quinta-feira, 25 de abril de 2019

COLUNA DE Rodolfo Juarez


DEPENDENDO DA MÁQUINA

Rodolfo Juarez

Ainda estou ajustando, na esperança de conseguir, a minha nova maneira de viver tendo que auxiliar os meus rins que não estão conseguindo desempenhar o seu papel, filtrando o meu sangue, que precisa que dele seja retirada a creatinina, que é o lixo metabólico resultado da movimentação dos músculos.
Agora está na minha rotina obrigatória a realização de hemodiálise três vezes por semana, durante as tardes de segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, na Unidade de Nefrologia do Hospital de Clínicas Alberto Lima. É uma intervenção agressiva, mas sem substituta conhecida da ciência, até que os rins voltem a funcionar com capacidade de filtrar o sangue.
A questão é essa: será que meus rins voltam a funcionar?
Se voltar basta apenas deixar a rotina da hemodiálise, desligar as máquinas e deixar que a vida continue; se não voltar a única alternativa, para continuar vivendo, seria um transplante de rins.
Ainda não me inscrevi na fila para transplante renal porque ainda estamos na fase de espera dos resultados dos exames de acompanhamento da realidade atual para que seja feita uma avaliação técnica e elaborada uma decisão familiar, uma vez que sou de uma família de 10 irmãos vivos e pai de 8 filhos vivos.
As regras da fila dos que necessitam de um transplante renal ainda estabelece diferença para doadores falecidos e doadores vivos. No primeiro caso, doadores falecidos, entre outros balizamentos, a lista é dividida pelo tipo de sangue, melhor compatibilidade genética e tempo de inscrição na lista. No segundo caso, doador vivo, o doador deve ter idade superior a 21 anos, ter boas condições de saúde, deve ser capaz juridicamente e estar de acordo com a doação. País, irmãos, avós, tios, primos de primeiro grau e cônjuges podem ser doadores.
Na semana passada, quando escrevi o artigo “Meus Preguiçosos Rins”, recebi solidariedade de leitores que, inicialmente me emocionaram, mas em seguida, representou os acréscimos de motivação que a luta precisa. Muito obrigado pelas orientações, mensagens e tudo o que foi dito. Foi muito importante naquele momento. Melhorou bastante minha cabeça.
Quero me ajustar a essa difícil realidade, mas para cada um de nós, nascidos na beira dos rios da Amazônia, a luta pela vida é a principal característica.
Por enquanto a vida segue, com dificuldades, algumas dores, muitos medos, mas com a confiança que Deus nos dá.


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