A Constituição, as
igrejas e o governo no Brasil – Parte III
Por Besaliel
Rodrigues
Para encerrarmos esta série de três abordagens
sobre o presente tema, encontramos na internet e compartilhamos com você este
excelente texto sobre “a luta por um Estado laico e suas implicações nas
conquistas da comunidade”, que diz:
As relações da Igreja Católica com a sociedade, de modo especial com o poder, tiveram vicissitudes diversas. No início da pregação do Evangelho, até o ano 313 da era cristã, a Igreja foi cruelmente perseguida pelo poder imperial. Com a vitória de Constantino, a Igreja foi tutelada e protegida. Aos poucos o poder eclesiástico se independizou, chegando a dominar a sociedade civil, inclusive a coroar os reis e os imperadores. Sempre com muita resistência do poder civil.
No Concílio Vaticano II a Igreja Católica reconheceu a autonomia das realidades terrestres, também do poder civil. A mesma autonomia a Igreja reclama para sua vida interna e sua ação evangelizadora. Nos campos em que ambos os poderes assumem responsabilidades, como o serviço à vida, à educação, à dignidade humana, o Concílio colocou o ideal da mútua cooperação, estabelecida em diálogo respeitoso e leal.
Este é o caso do Brasil: temos separação de Igreja e Estado. Isto é, tanto o Estado como a Igreja têm sua autonomia. O diálogo nem sempre foi tranqüilo, mas finalmente sempre houve. As tensões no campo social e de direitos humanos se mostraram benéficas para o povo brasileiro.
As relações da Igreja Católica com a sociedade, de modo especial com o poder, tiveram vicissitudes diversas. No início da pregação do Evangelho, até o ano 313 da era cristã, a Igreja foi cruelmente perseguida pelo poder imperial. Com a vitória de Constantino, a Igreja foi tutelada e protegida. Aos poucos o poder eclesiástico se independizou, chegando a dominar a sociedade civil, inclusive a coroar os reis e os imperadores. Sempre com muita resistência do poder civil.
No Concílio Vaticano II a Igreja Católica reconheceu a autonomia das realidades terrestres, também do poder civil. A mesma autonomia a Igreja reclama para sua vida interna e sua ação evangelizadora. Nos campos em que ambos os poderes assumem responsabilidades, como o serviço à vida, à educação, à dignidade humana, o Concílio colocou o ideal da mútua cooperação, estabelecida em diálogo respeitoso e leal.
Este é o caso do Brasil: temos separação de Igreja e Estado. Isto é, tanto o Estado como a Igreja têm sua autonomia. O diálogo nem sempre foi tranqüilo, mas finalmente sempre houve. As tensões no campo social e de direitos humanos se mostraram benéficas para o povo brasileiro.
Agora se fala em "Estado laico". Sempre mais se contesta a voz da Igreja como intrusa e ilegítima, pois a considera que fé, religião e Igreja são de natureza íntima, portanto, privada. Nega-se-lhes o direito de pronunciar-se em assuntos referentes ao Estado, às políticas públicas, à ética econômica, à justiça social.
Em parte é uma reação a erros da própria Igreja, a posições em linguagem dogmática, a uma cultura clerical pouco acessível. Portanto, a Igreja é convidada a se revisar, a ensaiar uma linguagem mais bíblica, mais dialogal e a atitudes mais humanistas.
Contudo, além das questões culturais, há uma certa orquestração contra o direito de a igreja se manifestar em matéria de políticas públicas, do ordenamento jurídico (leis, decretos) e de justiça social. Além do fundamentalismo religioso e ideológico, surge agora o fundamentalismo laicista, que pretende excluir da convivência democrática imensos setores da população. Nosso país, com tal fundamentalismo fechado e preconceituoso, fica prejudicado.
Como reação da Igreja, é preciso examinar quem está por detrás da orquestração!
Qual o papel do imperialismo econômico na tentativa de destruir a identidade católica de nossas comunidades? O "Instituto para a Religião e a Democracia" dos Estados Unidos da América tem seu dedo nisto? Existem entidades e organizações nacionais e internacionais que se movem nas sombras, vivem na discrição, com objetivos não conhecidos da opinião pública? As Igrejas Cristãs históricas, mesmo quando dizem coisas duras, as dizem publicamente e com clareza, ajudando o aperfeiçoamento democrático. Reduzir ao silêncio e excluir do convívio democrático vastas camadas da população é anti-democrático, injusto e ruinoso para um país pluralista, pacífico e solidário como o nosso. Deus nos livre de um retrocesso assim!
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