Relator tira estados e municípios de texto da
reforma da Previdência
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O relator da comissão especial da Reforma da Previdência, Samuel Moreira, durante reunião com técnicos no Ministério da Economia — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Depois de muitas conversas, Samuel Moreira decidiu retirar do relatório
as mudanças no BPC, pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, e
na aposentadoria rural.
Depois
de muita negociação, o relator da proposta de reforma da Previdência na
comissão especial da Câmara, Samuel Moreira, retirou estados e municípios do
texto que vai apresentar nesta quinta-feira (13).
Dia de muitas conversas
dentro e fora do Congresso envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, o relator da reforma, Samuel
Moreira, do PSDB, o presidente da comissão, Marcelo Ramos, do PL, e os líderes
de todos os partidos.
Depois de tantas
conversas, Samuel Moreira decidiu retirar do relatório as mudanças no BPC,
benefício de prestação continuada, pago a idosos e pessoas com deficiência de
baixa renda, e na aposentadoria rural.
Também retirou o item
que instituía o regime de capitalização, considerado pela equipe econômica
parte importante do projeto, e a possibilidade de que mudanças nas regras de
aposentadoria possam ser feitas por projeto de lei, sem a necessidade de
alterar a Constituição.
O relator deve reduzir
ainda a idade mínima de aposentadoria dos professores. O governo quer 60 anos,
no caso das mulheres — o relator deve propor 57. E, no caso dos homens, reduzir
de 65 para 60. Mesmo com as mudanças, o relator afirmou que a meta de economia
continua em um R$ 1 trilhão.
O relator aceitou as exigências feitas nesta terça (11) pelos governadores para
apoiarem a reforma da Previdência. Mesmo assim, Samuel Moreira decidiu deixar
os servidores públicos de estados e municípios fora do relatório, contrariando
o desejo de quase todos os governadores do país. Prevaleceu a pressão de
deputados do "centrão", especialmente do Nordeste. A estratégia,
acertada por ele com os líderes dos partidos, é tratar essa questão em
separado.
Os líderes dos partidos
querem obrigar governadores e prefeitos a correr atrás dos votos dos deputados
para reincluir estados e municípios no texto da reforma, o que pode ser feito
no plenário da Câmara.
“É importante que fique
claro que a intenção é incluir os governadores. Mas nós precisamos que os
governadores sinalizem, de forma clara, para esse Parlamento e para a
sociedade, que de fato são a favor da reforma da Previdência. E isso só será
feito quando ficar transparente que os deputados, que são ligados aos
governadores, deixem de forma muito objetiva, de forma transparente, que votarão
a reforma da Previdência. Porque, se um governador tem os seus deputados, que é
um líder, e não transfere essa responsabilidade para o seu deputado, para todos
nós fica muito claro que, a princípio, não há nenhum problema de equilíbrio
previdenciário nesse estado”, disse o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ),
presidente da Câmara.
O governador de Minas
Gerais, Romeu Zema (NOVO), disse que aprovar a reforma da Previdência é uma
questão de sobrevivência para os estados, e que os governadores têm que partir
em busca de votos.
“Nós, governadores,
temos de empenhar. Apesar de não sermos legisladores, nós temos contato com a
bancada, mas eu vejo que, nessa questão, todos nós temos de ser voluntários,
pela causa que tanto merece a nossa atenção e o nosso comprometimento. É grave.
Não é vida ou morte, mas está caminhando rumo ao precipício que ninguém sabe
onde vai dar”, afirmou.
Fonte:
Agência Câmara dos Deputados
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