MURO DE ARRIMO DO ATURIÁ
CONTENÇÃO DO RIO AMAZONAS E GARANTIA DE SEGURANÇA PARA
MORADORES DA ORLA DO ATURIÁ
Reinaldo Coelho
O som das ondas
acompanhadas dos ventos do Rio Amazonas são a maior atração dos frequentadores
da Orla de Macapá. Porém, para os que tem moradias na ribeira do Rio Mar é dessossego,
pois traz som da destruição de suas palafitas, mas de 120 famílias já perderam
seus lares durante as altas da maré, pois não tinham a proteção para conter a fúria
da natureza que produz o fenômeno de terras caídas.
A única saída seria o
prosseguimento do muro que serpenteia a Orla de Macapá, que chegou até o Bairro
do Araxá e desde 2014 essa obra começou a ser executado, porém foi interrompido
após 2 anos. Enquanto isso os moradores tomaram iniciativas para conter a força
do Rio Amazonas, construindo uma contensão improvisada para
evitar a invasão da maré sobre os imóveis. A estrutura provisória foi erguida
com pedaços de madeira que caíram de 120 casas já destruídas pelo rio, e de
blocos de concreto recolhidos pelos moradores.
.
Essa proteção finalmente chegou aos 600 metros dos 1.070
metros de muro que podem aliviar o problema que atinge há anos famílias
carentes que vivem na orla do rio Amazonas na região do Aturiá. A obra do muro
foi orçada em R$ 13 milhões e parte dos valores é oriunda de recursos federais.
Porém a obra em sintonia com
a maré do Rio Amazonas. Para ser entregue ainda no começo de 2020,
segundo a Secretaria de Infraestrutura do Amapá (Seinf), os trabalhos devem
acontecer em harmonia com a maré, que em função da movimentação oferta apenas 3
horas diárias de trabalho.
O engenheiro Alcir Matos,
titular da Seinf, explicou que obra ficou paralisada durante cinco anos, o que
dificultou o desenvolvimento do projeto. Segundo ele, o valor total de R$
12.048.619,43 recebeu um aditivo de 23% para a conclusão, representando R$ 2,8
milhões. O recurso é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
“O problema não são os
recursos financeiros, o problema é a maré, que nos permite trabalhar durante
três horas no dia, uma hora antes da maré começar a secar e uma hora depois da
maré totalmente seca. Isso causa muitos transtornos para mobilizar as
escavadeiras e os homens”, explica.
O titular da Seinf detalhou
que a agressividade do rio Amazonas serão solucionados após a conclusão da obra
que urbanizará a área e dará acesso entre bairros da Zona Sul.
“O Rio Amazonas é muito
agressivo, principalmente no inverno, então já tivemos muitas casas derrubadas
pela força da água, as casas sempre foram ameaçadas, por isso estamos fazendo
uma obra de contenção. Mas a intenção é fazer a via para conectar à Avenida
Equatorial e continuar toda essa beira-rio”, afirma.
Outra preocupação dos
técnicos da Seinf é com referência a penetração das águas por baixo do murro
como acontece ao longo do muro nos Complexos do Jandiá até o Araxá. Para
evitar que o mesmo problema aconteça na nova obra e não haja passagem de água
por baixo, a escavação tem profundidade de 2,5 metros. Nos trechos onde existem
bolsões de lama são instaladas estacas de concreto, para maior resistência
ESTRUTURA DA OBRA
O corredor terá mais de 1
quilômetro de extensão, com início do Complexo do Araxá até a Avenida
Equatorial, na região do Aturiá. O muro será em concreto e 30% da composição
receberá terra preta. O projeto ainda prevê mureta, guarda-corpo e calçada.
“Além do muro, vamos
urbanizar toda a área no entorno após a conclusão da obra a fim de viabilizar o
passeio público para as famílias disporem de mais um espaço de lazer”, anunciou
Alcir Matos.
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