Petrobras vai
reajustar diesel a cada 15 dias e oferecerá cartão para caminhoneiros
Petroleira
vinha reajustando o combustível em intervalos menores, desde o fim do programa
de subsídios. No ano, preço médio do diesel nas refinarias acumula alta de 18,48%.
A diretoria da Petrobras aprovou
mudanças na periodicidade de reajuste nos preços do diesel vendido para as
refinarias. Os preços passarão a ser reajustados, no mínimo, a cada 15 dias,
informou a estatal nesta terça-feira (26) em comunicado ao mercado.
Desde
então, a petroleira vinha reajustando o combustível em intervalos menores,
desde o fim do programa de subsídios lançado pelo governo após a greve dos
caminhoneiros.
Somente
em março, foram anunciados 5 reajustes no preço do diesel, sendo 4 aumentos e
duas reduções. No ano, o preço médio do diesel nas refinarias acumula alta de
18,48%.
Nos
postos, o preço médio do litro do diesel no país subiu 0,1% na semana passada,
para R$ 3,540, segundo levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, do
Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP). No ano, entretanto, a alta é menor que
o verificado nas refinarias, de 2,6%.
O
repasse dos reajustes ao consumidor final, nos postos, depende de uma série de
variáveis, como a margem de revendedores e distribuidores, impostos e da
mistura obrigatória de biocombustível.
Segundo
a Petrobras, os preços do diesel nas refinarias correspondem a cerca de 54% do
valor cobrado na bomba ao consumidor final.
Cartão
para caminhoneiros
Junto
da medida, a Petrobras também informou que sua subsidiária Petrobras
Distribuidora S.A. (BR) está desenvolvendo, para daqui a 90 dias, um cartão de
pagamentos que viabilizará a compra por caminhoneiros de litros de diesel a
preço fixo nos postos com a bandeira BR (Cartão Caminhoneiro).
“O
cartão servirá como uma opção de proteção da volatilidade de preços, garantindo
assim a estabilidade durante a realização de viagens”, informou a estatal.
Política
de preços
A
companhia pontuou que continuará a utilizar mecanismos de proteção financeira,
como o hedge com o emprego de derivativos, cujo objetivo é preservar a
rentabilidade de suas operações de refino.
“Ficam
mantidos os princípios que balizam a prática de preços competitivos, como preço
de paridade internacional (PPI), margens para remuneração dos riscos inerentes
à operação e nível de participação no mercado”, disse a empresa, em comunicado.
Segundo
a companhia, a paridade internacional será mantida, evitando práticas que
poderiam caracterizar monopólio, já que possui 98% da capacidade de refino do
Brasil.
Em
setembro do ano passado, a Petrobras anunciou a adoção de um mecanismo de
proteção financeira para aumentar os intervalos de reajustes nos preços da
gasolina nas refinarias em até 15 dias. O objetivo era dar mais flexibilidade à
sua política de preços.
Programa
de subsídio
O
programa de subsídio ao diesel foi estabelecido em junho, após o governo fechar
um acordo com caminhoneiros para encerrar os protestos que paralisaram o país.
O
preço de comercialização para a Petrobras e outros agentes que participam do
programa, incluindo alguns importadores, foi congelado naquele mês a R$ 2,0316
por litro.
Empresas
como a Petrobras que aderiram ao plano precisavam praticar preços estipulados
pelo governo e eram ressarcidas em até 30 centavos por litro, dependendo do
cenário de preços externos.
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