CORONAVÍRUS: SANEAMENTO, PREVENÇÃO E
TRATAMENTO-PARTE II
Por Jarbas de Ataíde
O mundo em alerta pela nova epidemia de
coronavírus, após a decretação de emergência de saúde internacional pela OMS,
cujo vírus mutante nCoV-2019 alastra-se mais rápido que a epidemia da SARs-CoV,
que ocorreu em 2003, com 916 vítimas
fatais, e do H1N1, que desde 2009
continua causando mortes. O CoV- MERS
(Sind.Resp.O.Médio) , também originária da China, causou a morte de 858
pessoas.
Em um mês de infecção detectada (desde
31.12.2020), o CoV-2019, em número atualizado (06.02.20), já chega a
aproximadamente 564 casos de mortes na China, preocupando outros 24
países (200 casos) e na Filipinas com 1 caso fatal. O total de casos
confirmados na China já chegam a 28.060, com taxa de mortalidade
de 2,1% (em 100 casos 2 óbitos).
No Brasil os suspeitos reduziram para 9
casos, pois casos de MG, SC e SP foram descartados. O Ministério da Saúde -MS
decretou também estado de emergência em saúde pública, indicando que adotara as
medidas sanitárias da OMS. Mas o que isso mudará a realidade da saúde publica
no Brasil, com recursos para o SUS cada vez menores e sem investimento em
saneamento e assistência primária?
A contaminação suspeita é o contato com
carne de animais silvestres (aves, peixes, cobras, morcegos). Os sintomas vão
de menos graves, com febre, tosse e falta de ar, até casos mais graves e
fatais, com síndrome respiratória aguda grave (pneumonia) e insuficiência
renal. A OMS recomenda cozinhar bem os produtos animais, carnes e ovos;
proteger a boca e o nariz ao espirrar e lavar bem as mãos várias vezes.
Os investimentos para prevenção e
descoberta de uma vacina contra o CoV-2019 devem ser feitos imediatamente, pois
geram custos elevados em pesquisa e a demora para comprovar a eficácia da
mesma, o que já está sendo feito no Brasil pelos Institutos O. Cruz (SP),
Adolfo Lutz (RJ) e Evandro Chagas (PA).
Até esta data a América do Sul
(incluindo o Brasil) e a África, onde temos os países mais pobres, com
precariedade de saneamento e baixos índices de desenvolvimento, ainda estão
poupados da confirmação de casos da virose, contrastando com a Europa, USA,
Rússia, China e Japão, países ricos do
G20 onde a o coronavírus já chegou. Acontece que os ricos tem infraestrutura,
cultura e orçamento para confrontar a epidemia e governos fortes para conter a
migração de possíveis casos infectados.
No Brasil tudo é diferente. A Secretaria
de Vigilância dos Estados, Municípios e a própria ANVISA não estavam e não
estão preparadas, pois seus orçamentos são insuficientes, controlados não por
interesses da sociedade e da legislação do SUS, mas obedecendo ao Orçamento Impositivo
e a Lei dos cortes de gastos, votados nos governos Dilma e Os políticos e
parlamentares, com os recursos de bancada, prometeram investir na área da
saúde, mas o que vemos é o envio aos currais eleitorais.
Segundo a OMS o combate da epidemia
poderá custar US$ 675, 7 milhões, fora as consequências econômicas e
sociais da doença. Os sistemas de saúde no mundo desenvolvido estão preparados.
E no Brasil, o SUS, mesmo com protocolos, não consegue efetiva-los sem recursos
financeiros. A OMS estima que seria necessário US$ 640, 5 milhões só
para ajudar a mitigar os sistemas de saúde mais vulneráveis, nos países com
imigração de chineses. O restante US$ 35,2 para coordenação operacional e
investimento em pesquisa.
Felizmente a epidemia ainda não chegou
por aqui pelo Brasil. Os gastos não foram estimados em apoio aos Estados na
ocorrência de casos. O comandado centralizador político tira dos gestores
locais a decisão de agir prontamente e, com isso, os planejamentos falham. O
que se vê é muito discurso populista, mesmo diante da atual situação de
constante epidemia de malária, dengue, tuberculose, hanseníase, e agora do
coronavírus. Fonte:g1.globo.com. JARBAS ATAÍDE. 04.02.2019.
262 anos de Macapá.
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