8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Em 1955 essa era a opinião da Revista Querida - "O
lugar da mulher é no lar, o trabalho fora de casa masculiniza" - Atualmente
elas se preocupam mais com sua realização pessoal, profissional, intelectual, afetiva
e sexual. O casamento não é mais prioridade em sua vida, embora seja o sonho de
muitas constituírem uma família e ter um lar. Cuidar
da casa, dos filhos e ainda trabalhar fora transforma a mulher numa espécie de
heroína. Mas nem sempre a tarefa é fácil e essas "heroínas" continuam
enfrentando muitas dificuldades.
Reinaldo Coelho
De acordo com a
administradora de empresa, Elisiana Renata Probst, hoje o perfil das mulheres é
muito diferente daquele do começo do século. Além de trabalhar e ocupar cargos
de responsabilidade assim como os homens, ela aglutina as tarefas tradicionais:
ser mãe, esposa e dona de casa. Trabalhar fora de casa é uma conquista
relativamente recente das mulheres. Ganhar seu próprio dinheiro, ser
independente e ainda ter sua competência reconhecida é motivo de orgulho para
todas.
Apesar da evolução
da mulher dentro de uma atividade que era antes exclusivamente masculina, e
apesar de ter adquirido mais instrução, os salários não acompanharam este
crescimento. As mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens exercendo a
mesma função. Conforme o salário cresce, cai a participação feminina. Entre
aqueles que recebem mais de vinte salários, apenas 19,3% são mulheres. Embora
exista uma certa discriminação em relação ao trabalho feminino, elas estão
conseguindo um espaço muito grande em áreas que antes era reduto masculino, e
ganhou o respeito mostrando um profissionalismo muito grande. Apesar de ser de
forma ainda pequena, está sendo cada vez maior o número de mulheres que ganham
mais que o marido.
O grande desafio para as mulheres dessa geração, é
tentar reverter o quadro da desigualdade salarial entre homens e mulheres.
Pelo menos, elas
já provaram que além de ótimas cozinheiras, podem também ser boas motoristas,
mecânicas, engenheiras, advogadas e sem ficar atrás de nenhum homem. Já está
mais do que provado que as mulheres são perfeitamente capazes de cuidar de si,
de conquistar aquilo que desejam e de provocar mudanças profundas no curso da
história.
Por muito tempo as
mulheres viveram à sombra dos homens, dependiam deles para tudo e eram muitas
vezes subestimadas e consideradas como "seres inferiores". Os tempos
mudaram e começou uma luta entre homens e mulheres para provar que ambos são
capazes de realizar as mesmas tarefas, com a mesma competência e que são iguais
não só perante a lei, mas perante a sociedade e, inclusive, no meio familiar.
De alguns anos para cá elas estão mais presentes em ambientes onde o domínio
masculino imperava. Aos poucos, estão quebrando as barreiras do preconceito e
ocupando espaços que antes eram exclusivos para homens. Agora eles estão tendo
que aprender a conviver com as mulheres em todas as áreas da vida, seja em
casa, no trabalho e até mesmo na faculdade.
Cresce o número de mulheres independentes que não
querem viver dependendo do salário de seus maridos e ingressam no mercado de
trabalho cada vez mais cedo.
Nas décadas de 40, 50 e início dos
anos 60 havia muitas revistas destinadas ao público feminino para as quais eram
dirigidos conselhos de como manter o casamento e ser uma mulher perfeita aos
olhos da sociedade e principalmente do marido e condenavam o trabalho fora de
casa. Como mostra este trecho da publicação da Revista Querida no ano de 1955
"O lugar da mulher é no lar, o trabalho fora de casa masculiniza",
naquela época, a realização da mulher dependia basicamente de um casamento
bem-sucedido.
Atualmente elas se preocupam mais com
sua realização pessoal, profissional, intelectual, afetiva e sexual. O
casamento não é mais prioridade em sua vida, embora seja o sonho de muitas
constituírem uma família e ter um lar. Hoje, a mulher ganhou grande projeção
dentro do ambiente familiar e já é considerada até mais importante que o pai.
Ela participa mais na renda da casa,
sendo muitas vezes a responsável pela manutenção da mesma, conquistou espaço no
mercado de trabalho sem deixar se "masculinizar", mas ainda não
conseguiu se desvencilhar do trabalho doméstico tendo que conciliá-lo com o
emprego. O pai perdeu espaço e autoridade na família, mesmo assim, a mulher
continua a ser a única responsável pelo serviço doméstico. Não é fácil
trabalhar fora, principalmente quando o homem ganha o suficiente, as pessoas
ainda condenam esta atitude.
Cuidar da casa, dos filhos e ainda
trabalhar fora transforma a mulher numa espécie de heroína. Mas nem sempre a
tarefa é fácil e essas "heroínas" enfrentam muitas dificuldades.
Ganhar seu próprio dinheiro, ser independente e ainda ter sua competência
reconhecida é motivo de orgulho para todas. Mas partir para o mercado de
trabalho também significa passar menos tempo ao lado dos filhos, principalmente
se forem pequenos, e cuidar de sua educação transferindo esta responsabilidade
para as escolas ou matriculando a criança em diversos cursos e atividades que
ocupem todo o seu tempo. Todos perdem um pouco com isso, mas não há nada que
uma dose extra de dedicação e organização não resolva. Não é preciso deixar de
lado o trabalho ou os filhos dá para conciliar os dois com o
"jeitinho" que só a mulher tem, e sem remorsos.
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