PARABÉNS PELO QUE PODE FAZER.
Rodolfo Juarez
No dia 14 de dezembro de 2019, a Federação das Indústrias
do Estado do Amapá, uma entidade sindical de grau superior, foi fundada por 6
sindicatos patronais e, portanto, está completando 29 anos de fundação.
Os sindicatos patronais, como no caso da Federação das
Indústrias do Estado do Amapá, podem se agrupar em federações, e as federações
em confederações conforme está regrado na Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT).
O sindicato patronal é o
intermediador nas decisões com o sindicato dos
empregadores. O sindicato patronal que
é o responsável por negociar com o sindicato dos
empregados as convenções coletivas e dissídios coletivos, sendo possível
discutir questões da categoria.
Na base, estão os sindicatos. As federações, que figuram no meio, são formadas pela junção de ao
menos cinco sindicatos da mesma categoria profissional e a Confederação resulta da junção de
no mínimo três federações sindicais,
sendo respeitadas as categorias que os sindicatos representam, conforme artigo
535 da CLT.
A Federação das Indústrias do Estado do Amapá foi fundada
como Federação das Indústrias do Amapá, com ratificação ocorrida em 23 de março
de 2000 e teve o Estatuto Social reformulado em 17 de maio de 2013.
Atualmente a Federação das Indústrias do Amapá vive uma
instabilidade nunca vista, resultado da politização da administração daquela
entidade sindical que começou quando a então deputada federal, Fátima Pelaes,
foi para a disputa direta da Presidência da Federação e elegeu o marido,
Sivaldo Brito, como presidente.
Inexperiente, Sivaldo Brito não conseguiu manter a
Federação como “cabeça de sistema” e começou a ter problemas com os
departamentos regionais do Sesi e do Senai, além de não conseguir entender o
que representava o Instituo Euvaldo Lodi (IEL), órgão do sistema encarregado
das inovações tecnológicas. Foram registrados problemas com o mau uso das
oficinas do Senai, bem como problemas na aquisição de serviços e,
principalmente, serviços de transportes.
No processo eleitoral para renovação dos dirigentes da
Federação, venceu a eleição a mãe do deputado federal Vinícius Gurgel que, em
dois mandatos consecutivos deu a impressão que não entendeu os objetivos da
entidade colocando com prioridade a sua própria eleição para deputado estadual
que, a final, conseguiu.
Nessa altura já havia descontentamento e desconfiança dos
dirigentes nacionais do Sesi, do Senai e do Iel,que sempre ameaçavam dom
intervenção, principalmente nos dois primeiros. Os fatores intervenientes, cem
por cento políticos, foram acionados, na ocasião, e as intervenções foram
abortadas ou, se já instaladas, retiradas.
Até que veio a ação final: a eleição de Josi Rocha, em
2013. Começa ai o pior capítulo da Federação das Indústrias do Estado do Amapá.
Muitos problemas foram detectados e que implicaram e operações policiais no
Ministério do Trabalho e na Própria Federação, chegando ao ponte de acontecer
cerceamento de liberdade de dirigentes e, até, outros dirigentes, como a
presidente, agora ex-deputada federal Josi Araújo, e entre outros, foragidos e
com o nome na lista Interpol.
As eleições viraram um mercado, o voto dos representantes
sindicais tinha valor de venda e quando, mesmo assim, não dava para garantir
uma eleição, novos sindicatos eram criados, no sentido de garantir maioria.
Um pesadelo para o setor industrial amapaense, que via a
sua principal representação esfacelada, exatamente por aqueles que deveriam
fortalecê-la.
Tem sindicato, também com 29 anos de fundação que nunca
mudou de presidente e, em consequência, de representante no Conselho de
Representantes da Federação, como também, sindicato que passou de pai para
filho, desmoralizando o maior poder da entidade que é o Conselho de
Representantes.
Hoje tem um presidente que, José Carlos que, de vez em
quando, tem ameaçada sua permanência na Presidência por representantes de
sindicatos junto à entidade, por não terem sido atendidos em suas
reivindicações, o que contribuem para aumentar a distancia entre o problema da
solução.
Mas isso não impede que a Federação das Indústrias do
Estado do Amapá complete neste dia 14 de dezembro, 29 anos de fundação e recebe
um parabéns murcho, diferente do que poderia ser pela proposta que carrega e
pelo que pode fazer.
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