MONOPÓLIO
COMPRA BILIONÁRIA: Por US$ 1, 2 bilhões, americanos adquirem toda o estoque da vacina inglesa produzida pela AstraZeneca e garantem a exclusividade.

A vacina inglesa, mesmo com a participação de voluntários brasileiros nos testes e parceria para aquisição se comprovada a eficiência, não tem garantia de preferência para o Brasil. EUA faz compra bilionária e fica com todo o estoque de vacinas. Ao contrário da CoronoVac, de produção chinesa, que transferirá tecnologia para o Instituto Butantã fabricá-la no país e vacinar os brasileiros. Mais dois testes estão autorizados a serem realizados no Brasil, para Covid-19: a BNT162b1 e a BNT162b2. Essas vacinas estão sendo desenvolvidas pelas empresas BioNTech e Pfizer (Wyeth)
Reinaldo Coelho
Essa semana começou
com uma grande expectativa mundial, e principalmente no Brasil, de duas das dez
vacinas contra o novo coronavírus Sars-CoV2 nas fases mais avançadas de
pesquisa serão testadas também no Brasil. Essa notícia despertou esperanças de
que a pandemia possa estar sob controle nos próximos meses.

PRIORIDADE AMERICANA
Outra noticia, espantou e esmoreceu as expectativas, o Departamento de Saúde dos EUA, já tinha fechado o acordo com a empresa AstraZeneca e investiu US$ 1,2 bi na empresa garantindo a exclusividade das vacinas produzidas. O país já bancou diversos projetos de vacina ao redor do mundo, incluindo o da francesa Sanofi e da norte-americana Johnson & Johnson. O governo Trump quer garantir que, quando a vacina estiver pronta, ela estará disponível em alta quantidade para o povo norte-americano.

PRIORIDADE AMERICANA
Outra noticia, espantou e esmoreceu as expectativas, o Departamento de Saúde dos EUA, já tinha fechado o acordo com a empresa AstraZeneca e investiu US$ 1,2 bi na empresa garantindo a exclusividade das vacinas produzidas. O país já bancou diversos projetos de vacina ao redor do mundo, incluindo o da francesa Sanofi e da norte-americana Johnson & Johnson. O governo Trump quer garantir que, quando a vacina estiver pronta, ela estará disponível em alta quantidade para o povo norte-americano.
O esforço dos Estados Unidos de bancar o desenvolvimento
de vacinas tem causado polêmica. A visão é de que isso coloca o país como
prioridade na hora de receber as doses, mas a OMS e outros 194 países acreditam
que uma eventual vacina precisa ser um bem global e público.
Cinco dessas dez
vacinas em fase de testes clínicos são chinesas. Se alguma das dez obtiver
sucesso em prazo tão curto, será a maior conquista científica da humanidade
desde o sequenciamento do genoma humano. Jamais uma vacina terá sido
desenvolvida tão rápido.
Porém, detalhe-se que
a escolha do Brasil para participação nos testes vacinais, não é pela eficiência
na gestão contra a pandemia, mais sim pela falta de controle do combate ao
Covid-19.
“Somos as cobaias
perfeitas, já que aqui [no Brasil] não tem manejo da pandemia. Alta taxa de
transmissão é fundamental para conseguirem testar a eficácia da vacina”,
afirmou uma pesquisadora brasileira que atua no grupo da Oxford.
VACINA INGLESA: O BRASIL NÃO TEM A PREFERÊNCIA

A aquisição da 30
milhões da vacina inglesa já pronta não é garantido para o Brasil, mesmo com os
acordos de parceria firmados. Serão vacinas já prontas para a aplicação, visto
que o Brasil não possui a tecnologia para produzir nacionalmente. O esperado é
que a parceria totalize o fornecimento de 100 milhões de doses. “Isso já está
pactuado e nós estamos discutindo a transferência dos recursos.
Sarah Gilbert |
Ontem, a principal
desenvolvedora da vacina de Oxford declarou ser possível, mas não certo, que as
doses estejam disponíveis até o fim do ano. “A meta do final do ano para ter a
vacina disponível é uma possibilidade, mas não há absolutamente certeza sobre
isso, porque precisamos que algumas coisas aconteçam”, disse a cientista da
Universidade de Oxford, Sarah Gilbert.
Essa contratação
prevê a transferência de tecnologia e o recebimento do insumo. O momento agora
é o pagamento da AstraZeneca, a negociação do pagamento”, disse o ministro
interino da Saúde, Eduardo Pazuello, em coletiva de imprensa.
Na avaliação de
especialistas, ainda que haja uma intenção de contrato e movimentação
orçamentária para viabilizar o fornecimento, isso não é o mesmo que dizer que o
acordo será concretizado. Apesar do estreitamento de laços com a universidade
britânica, o que dá certa vantagem de negociação ao governo brasileiro, essa
carta na manga não é necessariamente o mesmo que dizer que o país será o
primeiro a receber a vacina. Até porque outros países desenvolvidos e com maior
capacidade de compra já fizeram as demandas antes mesmo de a fase 3 de testes
ter início.
O objetivo dos pesquisadores
de Oxford é que sua vacina esteja disponível no início de 2021. Em média,
desenvolver uma vacina leva dez anos. O recorde atual é da vacina contra o
ebola: cinco anos. Um dos principais desafios da AstraZeneca na meta de
distribuir 2 bilhões de doses está não da fabricação da vacina em si, mas na
produção dos recipientes de vidro. As fábricas não têm capacidade suficiente.
Provável que seja necessário acomodar até dez doses num só frasco.
VACINA CHINESA: GARANTE FORNECIMENTO IMEDIATO COM FABRICAÇÃO
NO BRASIL
Com referência a
CoronoVac, vacina chinesa em teste no Brasil, desde terça-feira (21) é mais
factível que, se comprovada a eficácia, a vacina chegue com mais facilidade,
porque o (Instituto) Butantan consegue reproduzir.
Por isso, a médica
Rosana Richtmann, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, acredita ser
mais provável que a tecnologia chinesa chegue primeiro à população brasileira.
“A tecnologia de Oxford é mais complexa e, por isso, o Brasil precisa comprar.
Estados Unidos, países europeus já estão fazendo isso.
Eficácia
A CoronaVac começou a
ser aplicada ontem, no Hospital das Clínicas de São Paulo, onde 890 voluntários
serão testados. A pesquisa será realizada em 12 centros de seis unidades
federativas: Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul
e Paraná. Ao todo, 9 mil voluntários da saúde que ainda não tenham contraído o
vírus participarão do ensaio. A primeira voluntária a receber a vacina chinesa
foi a clínica geral Stefania Teixeira Porto, 27 anos, que comemorou a aplicação
da primeira dose. “Passamos por meses tão difíceis, então é uma injeção de
ânimo poder participar disso e contar para as pessoas no futuro que fiz parte
disso. Estou muito contente”, celebrou.
No mesmo dia, a
Anvisa aprovou mais um ensaio clínico para verificar a eficácia de duas vacinas
contra o novo coronavírus. A BNT162b1 e a BNT162b2 serão testadas dentro de um
mesmo estudo e estão sendo desenvolvidas pelas empresas BioNTech e Pfizer.
MAIS DOIS TESTES SERÃO APLICADOS NO BRASIL
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nesta terça-feira (21), a aprovação
para condução de um ensaio clínico que estudará dois tipos de vacinas para
Covid-19: a BNT162b1 e a BNT162b2. Essas vacinas estão sendo desenvolvidas
pelas empresas BioNTech e Pfizer (Wyeth).
As vacinas em estudo
são baseadas em ácido ribonucleico (RNA), que codifica um antígeno específico
do vírus Sars-CoV-2. O RNA é traduzido pelo organismo humano em proteínas que
irão, então, induzir uma resposta imunológica. Para a testagem da vacina, 29
mil voluntários participarão do estudo, sendo mil deles do Brasil. Os
voluntários são dos estados de São Paulo e da Bahia.
O ensaio clínico
aprovado é um estudo fase 1/2/3, controlado com placebo, randomizado, cego para
o observador, de determinação de dose, para avaliar a segurança, a
tolerabilidade, a imunogenicidade e a eficácia das vacinas candidatas de RNA de
Sars-CoV-2 contra Covid-19 em adultos. O ensaio é composto por três estágios e
o Brasil participará do estágio 3, que corresponde à fase 2/3 do estudo.
Este é o terceiro
estudo de vacina contra o novo coronavírus autorizado pela Anvisa no Brasil. No
dia 2 de junho, a Agência autorizou o ensaio clínico da vacina desenvolvida
pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, para prevenir a Covid-19, e no dia
3 de julho o da vacina desenvolvida pela empresa Sinovac Research &
Development Co. Ltd., em parceria com o Instituto Butantan.
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