CRISE NA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO AMAPÁ
Rodolfo Juarez
A
Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap) enfrenta, seguramente, uma
de suas maiores crises institucionais e que já levou a Confederação Nacional da
Indústria (CNI) a fazer o desligamento econômico, da instituição amapaense com
a instituição nacional, cortando o auxílio financeiro que mantinha para que a
federação das indústrias do Amapá funcionasse como representação do setor
industrial do Estado, para todo o Brasil.
Com a
ex-presidente foragida (da polícia), com um presidente empossado afastado do
cargo (pela justiça) e dirigido por um dos três interventores nomeados pela
Justiça do Trabalho (os outros dois estão impedidos) e com a recomendação de
que é dirigente por apenas 90 dias e com atribuições para tomar providências
próprias de junta interventora.
O atual
presidente tomou posse este ano depois de uma eleição atípica que para ser
realizada precisou do consentimento (ou pedido, ou imposição) ser presidida por
uma magistrada da Justiça do Trabalho, tantas foram as idas e vindas em uma das
varas daquela Justiça Especial.
O
resultado da eleição foi registrado no cartório da Jurisdição mas, mesmo assim,
uma das tantas ações que tramitava já Justiça do Trabalho trouxe a decisão que
autoriza a administração da Fieap por uma junta governativa. Sendo a decisão
mais recente sobre as questões da Federação e por um cochilo do Departamento
Jurídico da Federação, a decisão foi publica e houve o afastamento do atual
presidente que ficou sem saber o que fazer.
Os
dirigentes da Confederação Nacional da Indústria, entidade sindical nacional,
não compreenderam o último lance e cortaram o auxílio voluntário, única receita
que deu condições, durante os últimos anos, para que a Fieap continuasse
funcionando.
A
Federação das Indústrias do Amapá – Fiap foi fundada em 14 de dezembro de 1990
pelos delegados e presidentes dos sindicatos estaduais formados pelas empresas
que tinham como atividade principal a indústria. Foram 5 sindicatos: Sindicato
das Indústrias de Produtos Gráficos, Sindicato Estadual das Indústrias de
Confecção, Alfaiataria, Tapeçaria e Estofados, Sindicato Estadual das
Indústrias de Alimentos, Panificação e Confeitaria, Sindicato Estadual das
Indústrias Madeireiras e Artefatos de Madeira e o Sindicato Estadual da
Indústria da Construção Civil.
Ainda
no começo da década de 90 foram regionalizados o SESI e o SENAI que eram administrados pela Federação das
Indústrias do Estado do Pará.
Em
meados da década de 90 foram ampliados a Escola do SESI, construído o Malocão
do SESI, o Teatro do SESI Leonor Barreto Franco e comprados da subsidiária da
ICOMI o complexo esportivo de Santana, o Cinema da Icomi, o prédio do
supermercado e outras pequenas benfeitorias que estavam na área. Também foram
ampliadas as instalações (sala de aula e oficinas) do SENAI, em Macapá.
No
final da década de 90 foi construído e inaugurado o prédio-sede da Federação
das Indústrias do Amapá com a finalidade de abrigar toda a administração compartilhada
que constava da recomendação da CNI com o objetivo de baixar os custos
administrativos.
Pois
bem, todo esse crescimento cessou no começo dos anos dois mil quando Federação
passou a ter viés político na escolha dos seus dirigentes: primeiro, Fátima
Pelaes, depois Telma Gurgel e, por último, Jozi Araujo, que depois de terminar
o mandato insistia em continuar nem que para isso tivesse que constituir
sindicatos fantasmas conforme foi avaliado pela Polícia Federal na operação
policial que deflagrou e por conta da qual Jozi Araujo está foragida.
Por
conta também disso o Conselho Nacional do SESI e o Conselho Nacional do SENAI
mandou fazer intervenção nos dois departamentos regionais, do SESI e do SENAI
em 2013 e, recentemente cortou o auxilio que dava condições para a Federação
assumir os seus encargos com pessoal e com o pagamento de material de consumo e
serviços habituais.
É
importante dizer que, atualmente os sindicatos filiados à Federação das
Indústrias do Estado do Amapá não cumprem as obrigações sociais, como filiados
que são, e não pagam as contribuições que poderiam viabilizar a entidade.
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