Após
caso confirmado, SP terá centro de contingência do coronavírus
O primeiro caso de Covid-19 no Brasil
foi diagnosticado na terça-feira (25) em um paciente do Hospital Israelita
Albert Einstein
Da Redação/Conteúdo Estadão
Após a confirmação
do primeiro caso de uma pessoa infectada com o coronavírus no Brasil — um homem de 61
anos que vive em São Paulo e tinha
viajado para a Itália — o governo do Estado decidiu criar um centro
de contingência.
O objetivo é monitorar e
coordenar ações contra a propagação do novo coronavírus, mas medidas mais
detalhadas que serão tomadas ainda não foram divulgadas.
O centro, que será presidido
pelo infectologista David Uip, será composto por profissionais do Instituto
Butantan, médicos especialistas das redes pública e privada, e terá a
supervisão do secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann.
O primeiro caso de Covid-19 no
Brasil foi diagnosticado na terça-feira (25) em um paciente do Hospital
Israelita Albert Einstein.
O hospital fez o primeiro
exame, que depois foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório de
referência nacional para análise de amostras casos suspeitos. O paciente esta
estável, isolado em sua casa. Há outros 11 casos suspeitos na cidade.
Conforme detalhado nesta
quarta-feira pelo Ministério da Saúde. Ele chegou a São Paulo na sexta-feira,
sem nenhum sintoma, em um voo que saiu do aeroporto Charles de Gaulle, em
Paris, depois de ter ficado na região da Lombardia, na Itália, onde os casos se
concentram naquele país, entre os dias 9 e 20 de fevereiro.
Ele teve uma reunião de família
com cerca de 30 pessoas no almoço e domingo e começou a sentir os sintomas logo
depois. Foi para o hospital na segunda à noite e diagnosticado na terça.
Todos os familiares estão sob
monitoramento da vigilância sanitária. Segundo o Ministério da Saúde, apesar
destes contatos, cada infectado, em média, transmite a doença para outras duas
ou três pessoas.
“Não vamos imaginar que teremos
80 novos portadores do vírus porque alguém teve contato com 80 pessoas”, disse
o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo. “Significa que o
contato precisa ser um mais próximo para que haja infecção”, reforçou.
O
governo informou que o paciente brasileiro de novo coronavírus não usou
transporte público enquanto esteve no Brasil, o que poderia ampliar as
possibilidades de infecção. Apesar de ser considerado um caso que exige “alta
vigilância”, a esposa deste homem não apresenta sintomas da doença.
“É
um caso que a gente monitora (o da esposa). Só passa a ser suspeita se tem
quadro febril”, afirmou o ministro. O paciente brasileiro está em isolamento
domiciliar junto com a família. Ele deve voltar para a ‘vida normal’ assim que
deixar de apresentar os sintomas”, disse o secretário de Vigilância em Saúde,
Wanderson Oliveira.
O
hospital resolveu testá-lo para o coronavírus depois que o Ministério da Saúde
tinha ampliado o rol de países dos quais viajantes deveriam ficar atentos para
sintomas.
Além
da Itália, Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte Camboja, Filipinas,
Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados
Árabes Unidos estão na lista de locais de origem ou transição definida pelo
Ministério da Saúde no início da semana. A mudança levou em conta o aumento de
casos registrados fora do território chinês.
Germann
pede que pessoas que apresentarem os sintomas e tiverem um histórico de viagem
para uma área com circulação do vírus ou mesmo que tenham tido contato com
algum caso suspeito ou confirmado laboratorialmente que procurem um serviço de
saúde mais próximo.
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