Em
reunião com TSE e especialistas da saúde, Davi defende proposta de consenso
para adiar eleições
Fonte: Agência Senado
O presidente do
Senado, Davi Alcolumbre, participou nesta terça-feira (16) da reunião virtual
com integrantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e especialistas da área da
saúde para discutir a possibilidade de adiamento das eleições de 2020 em razão
da pandemia da covid-19, causada pelo novo coronavírus. Para ele, a avaliação
das autoridades, infectologistas e médicos, que recomendaram a alteração da
data, é um ponto de partida para buscar uma proposta de consenso, com a
participação do Legislativo e do TSE.
— O que eu ouvi de
todos os profissionais que estão participando dessa videoconferência é
praticamente a unanimidade da importância do adiamento das eleições. E o que eu
ouvi da parte da política é que é importante termos as eleições este ano para
fortalecermos e revigorarmos a democracia. É compatibilizar isso e construir
uma redação que concilie a nossa legislação com a ciência, com o desejo e a
vontade do Tribunal Superior Eleitoral em dividir essa responsabilidade —
afirmou o presidente do Senado.
Na reunião, que
contou com a participação do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, do
vice-presidente do tribunal, Edson Fachin, do presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, e de líderes partidários das duas Casas legislativas,
Davi destacou o consenso da classe política pelo adiamento do pleito desde que
ocorra ainda este ano, cabendo ao Congresso Nacional a discussão e aprovação de
outras mudanças na legislação como o tempo de propaganda, o período para
prestação de contas, data de desincompatibilização entre outras demandas.
— As minúcias nós
teremos a oportunidade de discutir, como as condutas vedadas,
desincompatibilização, convenções, registros. O TSE já tomou algumas decisões
importantes sobre a questão das convenções por vídeo conferência. Ver a questão
da propaganda, da prestação de constas, diplomação. Isso são minúcias que nós
vamos construir nessa redação — disse.
O líder do MDB,
senador Eduardo Braga (AM), expôs umas das sugestões defendidas por
parlamentares que estabelece o primeiro turno das eleições no dia 15 de
novembro e o segundo turno em 29 de novembro. Para ele, é importante que a
proposta de adiamento também ofereça condições para que os partidos e a justiça
eleitoral preservem a responsabilidade e a fiscalização dos recursos públicos
utilizados no pleito, como também permitam a transição dos governos e posse
segura dos eleitos.
— Seria 15 de
novembro o primeiro turno, daqui a 20 semanas, e 29 de novembro o segundo turno
para que nós possamos preservar a responsabilidade e a transparência da
prestação de contas do dinheiro público e ao mesmo tempo garantir que haja uma
transição segura entre a eleição dos 92 municípios que terão segundo turno e a
posse dos eleitos. Portanto, garantindo governança e governabilidade aos
eleitos — enfatizou.
Para o líder da
Minoria, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor de uma das Propostas de
Emenda à Constituição para o adiamento das eleições para o mês de novembro, o
Congresso Nacional deve se ater apenas a mudança da data do pleito, deixando
para o Tribunal Superior Eleitoral a decisão de fixar os demais prazos que
fazem parte do processo eleitoral.
— Deixamos todas
as deliberações de datas ao encargo do Tribunal Superior Eleitoral, que me
parece que é o mais adequado não engessarmos as datas por conta de mandamentos
constitucionais, mesmo que esses mandamentos sejam no ato das disposições
constitucionais transitórias — observou o senador ao detalhar a proposta de sua
autoria que sugere as eleições nos dias 6 e 20 de novembro.
A defesa do adiamento
das eleições também foi acompanhada pelas senadoras Daniella Ribeiro (PP-PB) e
Soraya Thronicke (PSL-MS).
Votação
Para os
parlamentares que participaram do encontro, é fundamental que o Congresso
decida o quanto antes sobre o tema. O líder do MDB na Câmara, deputado Baleia
Rossi (SP), sugeriu que o legislativo vote a proposta de adiamento até o dia 30
de junho para que os partidos e candidatos possam se adequar aos novos prazos.
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, também alertou para o fato da
insegurança jurídica.
— Agora cabe, sob
a coordenação do Congresso, tramitar a matéria para que a gente consiga decidir
o mais rápido possível para tirar a insegurança por parte de todos os
candidatos na eleição de mais de cinco mil municípios — acrescentou.
TSE
Na avaliação do
presidente do TSE, o encontro entre especialistas em saúde pública com
representantes do Judiciário e do Legislativo foi interessante para buscar a
melhor solução neste momento de pandemia. Mas Barroso lembrou que caberá ao Congresso
Nacional a decisão final.
— A palavra final
nessa matéria, como em outras muitas na democracia, é do Legislativo. Portanto,
caberá ao Congresso Nacional deliberar, eu disse no meu discurso de posse e é o
que eu acredito verdadeiramente, a política é feita com integridade, idealismo,
patriotismo voltado para o interesse público, provavelmente uma das atividades
mais nobres que alguém pode se dedicar, e o Brasil conta com os senhores para
ajudar a encontrar a melhor solução capaz de conciliar as demandas da saúde
pública com as demandas da democracia — observou.
Barroso também
pediu para que o Congresso leve em consideração o alto custo de realizar a
votação de um turno das eleições em dois dias. Ele argumentou que a medida
implicaria em um gasto extra de cerca de R$ 180 milhões relativos a alimentação
de mesários e atuação de militares para garantir a segurança das urnas nos
locais de votação de um dia para outro, por exemplo.
Segurança
sanitária
As sugestões para
elaboração de protocolos e sistemas de segurança sanitária a serem adotados no
dia da eleição, conforme Barroso, também já estão sendo discutidos com os
presidentes das duas Casas e especialistas. Medidas como prolongamento do
horário de votação, distanciamentos de eleitores, definição de horários
específicos para população vulnerável, treinamento e simulação sobre medidas de
higiene para todos que vão trabalhar e aumento dos locais de votação para
evitar aglomerações já estão em estudo pela Corte.
Especialistas
A reunião virtual
desta terça contou com a participação de médicos e cientistas como David Uip;
Clovis Arns da Cunha; Esper Kallas; Ana Ribeiro; Roberto Kraenkel; Paulo
Lotufo; Gonzalo Vecina; e Atila Iamarino. Cada especialista falou sobre o
quadro atual e da perspectiva para os próximos meses em relação à evolução e
controle da doença.
Os especialistas
falram sobre características únicas do coronavírus, que acomete principalmente
os mais vulneráveis e com limitadas opções de tratamento. Eles destacaram que
esta não é uma gripe como outras que já surgiram, e alertaram ainda para as
dimensões continentais e populacionais do país. O médico David Uip, por
exemplo, pontuou que o Brasil é um país continental e, por essa razão, a doença
se manifesta de forma heterogênea dependendo de cada região.
Com
informações do TSE
Fonte: Agência
Senado

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