O CEO NÃO REDIME O ATRASO DAS UBS
E NA ATENÇÃO BÁSICA
Jarbas de Ataíde
Nunca se viu tantas Unid. Básicas de
Saúde (UBS) fechadas e cobertas de tapumes na cidade de Macapá, placas
indicando prazos não cumpridos e com valores de reformas altos, oriundos de
repasses de dinheiro público os mais diversos. São meses e anos em que o
munícipe fica esperando o cumprimento das promessas e discursos dos gestores.
Nesse período de infindáveis reformas e
pinturas das fachadas das UBS a população sofre diante da necessidade de uma
consulta, de um exame de rotina, de uma extração dentária, de um exame de PCCU,
de uma USG, e até mesmo de uma consulta nas clínicas básicas (Clínica Geral,
Pediatria e Gineco-Obstetrícia) de responsabilidade das Prefeituras.
Diante da demora a população não tem
outra opção senão correr para os hospitais estaduais e UPAS para consultar e
buscar uma simples orientação, que era para ser prestada no bairro e perto de
sua casa, nos Postos de Saúde. Os hospitais de urgência/emergência estaduais se
transformam em porta de entrada das UBS, contrariando as competências e
prerrogativas do SUS.
O serviço prestado pela SEMS/PMM, durante
mais de 8 anos está deixando muito a desejar, apesar dos recursos repassados :
pagamento de atrasos do SUS, Orçamento Impositivo, além do repasse do Orçamento
da União. Não dá para entender que com todo esse recurso gasto com as obras de
reformas, não sobre nada para equipar, comprar medicamentos e contratar o
mínimo de profissionais. Digo isso, porque essa é a reclamação constante da
população.
Desde metade do ano de 2019, das 19
unidades de saúde 8 estavam fechadas para reforma, conforme meu artigo do TA (
Saúde na PMM: UBS fechadas e prazos esgotados). Eram elas: Marcelo Candia, Pacoval, P. Socorro, Cidade Nova, São
Lázaro, Marabaixo, Rosa Moita, Zerão. Dessas UBS fechadas apenas a do Pacoval
foi recente “reinaugurada”. As demais permanecem esperando a conclusão, que só
ocorre em ano eleitoral.
A consequência imediata dessa situação
revoltante é que essa demanda reprimida e excluída da assistência básica fica
distante das mirabolantes promessas dos gestores municipais, que em cada
anuncio de fechamento e discursos de “reinauguração” escuta do Prefeito e da
Secretária de Saúde o “pedido de desculpa pelos atropelos”, mas que é “para
beneficio da população”.
Com a “reinauguração” da UPS Pacoval,
ocorrida com atraso de 3 meses, o atendimento dos demais bairros continuarão
a ser feitos em locais improvisados, sem
estrutura mínima e sem equipamentos, além de desfalcar as outras UBS com
profissionais cedidos.
Essa situação preocupante se repete na
assistência à saúde bucal, que desde a passagem da atenção básica para o
município, há mais de 30 anos, as unidades de saúde não dispunham de um
atendimento até para uma simples extração dentária, agora amenizada com a
inauguração do Centro de Especialidade Odontológica-CEO da PMM, dia
08.01.2010,.
Apesar da criação do CEO, com a promessa
de atendimento em endodontia(canal), periodontia, odontopediatria, radiologia e
próteses dentárias ( dentaduras), isso não isenta a Prefeitura de Macapá de
equipar as demais UBS com consultórios mais completos e equipados para atender
a população. Conforme o G1-amapá, os equipamentos do CEO custaram R$ 662 mil.
Enquanto as inaugurações estão começando
agora, em período eleitoral, a PMM deveria se empenhar em devolver o mais
rápido possível as 7 unidades de saúde, a maioria na zona norte da capital, que já estão com prazo vencido para inauguração.
A inauguração do CEO não redime o atraso das obras das UBS e a falta de uma
melhor Atenção Básica. JARBAS ATAÍDE,
09.01.2020.
Fonte: Foto de Caio
Coutinho-G1
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