O CELULAR E A MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS
Rodolfo Juarez
O brasileiro realmente é um povo extraordinário e que não
se cansa de mostrar, principalmente para aqueles que têm a pretensão de rotular
o seu comportamento, o quanto é capaz de surpreender.
Certamente que, observando os padrões desenhados pelos
“adivinhadores”, jamais lhe seria antecipado o resultado que foi apurado no
carnaval de 2020, na maioria das cidades brasileiras, principalmente naquelas
em que, até durante o período de carnaval, foi atingido por fortes chuvas que
abalaram as estruturas urbanas primárias de muitas cidades brasileiras,
especialmente no sudeste.
Quem anteciparia um resultado próximo do que foi
observado durante o período do carnaval de rua na cidade de São Paulo, não faz
tempo apontado como “túmulo do carnaval” e por pessoa de grande influência
social na área?
E em Belo Horizonte, a capital de todos os mineiros?
Abalada que foi pelos temporais de verão e que deixou a cidade em grandes
dificuldades e a população com prejuízos que terão que ser resolvidos em médio
prazo, pois as pessoas perderam, inclusive, a moradia.
O próprio Rio de Janeiro, que além dos seus problemas
que, infelizmente, estão entrando para a sua história, ainda teve que enfrentar
as fortes chuvas que inundaram a cidade, provocaram deslizamentos de terras e
perda total de habitações. Mesmo assim, na hora e data constante da
programação, lá estavam, as escolas de samba, blocos gigantescos e pipocas
arrastando verdadeiras multidões.
Aqui mesmo no Amapá, onde os funcionários públicos
estaduais recebem os seus salários parcelados, a população vive o caos no
prestação dos serviços públicos de saúde, o carnaval superou a expectativa da
mais otimista das autoridades e do mais esperançoso dos negociantes.
O brasileiro deu a impressão que pouco se importa com o
coronavírus e com o dólar nas alturas. Não fosse assim não se submeteria ao
aperto dos blocos de rua e muito menos na utilização do cartão de crédito para
atender as necessidades que viraram prioridades durante as festas de carnaval.
Mesmo assim parte da imprensa brasileira continua
querendo se vingar dos responsáveis pelo fechamento das torneiras da corrupção
através do pagamento dos serviços que não foram prestados ou superfaturados,
inclusive se valendo de um instrumento que dizem combater todos os dias: as
fake news.
Aliás, esse pode ser o ponto!
Não as fake news, mas as redes sociais que foi o meio
mais utilizado pelas pessoas para marcar ou mudar os encontros. Por ai pode ser
explicado o fenômeno que foi registrado em cidades diferentes, em dias
diferentes e de forma diferente, mudando o modo parcialmente superado, dos
anúncios na televisão e dos jornais, principalmente, e do rádio medianamente.
Verdadeiramente as redes sociais mudaram o comportamento
das pessoas que não precisaram estar atentos aos recados de TV ou anúncios de
jornais. Poucos tinham aplicativos de rádio no telefone celular para
recados. Ficaram mesmo atentos ao
teclado do celular, aparelho de multiutilidades e que está mudando, de forma
revolucionária, o comportamento das pessoas.
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