O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) estima que o prejuízo causado pelos veículos piratas que circulam na área urbana de Macapá e na região metropolitana esteja estimado em mais de R$ 3 milhões ao mês. Com isso, as empresas não conseguem fazer investimentos pois cerca de 50 mil passageiros que poderiam estar utilizando o transporte legalizado, são aliciados pelos clandestinos.
Os veículos clandestinos que atuam principalmente no transporte intermunicipal deixaram de ser somente um problema de ordem econômica para empresas de ônibus, taxistas e mototaxistas legalizados. No ano passado, um ônibus que realizava transporte clandestino e uma picape pirata sofreram acidente e vitimaram diversos passageiros. Além disso, operações realizadas pelas Polícias Rodoviária Estadual e Federal encontraram em alguns desses veículos drogas, armas e munições.
No início do ano, a Federação dos Transportes do Amapá (Fetrap) promoveu um debate sobre o tema e os números apresentadores pelas autoridades foram alarmantes. De acordo com Vantuiler Leite, presidente da Fetrap, há inúmeros relatos de agressões, estupros e assaltos de pessoas que utilizam esses veículos e as categorias que exploram o transporte público pedem mais fiscalização das autoridades.
“Todos perdem com os clandestinos. Perde o poder público pois esses veículos não pagam impostos, perdem os transportadores de passageiros legalizados pois eles tiram clientes desses trabalhadores e perde a população pois alguns desses “piratas” são criminosos”, relata.
O Setap anunciou vai reiterar pedido de providências das autoridades. A própria Companhia de Trânsito de Macapá (CTMac) já possui um vasto acervo com placas de veículos que foram flagrados fazendo transporte pirata. “Infelizmente nada tem sido feito”, lamenta Décio Melo, presidente do sindicato.
Décio Melo lembra que a péssima condição da malha viária, o uso indiscriminado do transporte por aplicativo sem regulamentação e a presença dos piratas impactam em mais de 10% no valor da tarifa vigente. Segundo ele, sem esses fatores, o cidadão teria mais investimentos no transporte público e pagaria menos pelo serviço.
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