sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

SAÚDE EM FOCO - JARBAS DE ATAÍDE


 CORONAVÍRUS: SANEAMENTO, PREVENÇÃO E TRATAMENTO-PARTE II


Por Jarbas de Ataíde 

      O mundo em alerta pela nova epidemia de coronavírus, após a decretação de emergência de saúde internacional pela OMS, cujo vírus mutante nCoV-2019 alastra-se mais rápido que a epidemia da SARs-CoV, que  ocorreu em 2003, com 916 vítimas fatais, e do  H1N1, que desde 2009 continua causando mortes.  O CoV- MERS (Sind.Resp.O.Médio) , também originária da China, causou a morte de 858 pessoas.
      Em um mês de infecção detectada (desde 31.12.2020), o CoV-2019, em número atualizado (06.02.20), já chega a aproximadamente 564 casos de mortes na China, preocupando outros 24 países (200 casos) e na Filipinas com 1 caso fatal. O total de casos confirmados na China já chegam a 28.060, com taxa de mortalidade de 2,1% (em 100 casos 2 óbitos).
       No Brasil os suspeitos reduziram para 9 casos, pois casos de MG, SC e SP foram descartados. O Ministério da Saúde -MS decretou também estado de emergência em saúde pública, indicando que adotara as medidas sanitárias da OMS. Mas o que isso mudará a realidade da saúde publica no Brasil, com recursos para o SUS cada vez menores e sem investimento em saneamento e assistência primária? 
       A contaminação suspeita é o contato com carne de animais silvestres (aves, peixes, cobras, morcegos). Os sintomas vão de menos graves, com febre, tosse e falta de ar, até casos mais graves e fatais, com síndrome respiratória aguda grave (pneumonia) e insuficiência renal. A OMS recomenda cozinhar bem os produtos animais, carnes e ovos; proteger a boca e o nariz ao espirrar e lavar bem as mãos várias vezes.
       Os investimentos para prevenção e descoberta de uma vacina contra o CoV-2019 devem ser feitos imediatamente, pois geram custos elevados em pesquisa e a demora para comprovar a eficácia da mesma, o que já está sendo feito no Brasil pelos Institutos O. Cruz (SP), Adolfo Lutz (RJ) e Evandro Chagas (PA).
       Até esta data a América do Sul (incluindo o Brasil) e a África, onde temos os países mais pobres, com precariedade de saneamento e baixos índices de desenvolvimento, ainda estão poupados da confirmação de casos da virose, contrastando com a Europa, USA, Rússia, China  e Japão, países ricos do G20 onde a o coronavírus já chegou. Acontece que os ricos tem infraestrutura, cultura e orçamento para confrontar a epidemia e governos fortes para conter a migração de possíveis casos infectados.
       No Brasil tudo é diferente. A Secretaria de Vigilância dos Estados, Municípios e a própria ANVISA não estavam e não estão preparadas, pois seus orçamentos são insuficientes, controlados não por interesses da sociedade e da legislação do SUS, mas obedecendo ao Orçamento Impositivo e a Lei dos cortes de gastos, votados nos governos Dilma e Os políticos e parlamentares, com os recursos de bancada, prometeram investir na área da saúde, mas o que vemos é o envio aos currais eleitorais.
       Segundo a OMS o combate da epidemia poderá custar US$ 675, 7 milhões, fora as consequências econômicas e sociais da doença. Os sistemas de saúde no mundo desenvolvido estão preparados. E no Brasil, o SUS, mesmo com protocolos, não consegue efetiva-los sem recursos financeiros. A OMS estima que seria necessário US$ 640, 5 milhões só para ajudar a mitigar os sistemas de saúde mais vulneráveis, nos países com imigração de chineses. O restante US$ 35,2 para coordenação operacional e investimento em pesquisa.
       Felizmente a epidemia ainda não chegou por aqui pelo Brasil. Os gastos não foram estimados em apoio aos Estados na ocorrência de casos. O comandado centralizador político tira dos gestores locais a decisão de agir prontamente e, com isso, os planejamentos falham. O que se vê é muito discurso populista, mesmo diante da atual situação de constante epidemia de malária, dengue, tuberculose, hanseníase, e agora do coronavírus. Fonte:g1.globo.com. JARBAS ATAÍDE.  04.02.2019.  262 anos de Macapá.
 

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