um calção pra mim de elástico. Quando eu saia na rua o pessoal
encarnavam...no campo atrás da Igreja São Pedro...faltava um para completar o
time... olha! Coloca o Encarnadinho!!Quando eu pegava na bola...passa para o encarnadinho!!
Depois o encarnado foi extinto...Uma vez o Humberto Moreira falou que isso não
era nome de jogador – Foi quando ele colocou e pegou, o vermelhinho. Mamãe
tinha maior raiva dele quando narrava os jogos - lá vai a bola com o Vermelhinho,
rsrs.
COPÃO DA AMAZÔNIA – Vermelhinho disputou um Copão da
Amazônia em 1980, realizado em Macapá, pela equipe do Trem Desportivo Clube – Ele
conta que o Copão da Amazônia era uma janela aberta para voos mais altos. “Tive
o convite para ir para o Clube do Remo. Minha mãe não quis, não deixou. Um
padrinho que eu tinha na Itália queria que eu fosse jogar lá, mas minha mãe não
deixou novamente. Nesse Copão Ganhamos de 4 X 1 do Ferroviário na primeira fase
- Na final eu estava no banco. O técnico Setenta achou melhor colocar o Vieira.
Não tenho nada a reclamar, nós perdemos...Aquele goleiro Iata...O Canhoto fazia
cada cobrança de falta, e o sacana pegava tudo, ele não tinha nem um metro de
altura, tinha uma elasticidade danada. Pra mim foi uma gloria ter sido
vice-campeão do Copão da Amazônia de 1980, não tenho mágoas, guardo até hoje a
medalha”.
SAUDADES DOS AMIGOS – Cita: Cancão, Murica, Albertino,
Vitor, Mário Sérgio, esses caras eram feras.
CRAQUES QUE VIU JOGAR – “Aldemir França(cracaço de bola,
Antonio Pula Pula, João de Deus(grande amigo), Canhoto(Policial). Quem fez o Canhoto fui eu, brinca... Eu vinha
da lateral e cruzava só para ele fazer o gol(risos), é meu amigo, só me chama
de compadre”.
MELHOR DIRIGENTE – Vermelhinho declara que o melhor
dirigente foi Brito Lima, do Trem Desportivo Clube. Ele chegava comigo
perguntando se eu estava precisando de alguma coisa...eu ia na loja dele, mandava...autorização,
pegava calça, camisa...
FUTEBOL AMAPAENSE – Nosso homenageado diz que acredita
no ressurgimento do futebol amapaense, desde que o clube dê total condições
para as categorias de bases. Porque só assim conseguiremos produzir valores
como era antigamente. Hoje são poucos os atletas do Amapá lá fora.
BOLINHA - Vermelhinho conta que sempre o
pessoal o convida para jogar uma bolinha, mas é enfático em dizer que não tem
mais aquela vontade de jogar futebol como antes. “Eu deixo para as crianças que
estão surgindo agora. Também não sinto saudade. O que eu tinha de fazer, já
fiz, declara.
FINALIZANDO - Raimundo da Conceição Rodrigues,
está hoje com 62 anos de idade, solteiro - É motorista oficial da Suframa há 40
anos. “Tudo que eu tenho agradeço ao futebol. Por onde eu ando as pessoas me reconhecem
(me abraçam/me beijam), isso é gratificante, não há coisa melhor. Agradeço
muito a Deus.
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