REMÉDIOS
CASEIROS INDÍGENAS AJUDANDO PREVENTIVAMENTE NO COMBATE AO COVID-19 NAS ALDEIAS
Esse texto
foi escrito e publicado nas redes sociais (Facebook) pela pedagoga indígena Deusimar
Maciel dos Santos, da Aldeia Tukay.
Olá, me chamo Deusimar Maciel dos Santos,
tenho 1 filho, sou pedagoga da Escola Indígena João Batista Macial, sou do povo
Galibi-Marworno, da Aldeia Tukay. Quando começou a surgir os novos casos no
Amapá, nós estávamos iniciando o ano letivo e tivemos que paralisar as aulas. Nós
reunimos a comunidade e, juntamente com a coordenadora da Escola, informamos o
porquê de ser paralisada as aulas, informamos também que a gente não sabia
quando voltaria novamente, devido ao vírus que já estava no Estado do Amapá,
nós tínhamos que nos prevenir e manter a nossa segurança, manter a segurança da
comunidade. Desde então, recebemos orientações de como nos prevenir, que
tínhamos que permanecer aqui na aldeia e não ir para a cidade para não nós
infectar.
A preocupação mais desesperadora foi quando
os casos começaram a surgir em Oiapoque. Eu, recentemente tive uma perda e, com
isso, acabei por desenvolver uma certa ansiedade, conforme os casos apareciam a
minha ansiedade piorava e o medo, a angústia e o desespero tomavam conta. Minha
preocupação, a minha angústia era sempre com os meus parentes, meu filho, minha
mãe que é diabética, o meu pai, a minha avó e também com todas os parentes
indígenas. Eu ficava desesperada em saber que a gente não conhecia o vírus e a
gente não conhecia como o nosso organismo iria reagir diante dessa doença, se
caso alguém se infectasse.
Quando começou a aparecer os casos lá na
Aldeia Kumarumã, todos nós ficamos preocupados, porque todos nós aqui da aldeia
temos parentes no Kumarumã e a minha mãe ficou mais preocupada com meu irmão,
que mora lá. Ela estava sem notícias dele, nós mandávamos mensagem no whatsapp
querendo saber notícias dele, de como ele estava, ele e a família dele, se ele
estava se prevenindo, se eles estavam bem. Então, depois de uns dias, ele
respondeu dizendo que estavam bem, mas que a doença já tinha chegado lá e tinha
muitos parentes nossos que haviam sido infectados, que estavam bem ruins, mas
que a comunidade estava tratando com remédio caseiro e alguns já estavam com
sintomas leves.
Ele disse que minha avó, já bem idosa, também
tinha sido infectada e que ela estava muito fraca, que ela não se alimentava
direito e, devido a isso e a doença, ela ficou muito, muito fraca. Meu irmão
disse que a minha avó pedia para o meu pai – a que mora aqui, na Aldeia Tukay –
visitasse ela, pois ela estava sentindo falta dele, porque fazia um tempão que
ele não a visitava. Tudo isso acontecendo e minha avó estava pedindo para meu
pai ir visitá-la na aldeia. Então a gente ficou preocupado com a saída dele
para lá, mas com a graça de Deus ele está bem, ele não foi infectado ainda, é
muito preocupante para nós, filhos, com os nossos pais idosos, em risco de serem
infectados, porque eles são mais fracos diante dessa doença.
Quando começou a pandemia da Covid-19, quem
sempre fazia as compras em Oiapoque era eu e o meu irmão mais novo, nós
fazíamos as compras sempre nos higienizando, tomando todos os cuidados, mas
esse meu irmão começou a apresentar sintomas de dor de cabeça, febre, dor no
corpo, frio. Nós pensávamos que era uma gripe normal, que ele não tinha sido
infectado, só que ninguém fez o teste para saber se era ou não a Covid-19. Mas
a gente tomava remédio caseiro, chá, a gente recebeu orientações dos nossos
parentes mais idosos, a gente fazia chá e tomava. Meus pais também tomavam,
minha mãe e meu pai não apresentaram sintomas mais graves. No dia 14 de junho
eu comecei a sentir os sintomas, com uma enorme dor no corpo inteiro, fraqueza,
dor de cabeça, frio... Dois dias depois fui me consultar no Sentinela, fui
medicada e tomei todos os remédios e os sintomas foram desaparecendo, mas a
minha preocupação maior era com meu filho que dormia comigo e vivia comigo o
dia inteiro. Como iria ficar se ele pegasse? Como iria cuidar dele, ele doente
e eu doente? Como a minha preocupação era com ele, comecei a me afastar dele,
comecei a dormir sozinha em um quarto e ele ficou sozinho no outro, fiquei mais
distante dele. Ele me perguntava porque eu não queria mais abraçar ele, e eu
tinha que explicar para ele o porquê que eu não podia. Ele entendia o porquê,
mas depois ele de novo, perguntava também se depois eu iria voltar a abraçar
ele. Eu dizia que sim, quando eu melhorasse eu iria voltar a abraçar ele e a gente
teria a vida normal.
Eu fiz o teste, só que eu não peguei o
resultado ainda, mas com os remédios que me passaram, além dos remédios
caseiros, eu fui melhorando, começou a sumir a dor no corpo, as fraquezas, só
as vezes que tenho leves dores de cabeça, uma dor de cabeça não muito forte mas
que incomoda, senti que eu tinha perdido o paladar e o olfato, não conseguia
sentir o cheiro de nada, nem sentir o gosto de nada. Passei uns dias lá no
Oiapoque e, como eu já estava bem melhor, me recuperando, resolvi voltar para a
aldeia. Quando eu cheguei na Aldeia Tukay vi que a maioria das pessoas estavam
sentindo esses mesmos sintomas que eu tive, sintomas leves e febre, dor de
cabeça. Percebi que minha mãe também estava com esses sintomas e eu fiquei
muito preocupada com ela porque ela é diabética, mas ela também já estava
tomando os remédios caseiros, muito antes dela sentir os sintomas. Eu creio que
devido a esses remédios caseiros nós só sentimos esses sintomas leves, que não
nos ocasionaram coisas piores, e o meu filho, graças a Deus, até agora está bem e não tem nenhum sintoma.
Hoje eu percebo o quanto o conhecimento tradicional indígena é importante para
nós, o quanto a medicina indígena fez a diferença!
Aldeia Tukay, 23 de junho de 2020.
Texto recebido em áudio e transcrito por
Danilo Cavalcante de Souza
#OPETNãoPara #PetIndígena #CampusBinacional
#Oiapoque #CLII #LicenciaturaIndígena #FalaParente
TEXTO
ORIGINAL
Salut, je m’appelle Deusimar Maciel dos
Santos, j’ai 1 fils, je suis pédagogue de l’École Indigène João Batista Macial,
je suis du peuple Galibi-Marworno, du Village Tukay. Quand les nouveaux cas à Amapá ont commencé, nous débutions l’année
scolaire et on a dû arrêter les cours. Nous avons réuni la communauté et,
ensemble avec la coordonnatrice de l’École, nous avons informé le pourquoi
d’avoir arrêter les cours, nous avons informé aussi qu’on ne savait pas quand
allons nous retouner à nouveau, à cause du virus qui était déjà dans l’État
d’Amapá, nous devons nous prévenir et garder notre sécurité, garder la sécurité
de la communauté. Depuis lors, nous avons reçu des orientations de comment nous
prévenir, que nous devons rester ici dans le village et ne pas aller en ville
pour ne pas nous infecter.
La préoccupation la plus désespérante était
quand les cas ont commencé à surgir à Oiapoque. Moi récemment, j’ai eu une
perte et j’ai commencé à développer une certaine anxieté, conformément aux cas
qui apparaîssaient, mon anxieté s’aggravait et la peur, l’angoisse et le
désespoir ont pris le dessus. Ma préoccupation, mon angoisse étaient toujours à
cause de mes parents, mon fils , ma mère qui est diabétique, mon père, ma
grand-mère mais aussi à cause de tous les parents indigènes. J’étais désespérée
à l’idée de savoir qu’on ne connaissait pas le virus, et qu’on ne connaissait
pas comment notre organisme allait réagir en face de cette maladie, au cas où
quelqu’un s’infecterait.
Quand les cas ont commencé à apparaître là
dans le village Kumarumã, nous étions tous préoccupés, parce que tous ceux
d’ici du village avons des parents à Kumarumã et ma mère était plus préoccupée
par mon frère, qui vit là. Elle était sans nouvelles de lui, nous avons envoyé
des messages sur whatsapp afin d’avoir de ses nouvelles, de savoir comment il
allait, lui et sa famille, s’il se prévenait, si ils allaient bien. Alors,
après quelques jours, il répondit disant qu’ils allaient bien, mais que la
maladie était déjà là et qu’il y avait beaucoup de nos parents qui étaient
infectés, qu’ils allaient très mal, mais que la communauté traitait avec des remèdes
maisons et que certains étaient déjà avec des symptômes légers. Il a dit que ma
grand-mère, déjà bien âgée, était aussi contaminée et qu’elle était très
faible, elle n’arrivait pas à bien s’alimenter et, due à cela et à la maladie,
elle était très, très faible. Mon frère a dit que ma grand-mère demandait à mon
père qui vivait ici, dans le village Tukay de lui rendre visite, parce qu’il
lui manquait, parce que ça faisait longtemps qu’il ne lui a pas rendu visite. Tout cela arrivait et ma grand-mère demandait à mon père d’aller lui
rendre visite dans le village. Alors on était préoccupé avec sa sortie pour
là-bas, mais avec la grâce de Dieu, il va bien, il n’a pas été infecté, c’est
très inquiétant pour nous les enfants, avec nos parents âgés, au risque qu’ils
soient infectés, parce qu’ils sont plus faibles en face de cette maladie.
Quand la pandémie du Covid-19 a commencé, les personnes qui faisaient
toujours les achats à Oiapoque étaient moi et mon petit frère, nous faisions
toujours les achats en nous higiénisant, en prenant toutes les mesures, mais
mon frère a commencé à présenter des symptômes de maux de tête, fièvre,
douleurs au corps, froid. Nous pensions que c’était une grippe normale, qu’il
n’était pas infecté, seulement que personne ne fit le test pour savoir si
c’était le covid-19 ou pas. Mais on buvait un remède maison, du thé, on a reçu
des orientations de nos parents plus âgés, on faisait du thé et en buvait. Mes
parents aussi buvaient, ma mère et mon père n’ont pas présenter de symptômes
plus graves. Le 14 juin, j’ai commencé à sentir les symptômes, une énorme
douleur dans mon corps entier, faiblesse, maux de tête, froid... Deux jours
après, je suis allée me consulter à Sentinela, j’ai été médicamenté et pris
tous les médicaments et les symptômes ont commencé à disparaître, mais ma
grande préoccupation était mon fils qui dormait et vivait avec moi la journée
entière. Comment serait s’il était infecté ? Comment j’allais prendre soin de
lui, lui malade et moi malade ? Comme j’étais préoccupé par lui, j’ai commencé
à m’éloigner de lui, j’ai commencé à dormir seule dans une chambre et lui
restait seul dans une autre, je suis restée plus distante de lui. Il me demandait
pourquoi je ne voulais plus l’embrasser et j’ai dû lui expliquer pourquoi je ne
pouvais plus. Il comprenait pourquoi, mais, me demandait à nouveau si après
j’allais recommencé à l’embrasser. Je disais que oui, quand j’allais me
remettre, je retournerais à l’embrasser et qu’on aura une vie normale.
J’ai fais le test, seulement que je n’ai pas
encore eu le résultat, mais avec les médicaments qu’ils m’ont donné, en plus
des remèdes maisons, ma santé s’est améliorée, la douleur du corps a commencé à
disparaître, les faiblesses, seulement parfois que j’ai de légers maux de tête,
un maux de tête pas trop fort mais qui dérange, j’ai senti que j’avais perdu le
goût et l’odeur, je n’arrivais plus à sentir l’odeur de rien, ni le goût de
rien. J’ai passé quelques jours là à Oiapoque et, comme j’allais mieux, me
récupérant, j’ai décidé de retourner au village. Quand je suis arrivée dans le
village Tukay, j’ai vu que la majorité des personnes avaient les mêmes
symptômes que j’ai eu, symptômes légers et fièvre, maux de tête. J’ai vu que ma
mère aussi avait ces symptômes et j’étais très inquiète pour elle parce qu’elle
est diabétique, mais elle aussi prenait déjà les remèdes maisons bien avant de
sentir les symptômes. Je crois que c’est grâce à ces remèdes maisons que nous
avons seulement ces symptômes légers, qui n’ont pas causé des choses pires, et
mon fils, grâce à Dieu, jusqu’à maintenant se porte bien et n’a eu aucun
symptôme. Aujourd’hui, je me rends compte à quel point la connaissance
traditionnelle indigène est importante pour nous, à quel point la médecine
indigène a fait la différence!
Village Tukay, 23 Juin 2020.
Traduit par Manuella Adèle Fifamè CHOKKI
#OPETNãoPara #PetIndígena #CampusBinacional
#Oiapoque #CLII #LicenciaturaIndígena #FalaParente
Hello, my name is Deusimar Maciel dos Santos, I have a son, I am a
pedagogue at the João Batista Macial Indigenous School, I belong to the
Galibi-Marworno people, from Tukay Village. When the new cases started to
appear in Amapá, we were starting the school year and had to stop classes.We
brought the community together with the School coordinator, we informed them
why the classes were stopped, we also informed them that we did not know when
we would return again, due to the virus that was already in the State of Amapá,
we had to prevent ourselves and keep our security, keep the community safe.
Since then, we have received guidance on how to prevent ourselves, that
we had to stay here in the village and not go to the city so that we don´t
become infected. The most desperate concern was when the cases started to arise
in Oiapoque. I recently had a loss and, with that, I ended up developing a
certain anxiety, as the cases appeared my anxiety worsened and fear, anguish
and despair took over. My concern, my anguish was always with my relatives, my
son, my mother who is diabetic, my father, my grandmother and also with all the
indigenous relatives.
I was desperate to know that we did not know the virus and we did not
know how our organism would react to this disease, if someone became infected.
When the cases started to appear there in the village Kumarumã, we were all
concerned, because all of us here in the village have relatives in Kumarumã and
my mother was more concerned about my brother who lives there. She was without
news from him, we sent a message on whatsapp wanting to hear from him, how he was
doing, he and his family, if he was taking precautions, if they were okay.
Then, after a few days, he replied saying that they were fine, but that
the disease had already arrived and that there were many relatives of ours who
had been infected, who were very bad, but that the community was treating them
with home remedies and some were already with mild symptoms. He said that my
grandmother, already very old, had also been infected and that she was very
weak, that she did not eat well and, because of this and the disease, she
became very, very weak. My brother said that my grandmother asked my father,
the one who lives here, in the village Tukay to visit her, because she was
missing him, because he hadn't visited her in a long time. All of this was
happening and my grandmother was asking my father to visit her in the village.
So we were worried about him leaving, but with the grace of God he is fine, he
has not been infected yet, it is very worrying for us children, with our
elderly parents, at risk of being infected, because they are weaker in the face
of this disease. When the Covid-19 pandemic started, my youngest brother and I
always did the shopping in Oiapoque, we always did the shopping by cleaning
ourselves, taking care, but this brother of mine started to show headache
symptoms, fever, body pain, cold. We thought it was a normal flu, that he
hadn't been infected, except that no one was tested to see if it was Covid-19
or not. But we took home remedies, tea, we received guidance from our older
relatives, we made tea and drank. My parents took it too, my mother and my
father had no more severe symptoms.
On June 14th, I started to feel the symptoms, with a huge pain in the
whole body, weakness, headache, cold ... Two days later I went to see the
Sentinel, I was medicated and I took all
the remedies and the symptoms were disappearing, but my biggest concern was
with my son who slept with me and lived with me all day. How would it be if he
took it? How would I take care of him, he was sick and I was sick?
As my concern was with him, I started to get away from him, I started
sleeping alone in one room and he was alone in the other, I was more distant
from him. He asked me why I didn't want to hug him anymore, and I had to
explain to him why I couldn't. He understood why but, then he again, also asked
if I would hug him again. I said yes, when I got better I would hug him again
and we would have a normal life. I did the test but, I didn't get the result
yet, but with the remedies that were given to me, in addition to the home
remedies. I got better, the pain in my body, the weaknesses started to
disappear, only when I have mild headache, a headache not very strong but that
bothers me, I felt that I had lost my taste and smell, I could not smell
anything, nor taste anything. I spent a few days there in Oiapoque and, as I
was already much better, recovering, I decided to return to the village. When I
arrived at Tukay Village I saw that most people were experiencing the same
symptoms that I had, mild symptoms and fever, headache.
I realized that my mother also had these symptoms and I was very worried
about her because she is diabetic, but she was also taking home remedies, long
before she experienced the symptoms. I believe that due to these home remedies,
we only feel these mild symptoms, which have not caused us any worse things,
and my son, thank God, so far is fine and has no symptoms. Today I realize how
the traditional indigenous knowledge is important to us, how much indigenous
medicine has made a difference!
Tukay Village, June 23, 2020.
Translated by Johnson Morancy
#OPETNãoPara #PetIndígena #CampusBinacional
#Oiapoque #CLII #LicenciaturaIndígena #FalaParente
¡Hola! Ma llamo Deusimar Maciel dos Santos,
tengo un hijo, soy pedagoga de la Escuela Indígena Juan Bautista Macial, soy
del pueblo Galibi-Marworno, de la aldea Tukay. Cuando comenzó a surgir los
nuevos casos en Amapá, nosotros estábamos iniciando el año lectivo y tuvimos
que paralizar las clases. Nosotros reunimos a la comunidad, junto con la coordinadora
de la escuela, informamos el porqué son paralizadas las clases e informamos
también que no sabíamos cuando comenzarían, debido al virus que ya estaba en el
estado de Amapá, teníamos que prevenir nos y mantener nuestra seguridad,
mantener la seguridad de la comunidad. Desde ese momento recibimos
orientaciones de como prevenir la enfermedad, que teníamos que permanecer en la
aldea y no ir a la ciudad para no contagiar nos. La situación más desesperante
fue cuando los casos comenzaron a surgir en Oiapoque.
Recientemente tuve una perdida y con eso
acabé desarrollando una cierta ansiedad, conforme aparecían los casos mi
ansiedad aumentaba, el miedo, la angustia y el desespero se adueñaron de mi. Mi
preocupación, mi angustia se centraba en mis parientes, mi hijo, mi madre que
es diabética, mi padre, mi abuela y también con todos los parientes indígenas.
Me quedaba desesperada al saber que no conocemos el virus y que no sabíamos
como nuestro organismo reaccionaria ante la enfermedad, en caso de que alguien
se infecte. Cuando comenzó a aparecer los casos en la aldea Kumarumã, todos nos
quedamos preocupados porque todos tenemos familia en Kumarumã, mi madre se
quedó más preocupada por mi hermano que vive allí. Ella estaba sin noticias de
él, le mandábamos mensajes al WhatsApp, para tener noticias de él, de cómo
estaba él y su familia, y si se prevenian.
Después de unos días él respondió, diciendo
que estaban bien, pero que la enfermedad había llegado allí y habían muchos
parientes nuestros que han sido infectados, que estaban mal, pero que la
comunidad estaba usando remédios caseros y algunos estaban con síntomas leves.
Él dijo que mi abuela, muy vieja ya, también fue infectada y estaba muy débil,
ella no se alimentaba bien, debido a eso y a la enfermedad ella se ponía más
débil. Mi hermano dijo que, mi abuela le dijo a mi padre que está aquí en
Tukay, a que él la visitase, porque le echaba de menos y hacia mucho tiempo que
no la visitaba. Todo esto aconteciendo y mi abuela pidiendo a mi padre a que la
visitase. Por lo tanto nos quedamos preocupados con la salida de mi padre, pero
gracias a Dios él está bien, él no fue afectado todavía, es preocupante para
nosotros, hijos con padres ancianos, con riesgo de que sean infectados, porque
ellos son más débiles ante la enfermedad. Cuando comenzó la pandemia de
Covid-19, quien siempre hacía la compra era yo y mi hermanito, hacíamos las
compras teniendo cuidado, pero mi hermano comenzó a presentar síntomas de dolor
de cabeza, fiebre, dolor de cuerpo, frío. Pensabamos que era una gripe normal,
que él no fue infectado, solo que nadie hizo la prueba para saber si era o no
el Covid-19. Pero tomábamos remédios caseros, té, recibimos orientaciones de
nuestros ancianos, tomábamos té.
Mis padres también tomaban té, no presentaron
síntomas graves.
En el día 14 de junio comencé a sentir los
síntomas, con un enorme dolor de cuerpo, debilidad, dolor de cabeza, frío. Dos
días después fui a hacer la consulta médica, me dieron la receta, tomé los
remedios y los síntomas fueron desapareciendo, pero mi preocupación es con mi
hijo, que vivía y dormia conmigo. ¿Cómo me pondría si el se contagiase? ¿Cómo
le cuidaría si los dos estuviésemos enfermos? Como mi preocupación era con él
comenzamos a dormir en cuartos distintos. Mi hijo me preguntó que porqué no
quería abrazarle más y tenía que explicarle el porqué no podía. Él entendía el
porqué, pero también preguntaba si volvería a abrazarle. Le decía que sí, que
cuando me ponga mejor le abrazaria y tendríamos una vida normal.
Hice la prueba del Covid-19, solo que no cogí
el resultado todavía, pero con los remedios que me dieron, a parte de los
remedios caseros, yo me fui mejorando, comenzó a desaparecer el dolor de
cabeza, la debilidad. solo a veces tengo leves dolores de cabeza, un dolor
incómodo pero no fuerte, sentía que había perdido el paladar y el olfato, no
sentía el olor, ni el gusto, pasé unos días en Oiapoque, como ya me estaba
recuperando decidí volve a la aldea.
Cuando volví a la aldea Tukay, vi que la mayoría estsba sintiendo los mismos
síntomas que yo tuve, síntomas leves de dolor de cabeza y fiebre. Percibí que
mi madre estaba con los mismos síntomas y me quedé preocupada por ella, porque
ella es diabética, pero ella también estaba tomando los remedios caseros,
nosotros solo sentimos esos síntomas leves, que no nos ocasionaron cosas
peores, mi hijo hasta ahora está bien, no tiene ningún síntoma grave.
¡ Hoy percibo lo cuanto el conocimiento
tradicional indígena es importante para nosotros, el cuanto la medicina
indígena hace la diferencia!
Aldea Tukay, Oiapoque, Amapá, Brasil.
23 de junio de 2020.
Traducido por Benjamin Mba Abuy Nfumu
#OPETNãoPara #PetIndígena #CampusBinacional
#Oiapoque #CLII #LicenciaturaIndígena #FalaParente


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