quinta-feira, 25 de abril de 2019

Pesquisa traça perfil das condições de saúde e hábitos dos estudantes


Responsáveis por 72% dos óbitos no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças crônico-degenerativas não transmissíveis podem ser desencadeadas por hábitos adotados ainda na adolescência. Com foco nessa questão, o IBGE iniciou neste mês a coleta de dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que levanta as condições de vida, saúde e os hábitos dos estudantes do sétimo ano do Ensino Fundamental ao terceiro ano do Ensino Médio.
De acordo com a OMS, as doenças crônicas não transmissíveis como as cardiovasculares, câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas e transtornos mentais são resultado de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. A melhora nos últimos dois fatores são o foco da PeNSE.

“A escola é um local privilegiado para monitorarmos a adoção de hábitos. O fato dela ser realizada nas escolas facilita muito a realização da pesquisa. Ela é oportuna por se dar numa faixa etária importante e tratar de um assunto que diz respeito à qualidade de vida e à saúde da população”, explica o gerente da pesquisa, Marco Antônio Andreazzi.

Entre os assuntos abordados estão hábitos que podem causar ou prevenir doenças, como uso de álcool, cigarro e drogas ilícitas, a alimentação e a prática de esportes, mas, também, informações sobre o ambiente escolar essenciais para a proteção da saúde mental dos estudantes, como a presença da violência, percepção de imagem corporal e do bullying, por exemplo.

A coleta de dados no Amapá

A PeNSE é realizada de forma amostral e ouvirá cerca de 10 mil estudantes de  287 turmas em 112 escolas distribuídas por todos os municípios amapaenses, na rede pública e privada. Em Macapá, serão 52 escolas com 137 turmas. Santana terá o segundo maior número de escolas: 19. A operação contará com a participação de cerca de 20 servidores do IBGE, entre abril e junho deste ano, com a utilização de 310 dispositivos móveis de coleta (DMC).

“É feita uma seleção das escolas de acordo com a amostra. Depois, atualizamos o cadastro das escolas com endereço, contato do diretor, número de turmas etc. Dentro disso, sorteamos as turmas que responderão ao questionário. A partir daí, agendamos a coleta com cada turma. Além disso, temos um questionário específico para o diretor da escola sobre segurança, estrutura, enfim, sobre o ambiente escolar como um todo”, conta Andreazzi.

Como muitos dados coletados são sensíveis, como o uso de drogas e hábitos sexuais, o questionário é preenchido pelo próprio estudante, que apenas conta com esclarecimentos por parte de agentes do IBGE em caso de dúvida sobre alguma pergunta. Além do sigilo em relação às respostas, o aluno também tem o direito de não responder a questões que não se sinta confortável, assim como interromper a aplicação do questionário quando quiser.

“O questionário dos alunos é feito em sala de aula. Sugerimos que seja exibido um vídeo, produzido por nós, antes da aplicação com o objetivo de apresentar a pesquisa e sensibilizá-los a responder adequadamente o questionário. Para quebrar o gelo”, explica o gerente da PeNSE.

“É um questionário autoaplicável. Ele é mais objetivo e direto possível para a pessoa entender e responder sem auxílio. Garantimos o sigilo do aluno, não temos nem como chegar aos dados dele”, completa.

A última edição da pesquisa foi realizada em 2015, quando houve baixo percentual de recusa por parte de alunos e escolas. A previsão é que os dados sejam divulgados no segundo semestre de 2020.

Para mais informações, acesse:

https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/educacao/9134-pesquisa-nacional-de-saude-do-escolar.html?=&t=o-que-e  


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