sexta-feira, 14 de junho de 2019

SAÚDE EM FOCO - JARBAS ATAÍDE


UBS, PSF e PACS  : COMPETENCIAS E ATRIBUIÇÕES DESVIRTUADAS.


          Para entendermos a atual crise no SUS, devemos entender primeiro que essa situação não é de agora. Acontece desde sua implantação em 1988 na CF. Diz-se que a culpa é a falta de financiamento e o contingenciamento de recursos, que é histórico na saúde.
Mas o que realmente observamos durante esse longo período é a falta de gestão competente, responsável e compartilhada. Os pactos foram estabelecidos, mas não foram cumpridos. A Lei Orgânica da Saúde e as Leis Complementares, que estabelecem competências e atribuições são descumpridas em todos os níveis de assistência
Essa questão da qualidade do atendimento prestado, acesso e escuta qualificada, solução dos problemas identificados e encaminhamentos resolutivos, estão cada vez mais difíceis de administrar, em particular na assistência primária, de competência das Prefeituras.
As Unidades Básicas de Saúde-UBS, geridas pelos munícipios, perderam suas finalidades de atender os casos mais simples, pois os programas do Ministério da Saúde- MS, que deveriam dar suporte para, foram sendo desviados, desmontados e não assumidos pelas Prefeituras.
Hoje, os programas estratégicos do SUS, como o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), de 1991, e o Programa de Saúde da Família (PSF), de 1994, como estratégias de reorientação do modelo assistencial, estão cada vez mais distantes de suas finalidades.
. A idéia do PACS/PSF de substituir o modelo centrado no indivíduo, nos aparelhos e na especialidade, visando a atenção no indivíduo. na família e na comunidade, vem perdendo folego e finalidade, com deficiência  assistência ambulatorial e domiciliar. 
O papel das UBS na atenção básica, ou seja, de abordar problemas comuns da comunidade, priorizando os serviços de prevenção, promoção, cura, reabilitação visando à saúde e o bem-estar da população, estão sendo repassados para a assistência secundária (Hospitais e Clínicas Especializadas), sobrecarregando e onerando esses serviços.
A UBS deveria fazer a 1ª consulta, dar o diagnóstico, efetivar o tratamento e prescrever os medicamentos e só nos casos graves enviar para o outro nível. Mas o que se constata, por exemplo, em Macapá, que orientações de pré-natal, 1ª consulta e casos banais de Pediatria (gripes, resfriados, IVAS, escabioses, verminoses) estão sendo referenciados para o Pronto Atendimento Infantil- PAI, que não tem essa competência e nem recursos para isso.
O acordo de cavalheiros ou de conduta entre o MP, PMM/SEMSA e SESA, para que o PAI atendesse apenas as urgências/emergências, seguindo critérios de classificação de riscos e prioridade, foi descumprido pela própria direção do HCA/PAI, tanto que recentemente o MP colocou um ônibus na frente da unidade para ouvir as denuncias dos usuários.
Assim, a incapacidade de resolutividade das UBS, de atender os usuários nos casos mais simples e básicos, está formando filas na porta dos hospitais, sobrecarregando as emergências e emperrando os serviços, que poderia ser feito nos bairros.
Assim, fica muito cômodo à gestão da Prefeitura de Macapá, receber recursos federais para as UBS, via Fundo de Saúde e Emenda de Bancada, e aplicar exclusivamente em reformas prolongadas, deixando de equipar e estruturar as unidades para prestar o seu devido papel. Atualmente estão fechadas para reforma as UBS do Pacoval, São Lázaro e P. Socorro.
            Essa é a realidade da saúde publica nas Prefeituras do Amapá, deixando de lado o seu papel de contribuir para o aumento da qualidade de vida e redução dos encaminhamentos aos hospitais. 10.06.2019.
        
UBS L. SILVA:  2 anos parada                      UBS. P. Socorro em reforma
   
UBS. Pacoval em reforma                          UBS. Álvaro Correa em reforma
Fonte(internet): propaganda institucional da PMM. 



























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