Responsáveis por 72% dos
óbitos no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças
crônico-degenerativas não transmissíveis podem ser desencadeadas por hábitos
adotados ainda na adolescência. Com foco nessa questão, o IBGE iniciou neste
mês a coleta de dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que
levanta as condições de vida, saúde e os hábitos dos estudantes do sétimo ano
do Ensino Fundamental ao terceiro ano do Ensino Médio.
De acordo com a OMS, as
doenças crônicas não transmissíveis como as cardiovasculares, câncer, diabetes,
doenças respiratórias crônicas e transtornos mentais são resultado de uma
combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. A
melhora nos últimos dois fatores são o foco da PeNSE.
“A escola é um local
privilegiado para monitorarmos a adoção de hábitos. O fato dela ser realizada
nas escolas facilita muito a realização da pesquisa. Ela é oportuna por se dar
numa faixa etária importante e tratar de um assunto que diz respeito à
qualidade de vida e à saúde da população”, explica o gerente da pesquisa, Marco
Antônio Andreazzi.
Entre os assuntos
abordados estão hábitos que podem causar ou prevenir doenças, como uso de
álcool, cigarro e drogas ilícitas, a alimentação e a prática de esportes, mas,
também, informações sobre o ambiente escolar essenciais para a proteção da
saúde mental dos estudantes, como a presença da violência, percepção de imagem
corporal e do bullying, por exemplo.
A coleta de dados no
Amapá
A PeNSE é realizada de
forma amostral e ouvirá cerca de 10 mil estudantes de 287 turmas em 112 escolas distribuídas por
todos os municípios amapaenses, na rede pública e privada. Em Macapá, serão 52
escolas com 137 turmas. Santana terá o segundo maior número de escolas: 19. A
operação contará com a participação de cerca de 20 servidores do IBGE, entre
abril e junho deste ano, com a utilização de 310 dispositivos móveis de coleta
(DMC).
“É feita uma seleção das
escolas de acordo com a amostra. Depois, atualizamos o cadastro das escolas com
endereço, contato do diretor, número de turmas etc. Dentro disso, sorteamos as
turmas que responderão ao questionário. A partir daí, agendamos a coleta com
cada turma. Além disso, temos um questionário específico para o diretor da escola
sobre segurança, estrutura, enfim, sobre o ambiente escolar como um todo”,
conta Andreazzi.
Como muitos dados
coletados são sensíveis, como o uso de drogas e hábitos sexuais, o questionário
é preenchido pelo próprio estudante, que apenas conta com esclarecimentos por
parte de agentes do IBGE em caso de dúvida sobre alguma pergunta. Além do
sigilo em relação às respostas, o aluno também tem o direito de não responder a
questões que não se sinta confortável, assim como interromper a aplicação do
questionário quando quiser.
“O questionário dos
alunos é feito em sala de aula. Sugerimos que seja exibido um vídeo, produzido
por nós, antes da aplicação com o objetivo de apresentar a pesquisa e
sensibilizá-los a responder adequadamente o questionário. Para quebrar o gelo”,
explica o gerente da PeNSE.
“É um questionário
autoaplicável. Ele é mais objetivo e direto possível para a pessoa entender e
responder sem auxílio. Garantimos o sigilo do aluno, não temos nem como chegar
aos dados dele”, completa.
A última edição da
pesquisa foi realizada em 2015, quando houve baixo percentual de recusa por
parte de alunos e escolas. A previsão é que os dados sejam divulgados no
segundo semestre de 2020.
Para mais informações,
acesse:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/educacao/9134-pesquisa-nacional-de-saude-do-escolar.html?=&t=o-que-e
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